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Utilizando o Windowmaker
Uma interface muito inovadora, parente do finado NextStepTM, muito elegante e de fácil aprendizado. Oferece suporte para temas e o recurso de diversas áreas de trabalho, combinando visual arrojado e simplicidade.

Basicamente, o funcionamento da interface gráfica no Linux depende de dois componentes: o servidor X e o gerenciador de janelas. O servidor X controla a exibição dos pixels na tela, enquanto o gerenciador de janelas controla aspectos como: bordas, movimentação das janelas no desktop, operações como minimizar, maximizar, restaurar etc. O usuário comunica-se com o gerenciador de janelas através do teclado e do mouse e o gerenciador se comunica com o servidor-X para retornar a imagem na tela. Lembra-se do DOS e do Windows 3.1? É uma analogia semelhante.

Outra característica marcante é a grande variedade de interfaces gráficas disponíveis para o usuário. Existem ambientes de trabalho completos como o Gnome e o KDE, interfaces mais leves como o Blackbox e o icewm, o XFCE parecido com CDE, e enlightment, que em matéria de beleza e consumo de memória não tem concorrentes. O usuário pode escolher a interface que mais se adapta a sua maneira de trabalhar, a mais bonita, a que oferece mais recursos.

O WindowMaker é muito utilizado pelos linuxers e é a interface padrão de várias distribuições. O criador do WindowMaker é o brasileiro Alfredo Kojima, que foi desenvolvedor do After Step. Este artigo se propõe a ser uma introdução para o WindowMaker, e artigos futuros irão tratar com mais profundidade de alguns detalhes específicos, como configurações avançadas e personalização do desktop.

Características do WindowMaker

  1. É altamente configurável por meio de aplicativos gráficos. É possível definir as teclas de atalho, os menus de usuário, o comportamento do mouse, janelas e ícones, fundo de tela, entre outras coisas.
  2. É leve e rápido em comparação com outros ambientes gráficos, como o Gnome ou KDE. Oferece ainda suporte para as aplicações escritas para esses ambientes.
  3. O gerenciamento das janelas é completo. A janela pode ser miniaturizada, escondida, maximizada, "sombreada", redimensionada, movida, fechada ou destruída, focada ou desfocada, mantida sobre outras janelas ou abaixo delas.
  4. Possui múltiplas áreas de trabalho, além de um dock para acoplar aplicações.
  5. Possui um menu de aplicações e um menu de janelas que podem ser abertos através de cliques de mouse ou atalhos de teclado. Possui também suporte para temas e idiomas: português, japonês, espanhol, holandês, italiano, alemão, tcheco, coreano, francês, sueco e inglês.

O WindowMaker oferece várias maneiras para controlar e configurar os diversos aspectos do desktop, como janelas, menus etc. Este modo de trabalho pode requerer uma fase de adaptação para usuários de outros sistemas operacionais. Iniciantes poderão se sentir confusos, mas depois verão que a lógica seguida pelo WindowMaker é a mais simples possível. Áreas de trabalho

Este recurso é encontrado em vários gerenciadores de janelas. Para alternar entre as diversas áreas de trabalho existentes, clique com o botão esquerdo do mouse sobre o canto superior direito ou inferior esquerdo do clip, ou utilize a combinação de teclas Control + Alt + seta direita/esquerda, ou ainda Alt + números (1,2,3,4 etc). Essas teclas podem ser configuradas de acordo com as preferências do usuário. Para criar outras áreas, utilize o menu de aplicações, item Áreas de Trabalho > novo.

Janelas

A barra de título da janela é a mais simples possível. No canto esquerdo existe um botão para miniaturizar a janela, no meio, o título da janela, e no canto direito, o botão X para fechá-la. A janela escondida fica dentro do ícone que a representa. A janela miniaturizada se transforma em um quadrado padrão. A janela miniaturizada, diferente de um ícone, possui uma pequena tarja com o título da janela. Uma janela está "sombreada", quando apenas a barra de título fica visível na tela. Clique duas vezes sobre a barra para "sombrear" ou restaurar a janela.

Agora uma dica interessante: clicar no canto esquerdo pressionando Control faz a janela se "esconder" dentro do ícone da aplicação, e clicar no canto direito pressionando Control "destrói" a janela. Para redimensionar uma janela, utilizamos a barra de redimensionamento, localizada na base da janela. As bordas dessa barra permitem alterar o tamanho em qualquer direção, mas o meio da barra permite apenas o redimensionamento vertical. Uma dica: duplo clique sobre a barra de título com o Control ou Shift pressionados. Experimente e veja o resultado. Pressionar o Shift e clicar apenas uma vez na barra de título "seleciona" a janela. Alterne entre as áreas de trabalho virtuais e veja o que acontece.

