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Programas matadores
Conheça os programas que fazem a cabeça dos linuxers e que certamente farão a sua também

No Linux encontramos dezenas de gerenciadores de janelas e uma interface gráfica muito mais eclética, além de uma poderosa interface modo texto. E para acabar de vez com aquilo que você ouviu falar da boca dos que combatem o Linux, apresentamos aqui uma viagem puramente visual mostrando alguns dos programas preferidos da comunidade linuxer. Conheça as interfaces gráficas preferidas que são o WindowMaker, o Gnome, o KDE, o Enlightment e o iceWM, e constate a liberdade de escolha que você encontra no Linux.

É notório que o Linux se distingue dos outros sistemas quando o assunto é rede, e principalmente a grande rede, a Internet. Então começaremos tratando de navegadores, chat, e-mail, editores html, gerenciadores de download, mensageiros instantâneos, leitores de news e servidores.

Em qualquer distribuição Linux você encontra uma versão do Netscape, idêntica à das outras plataformas, com todos aqueles famosos plugins, o Flash, o Real Player, o Acrobat Reader e outros. Além dele, há também vários outros browsers gráficos, como o Mozilla, Amaya, o Chimera, o KFM, e os browsers em modo texto como o Lynxs, W3C e o Links, indicados para máquinas de poucos recursos ou para acessar documentos da sua intranet. Para trocar mensagens pela rede usa-se muito o Licq, o zicq e o gnoICU. Para o download de arquivos da rede, o preferido é o wget ou seu front-end gráfico, o gwget.

Na área de e-mail há uma grande diversidade, e os títulos mais freqüentes são pine, mutt, balsa, netscape messenger e kmail. É preciso comentar que o Netscape tem alguns bugs que comprometem sua estabilidade, mas como seu código é aberto em pouco tempo ele terá a estabilidade desejada. Para bater um papo sobre o assunto com seus colegas linuxers recomendamos que use o xchat, um cliente de chat para o X ou BitchX, do modo texto.

Mas o principal título nessa área é sem dúvida o Apache, um servidor http com características marcantes: robusto, estável, de código aberto e gratuito, seguro e que aceita uma escalabilidade impressionante. Basta instalar e configurar, e o Apache ficará rodando meses a fio sem problema algum, em constante disponibilidade. Essa é uma das razões para a maioria dos sites na Internet ser hoje movida a Linux.

Nos recentes episódios dos estragos causados por vírus como o ILOVEYOU, a plataforma Linux continuou trabalhando impassivelmente, imune à catástrofe. Com o código aberto atualizações são feitas rapidamente para qualquer falha de segurança detectada. Não se conhece vírus para Linux — ainda que possam ser criados, sempre serão neutralizados de imediato e por isso ninguém se empenha em criá-los. Pura perda de tempo. Mesmo assim encontramos programas antivírus instalados em servidores Linux, mas apenas para rastrear arquivos que irão para máquinas Windows.

Para editar páginas html existe uma babel de alternativas, mas se você quiser um bom ponto de partida sugerimos o Quanta, um editor desenvolvido para o ambiente KDE, que rodará perfeitamente em qualquer outro gerenciador de janelas. Nele você insere com o mouse as tags, applets, as estruturas do seu código e o seu conteúdo em uma janela na parte superior da tela, e já vê o resultado na parte inferior (WYSIWYG). Claro que muitos preferem aquelas ferramentas plenamente visuais em que não se conheça nada da linguagem html, mas o resultado final é sempre um código pesado e redundante. Contudo, os profissionais sabem que uma escrita limpa é condição inegociável, principalmente em sites de muito acesso. Se sua opção é por uma ferramenta totalmente visual, dentro do Netscape encontramos o Netscape Composer, mas esteja ciente de que o resultado é vantajoso apenas para os leigos em html ou para páginas pequenas de uso não profissional. Outro software "visual" interessante é o Amaya, que além de editor html é também um browser, com suporte para cascade style sheets.

Existem inúmeros editores livres para Linux, com suporte para html, java, C, pascal e muitas outras linguagens, com coloração de sintaxe, controle de estruturas e muitos outros recursos, mas o destaque vai para dois pesos-pesados: Emacs e VI.

O Emacs é um caso à parte, pois trata-se de um produto tão sofisticado, que muitos chegam a conferir-lhe o status de sistema operacional. Possui uma grande quantidade de recursos, e vem com uma linguagem lisp que lhe confere muito poder. É considerado um dos melhores códigos já escritos, e muitos programas da Free Software Foundation foram escritos para rodarem dentro dele, como planilhas, browsers, e-mail, e muitos outros. Chega ao cúmulo de conter um módulo que é um psiquiatra on-line para o usuário. É muito utilizado na documentação do meio acadêmico e científico. Com freqüência encontramos a citação de que tal documento foi produzido no Emacs. Seu autor e pai do software livre, o lendário Richard Stallman, chegou inclusive a organizar uma seita Emacs para seus fidelíssimos seguidores.

Mas o Emacs (pronuncia-se imécs) tem um rival muito especial, o VI (pronuncia-se viái), que segue uma filosofia totalmente diferente e que é o editor padrão de qualquer pacote Linux. É chamado também de "O editor perfeito". Embora os dois editores sejam do modo texto, não existe a mínima possibilidade de dividirem a preferência dos linuxers com outro editor gráfico, tal a hegemonia deles. Além disso, os dois têm front-ends para o modo gráfico. É muito comum encontrarmos na interface gráfica um terminal rodando um dos dois. Usuários do VI alfinetam o rival dizendo que seria muito interessante que o Emacs, além de fazer tudo o que faz, também pudesse editar um texto. Uma vez John ‘Maddog’ Hall disse que é de suma importância que o usuário conheça a fundo o uso do VI, pois pode ter a infelicidade de um dia sentar em frente a uma máquina Linux e constatar que o Emacs não está instalado. É óbvio que por trás dessa "troca de insultos", existe uma saudável concorrência.

