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Renda-se ao chapéu vermelho
Neste artigo mostramos um passo a passo para a instalação da mais nova versão do RedHat Linux, a 7.0, também conhecida internamente como Guinness

As dicas abaixo se referem a uma instalação com o perfil Workstation em um HD dedicado somente ao Linux. A máquina usada foi um AMD K6-3 de 450 MHZ, com uma placa de vídeo SiS 620 onboard e uma controladora de rede Realtek 8139. A instalação foi realizada a partir de um CD, criado com a imagem ISO disponível gratuitamente no site de FTP da RedHat ou em um de seus mirrors. (Veja lista em: www.redhat.com/mirrors.html). O CD do RedHat 7.0 é "bootável", ou seja, na maioria dos casos não é necessário criar um disquete de boot para a instalação, bastando ligar a máquina com o CD no drive. O instalador, que possui o codinome de "Anaconda", é gráfico, porém um pouco pesado, sendo recomendados no mínimo 32 MB de RAM para uma instalação tranqüila. Durante todo o processo de instalação há ajuda na lateral da tela, explicando o que deve ser feito em cada passo.

Iniciando a instalação, a primeira tela é a escolha de idioma. Estranhamente, o português não está disponível. Em seguida vem a tela de escolha do teclado, em que você pode escolher o modelo, o layout e se deseja ou não que o suporte para deadkeys (teclas especiais como, por exemplo, os acentos) seja ativado. Há também uma área para teste do teclado, assim você tem certeza de que o mapa que escolheu é o corr to e não precisa ficar "caçando" a barra depois...

O mouse é autodetectado logo no início da instalação, então ele já deve estar funcionando, mas é possível mudar os parâmetros se desejado. Para ajudar na autodetecção, aqui vai uma dica: enquanto o instalador inicia, fique movendo o mouse.

Na próxima tela você pode escolher o perfil de instalação de sua máquina. As opções disponíveis são: Server, Workstation e Custom. A diferença entre as opções está no conjunto de pacotes instalados. Enquanto a Server traz pacotes mais voltados para servidores, como o Apache, PostgreSQL, Sendmail, Servidores de FTP, Telnet, News e outros, o perfil Workstation é mais voltado para uma máquina doméstica ou de escritório, com pacotes para multimídia, edição de texto, manipulação de imagens, acesso à Internet, etc. Há também diferenças no particionamento do disco. O último perfil, Custom, permite que você escolha manualmente o que será instalado. Essa opção é recomendada para os mais experientes. A escolha do perfil de instalação também afeta diretamente as opções disponíveis mais adiante, na seleção de grupos de pacotes. Como a máquina será uma estação de trabalho, escolhi a opção Workstation. Voc& circ; também pode fazer um upgrade de um sistema RedHat Linux já existente. Por exemplo, um upgrade do RedHat 6.2 para o 7.0.

A parte mais complexa da instalação, pelo menos para alguns, é o particionamento do disco. Porém, se você puder dedicar todo o disco ao Linux ela se torna extremamente fácil, bastando escolher o modo de particionamento automático. Há também a opção de particionamento manual, utilizando-se o FDisk ou DiskDruid. Escolhi o particionamento automático.

Se sua máquina for trabalhar conectada a uma rede, aqui você pode especificar a configuração necessária, ou obter as configurações automaticamente através de um servidor DHCP (se disponível). No meu caso, especifiquei manualmente as configurações de rede.

A configuração de fuso horário é simples. Basta clicar no mapa no ponto mais próximo de sua cidade. No nosso caso, o ponto mais próximo é São Paulo. Para facilitar a visualização dos pontos no mapa (que é pequeno), você pode dar um "zoom" escolhendo apenas a área de seu interesse na "combo box" acima do mapa. Por exemplo, é possível mostrar apenas a América do Sul.

O próximo passo é a criação de usuários. Como o Linux é um sistema multiusuário, cada pessoa que quiser trabalhar na máquina deve ter seu próprio nome de usuário (login) e senha. Dessa forma cada um terá sua própria área de trabalho, preferências, diretório pessoal, etc. É obrigatória a criação do usuário root (o administrador do sistema, com poderes especiais sobre todos os outros usuários), e você pode, opci nalmente, criar um ou mais usuários comuns — recomendo a criação de pelo menos um. Um dos recursos interessantes é um verificador de senhas, que lhe diz se a senha que você digitou é muito curta, ou se ela não bate na hora de confirmar as senhas.