Um menu com as operações possíveis da janela é aberto usando a combinação de teclas Control + Esc ou clicando com o botão direito do mouse sobre a barra de título. Selecionar atributos abre uma caixa de diálogos com várias opções de configuração. Muito mais do que o simples minimizar, maximizar, restaurar e fechar. Felizmente as mensagens estão em português e não será muito trabalhoso brincar um pouco com as opções para ver o que elas fazem. Veja que Redimensionar/Mover estão na mesma linha do menu, e aqui temos que aprender um truque: para mover a janela basta usar as setas, mas para redimensionar será necessário pressionar Control enquanto usa as setas. Observe também que para movimentar a janela não é necessário clicar na barra de título. Clicar em qualquer área da janela permite a sua movimentação, desde que se mantenha a tecla Alt pressionada enquanto se movimenta.

Ícones de aplicação e janelas miniaturizadas

A princípio, podemos confundir todos eles como sendo uma coisa só, pois são todos pequenos quadrados do mesmo tamanho. Cada um deles possui uma característica diferente: os ícones de aplicação apresentam no canto inferior esquerdo pequenos pontos indicadores de estado. Três pontos indicam que a aplicação não está sendo executada, um ponto indica que a janela da aplicação está escondida dentro do ícone e nenhum ponto indica que a aplicação está sendo executada. Para lançar uma aplicação, ou restaurar uma janela miniaturizada, é só dar um duplo clique sobre o ícone. Clicar com o botão direito sobre o ícone abre um menu, com várias opções.

Dock, clip e dock apps

O dock é um ícone especial. Podemos "acoplar" ícones e dock apps no dock. Dock apps são pequenos programas executados no pequeno espaço do tamanho de um ícone. Os mais comuns são os relógios, os indicadores de atividade da CPU e consumo da memória, etc. O dock pode ficar em qualquer canto da tela, basta clicar no dock e arrastá-lo para o lugar desejado.

O clip é um tipo de dock mais sofisticado. É utilizado basicamente para alternar entre as áreas de trabalho, mas você também poderá acoplar ícones e dock apps no clip, para áreas de trabalho específicas. Clicar com o botão direito do mouse sobre o clip abre um menu bastante extenso. Dê um duplo clique sobre o clip, para esconder ou exibir os ícones acoplados.

Quando você clica com o botão direito do mouse sobre o desktop e, ao aparecer o menu, você seleciona XTerm, imediatamente um terminal é aberto e um ícone quadrado sem título é apresentado na parte inferior da tela. Se você arrastar esse ícone para o clip, ele permanecerá colado ali, criando assim suas barras de ícones. Para removê-lo depois, basta arrastá-lo em direção ao centro do desktop, descolando-o da barra de ícones, e ao soltar o botão esquerdo do mouse ele será destruído.

Menus

No meu caso, eu utilizo muito o xterm, o Eterm, o Wterm, o gnome-terminal e o kterm. Dentro deles é possível abrir o vi, o emacs, o BitchtX, o wget, o zicq, o ls, o mc, qualquer comando ou programa. Mesmo assim, é conveniente ter um menu para as aplicações. Para ter acesso a esse menu basta pressionar a tecla F12, ou clicar com o botão direito do mouse em qualquer área livre do desktop. Pronto, suas aplicações estão prontas para serem abertas. O menu é configurável, você poderá acrescentar atalhos para as aplicações que você escolher. O menu também pode permanecer visível em seu desktop, ao alcance do ponteiro do mouse. Ao abrir o menu, clique sobre a barra de título. Um X vai aparecer no canto direito da barra, indicando que o menu está "pregado" no desktop (se quiser fechar o menu, basta pressionar sobre o X). Coloque o menu na base de sua tela, deixando visível apenas a barra de título. Ao passar com o ponteiro do mouse sobre a barra de título, o menu vai "subir", exibindo seu conteúdo.

Um atalho muito útil e que permite o acesso rápido às aplicações abertas é a lista de janelas. Essa lista é aberta ao se pressionar a tecla F11, ou clicando com o botão do meio, ou o esquerdo e o direito simultaneamente, em qualquer área livre do desktop. Ela também funciona da mesma maneira que o menu de aplicações, ou seja, pode ser pregada no desktop.

Personalizando o WindowMaker

Existem dois configuradores gráficos. Um é o tradicional WPrefs, e outro é o wmakerconf. Os dois são muito amigáveis e estão em português, facilitando a sua utilização pelo usuário brasileiro. Itens como a disposição de ícones, comportamento das janelas, atalhos de teclado, itens de menu, são facilmente configuráveis através de cliques de mouse.

No próximo artigo vamos ensinar como instalar temas e configurar o WindowMaker. Fiquem ligados!

para saber mais

www.windowmaker.org — página oficial

www.windowmaker.com.br — página em português

wm.themes.org — temas para WindowMaker

www.dpo.uab.edu/~grapeape/wmfaq.html — FAQ do WindowMaker

wm.mikomi.org — uma coleção de patches para as novas versões do WindowMaker

www.plig.org/xwinman/ — vários gerenciadores de janelas para Linux (tambem rodam em outros tipos de Unix)

 

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