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Viciada em tecnologias
Uma das poucas mulheres a se destacar na comunidade Linux brasileira, Sizinha formou-se em arquitetura pela FAU-USP, em 1997.

Simone Iervolino de Aguiar está hoje convencida de ter cursado a faculdade errada, embora tenha adorado o curso, na época. Linuxer de carterinha e uma das poucas representantes do sexo feminino dentro da comunidade, ela diz que até já se habituou a ter mais amigos do sexo masculino e a ser considerada "menino honorário" dos grupos com quem se relaciona.

Seu primeiro contato com o Linux foi em 1995, quando cuidava da editoração eletrônica da Revista de Sociologia da USP. Mas desde 1992 ela já era viciada em Internet e desde os 11 anos de idade, quando ganhou seu primeiro computador, um TK85, já dava sinais de não ser uma garota comum. "Eu já era meio geek", reconhece ela, que, fazendo graça de si mesma, diz ser daquelas mulheres que, no Dia dos Namorados, vai babar se ganhar do amado uma super placa de som.

Na Revista de Sociologia, ela conheceu uma pessoa que estava montando um provedor de acesso com Linux, ainda bem no início de operação da Internet comercial no Brasil. "Eu me interessei, até porque gosto de testar tudo quanto é novidade e sou viciada em tecnologias." E foi assim que, no segundo semestre de 1995, Sizinha fez sua primeira instalação, com Debian. "Eu sentia um pouco de preguiça de mexer nele, porque ainda não tinha um bom ambiente gráfico e minha formação é nessa área, mas aos poucos fui tentando e constatando que algumas tarefas eram até mais fáceis no Linux e em modo texto."

Um pouco depois, já em 1998, foi para a Unesp trabalhar como web designer e aí radicalizou: concentrou-se na mídia virtual, assumiu sua porção mais técnica e menos artística e adotou o Linux de corpo e alma.

Antes, os servidores da Unesp rodavam NT e não tinham firewall. "Em resumo, éramos totalmente vulneráveis a ataques e vivíamos com problemas de funcionamento", lembra Sizinha. Aflita com essa situação, ela pegou uma máquina antiga, já encostada do departamento, e montou um firewall com o Linux para os servidores NT. A partir daí adotou o Linux integralmente.

Na Insite, empresa que trabalha atualmente e onde cuida da administração de sistemas, Sizinha diz que Windows não entra. Na verdade tem dois equipamentos com Windows para os web designers, pois ainda não existem em Linux substitutos eficientes para softwares como PageMaker e Dreamweaver. "Mas é uma questão de tempo, de pouco tempo."

Nas horas vagas, Sizinha ainda respira Linux. Uma de suas diversões preferidas nos finais de semana é juntar uns amigos para montar uma rede ou testar alguma distribuição.

Fora isso, gostava de saltar de pára-quedas — hábito que teve de interromper depois de um acidente do qual ainda não se recuperou — viajar, assistir a filmes antigos do Monty Python, e ver Arquivo X todas as quartas, um ritual religioso seguido por ela e o grupo de amigos, que costumam se referir ao seriado como "a missa".

Durante a semana, quando o trabalho permite, conversa com amigos por icq e e-mail. Aliás, ela é a moderadora aclamada para a pseudolista de discussão denominada "bobagem-br", que conta com a participação do guru Roxo, a quem só conheceu pessoalmente em maio, no Primeiro Fórum Software Livre 2000, no Rio Grande do Sul.

Para quem não a conhece, Sizinha é uma daquelas raras mulheres vistas em grupos de linuxers munida de um MD, um palm e celular, além de possivelmente estar carregando também uma câmera fotográfica e uma câmera de vídeo, ambas digitais. Entre seus sonhos de consumo, as próximas aquisições serão um notebook e um DVD. Se possível, os dois juntos.

 

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