A seleção de grupos de pacotes é baseada no perfil escolhido para a instalação. Como escolhi o perfil Workstation, tenho as opções Gnome, KDE e Games. Escolhi Gnome e Games, o que resulta em um conjunto de pacotes com mais ou menos 858 MB, e uma instalação que leva aproximadamente dezesseis minutos (a partir de um CD). Há também a opção de escolha manual dos pacotes, para os mais detalhistas e experientes.

Chegamos ao passo de detecção de monitor, e aqui algumas pessoas terão problemas: muitos monitores comuns no mercado nacional não estão na lista, o que pode gerar confusão para os iniciantes, mas em todo caso a autodetecção de monitor pode ajudar, caso o seu monitor seja recente e possua esse recurso. No meu caso um monitor LG StudioWorks 440, que não consta na lista de monitores do instalador, foi detectado como um GSM36BF.

Na autodetecção de vídeo o instalador se saiu bem, encontrou e configurou corretamente a placa SiS 620 onboard (com 4MB de memória compartilhada) da máquina. Há a opção de testar a configuração detectada, ou mudá-la caso ela esteja incorreta. Você também pode selecionar aqui se deseja ou não usar o login gráfico em seu sistema.

Após todo esse processo de configuração, temos a instalação propriamente dita. O instalador irá copiar os pacotes para a sua máquina (a duração desse passo depende do número de pacotes a ser instalado, velocidade do CD/HD, etc.) e executar a pós-configuração necessária a alguns pacotes automaticamente. O próximo passo é a criação de um bootdisk (disco de boot), algo altamente recomendado, principalmente se você possuir um HD grande (8 GB ou mais). Já lhe digo o porquê disso...

Pronto! Agora a instalação do RedHat Linux 7.0 está completa. Vamos dar uma breve olhada no sistema após a instalação.

Problemas após a instalação

Quando você liga a máquina, uma tela gráfica pede que se escolha qual sistema operacional deve ser carregado. Isso se você não enfrentou o problema do boot com HDs maiores que 8.4 GB, que pode ocorrer principalmente se você já possui uma partição Windows no HD. Nesses casos pode acontecer de o LILO ser instalado acima do cilindro 1024 do HD, o que impossibilita o boot. A solução é usar o disco de boot criado durante a instalação (O quê? Você não criou um? Que pena...) e editar o arquivo /etc/lilo.conf, removendo a opção "linear" lá presente e substituindo-a pela opção "lba32". Salve o arquivo, digite "lilo" no terminal (para ativar as mudanças) e reinicie a máquina. Agora sim, a máquina vai conseguir dar boot pelo HD.

Após a inicialização do sistema fui apresentado à tela gráfica de login do Gnome (ativei esta opção durante a instalação) e notei mais um problema: apesar de ter especificado uma resolução de vídeo de 1024 x 768 x 16 Bits de cor, o servidor gráfico foi configurado para 640 x 480 x 16 Bits, uma resolução muito baixa para os padrões de hoje. Para corrigir isso, rodei o configurador de vídeo (Xconfigurator) e selecionei as resoluções de vídeo corretas. Um problema menor, mas ainda assim algo que pode chatear os iniciantes.

Após o login, o terceiro problema apareceu: apesar da configuração de rede ter sido especificada durante a instalação, o instalador não a realizou corretamente. Executando o Linuxconf descobri que ficou faltando parte do número do endereço IP da máquina. Caso você não queira usar o Linuxconf, pode editar manualmente os arquivos necessários no diretório /etc. Novamente, este é um erro simples de corrigir, mas que deveria ter sido corrigido pela própria RedHat antes do lançamento do produto.

Conclusão

Apesar de possuir algumas falhas, o processo de instalação do RedHat 7.0 é simples o suficiente para ser "encarado" pelos iniciantes no mundo Linux. Contudo, gostaria de ver uma atenção maior por parte da RedHat aos detalhes, como a falta do reconhecimento do idioma português, falhas na configuração de rede e vídeo, e no boot em HDs maiores que 8.4 GB, detalhes que, apesar de pequenos individualmente, podem frustrar o usuário quando analisados como um todo.

 

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