Editores mais simples como o pico, o joe e o mcedit, são preferidos por iniciantes porque são elementares e de rápido aprendizado. Na interface gráfica existem o xedit, o kwrite, o gxedit e mais uma montanha de outros títulos, mas quanto mais se automatizam determinadas operações, quanto mais recursos são exigidos, sempre a escolha final recai sobre Emacs ou VI. É mais ou menos como escolher entre Flaubert ou Thomas Mann, entre Lawrence Olivier ou Marlon Brando, entre Mozart ou Debussy, ou seja, uma discussão interminável.

Os processadores de texto têm orientação e propósito totalmente diferentes e se preocupam muito mais com o resultado impresso em papel, com fontes, imagens, tabelas e recursos de desenho. Nessa área sugerimos que você conheça o StarWriter, processador do StarOffice, o WordPerfect da Corel, o Ted, um editor RTF simples como o WordPad do Windows, mas que trata tabelas, que insere bookmarks e imagens, e fornece saídas para postscript e hmtl.

Também o Abiword, que faz parte do office do Gnome e o KWord do KOffice, ambos em fase de desenvolvimento, são dois projetos que merecem especial atenção. Muitos especulam que o KWord se tornará o processador número um, com recursos avançados que o equiparam ao famoso FrameMaker, este também com uma versão para Linux circulando livremente na Internet. Também o Lyx e o Klyx, processadores destinados à editoração eletrônica e front-ends amigáveis do Latex, são duas alternativas para os documentadores sérios.

Existem muitas ferramentas para a geração de documentos postscript, identificados pela extensão ps, eps ou pdf, tanto no modo texto quanto na interface gráfica, e para visualizar esse tipo de saída usam-se os programas GhostView, XPDF e Acrobat Reader. Outra ferramenta interessante é o mpage, que a partir de arquivos texto gera uma saída postscript, especificando o formato da página, quantas páginas serão impressas por folha e sua orientação, gerando um documento de alta qualidade. Os arquivos ps poderão ser convertidos para o formato PDF usando o ps2pdf.

Existem muitas ferramentas no modo texto para a conversão de formatos e a lista é muito extensa, mas aqui cabe uma ressalva interessante. Por exemplo, no modo texto você pode usar uma ferramenta para extrair todos os fundos brancos, ou azuis, de todos os arquivos GIF de um diretório através de um único comando. Na interface gráfica, porém, você teria que chamar as imagens uma a uma, indicar com o mouse a cor pretendida para a supressão e mandar executar, repetindo a operação para cada um dos arquivos. No caso de serem uns mil arquivos, aí você entenderia exatamente por que os linuxers usam ao mesmo tempo tanto o modo texto quanto a interface gráfica, sem preferência expressa. Sempre há uma opção pela interface mais bem resolvida para uma determinada operação e o convívio de ambas é fundamental. Na área dos gráficos, o Gimp é sem dúvida o nome mais conhecido, e rivaliza em poder e recursos com o Adobe Photoshop. Outro projeto que está se desenvolvendo muito rapidamente é o Sketch, de desenho vetorial e que lembra bem a estrutura de programas como o Illustrator ou o CorelDraw. Um conversor, manipulador e visualizador de arquivos gráficos muito usado é o XV, outro destaque fica para o GTKSee, um clone do ACDSee do Windows. Na área de programas de renderização e modelagem há o POV-Ray e o Blender, de eficiência comprovada e realmente profissionais.

Na área de CADs, alguns comerciais, como o Varicad, o MicroStation e outros GPL como o QCAD, são as opções mais encontradas. Existem inúmeras segmentações nessa área de gráficos, e poderíamos falar do Canvas7, do CorelDraw, do Prestimel, do Killustrator, do Aktion, do XFig, do XPaint, do Dia e de vários outros que cobrem especificações que vão desde edição de imagens, geradores de apresentação, desenho vetorial, geradores de fractais, de diagramas, de slides html até a edição de vídeo.

Para o dia-a-dia do escritório há muitas planilhas como a Gnumeric ou a Abs, gerentes financeiros como o GNUCash, agendas como o Gnomecal ou o korganizer, editor de notas como o knotes e o wmpinboard, além das ferramentas do StarOffice para trabalho em grupo.

Gostaríamos ainda de tratar de multimídia, som e ferramentas do modo texto. Com o XMMS há um player mp3, com recursos de skins e equalizador; o Jazz é um sequencer bem ao estilo CakeWalk; o kmid é um player para o formato mid; o aktion é um front-end do xanim para animações do tipo mov, avi, fli, flc, gif, iff e formatos de vídeo SGI.

Uma última indicação seriam as muito úteis ferramentas mtools e kfloppy, para os que precisam acessar arquivos DOS em disquetes ou discos ZIP, assim como formatar disquetes para esse formato com uma ferramenta gráfica muito simples. Basta digitar em um terminal o comando mtools para ver as opções tão familiares aos usuários DOS; e rodando o Kfloppy, não há margem para erros ao formatar os discos. Esperamos que a viagem seja esclarecedora no sentido de mostrar que existem as opções necessárias para uma migração consciente para o Linux, e também como será duro se adaptar a um sistema que funciona mesmo, sem crashes, sem vírus, livre, muitíssimo barato, robusto e estável.

 

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