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Na terra do PTchê

A cultura de liberdade da comunidade de software livre está cada vez mais enraizada no Rio Grande do Sul

Um dos fundadores do PT gaúcho. Foi presidente do Sindppd-RS, da CUT Metropolitana e diretor da FENADADOS. Ele é um técnico do SERPRO, lotado na PROCERGS, cedido para o gabinete do vice-governador Miguel Rosseto. Mario Teza faz o meio-de-campo de inúmeros projetos de software livre, coordenando o trâmite político e o desenvolvimento técnico de cada um deles. Onde há um projeto envolvendo GNU/Linux, certamente ele está envolvido. Assim foi com o projeto de lei do software livre do deputado Walter Pinheiro, do qual ele participou da redação junto com Djalma Valois do CIPSGA, e de muitos outros projetos, como o pacote GNU/Geoprocessamento, o Prefeitura Livre, o Escola Livre e o Empresa Livre.

Ele diz que sua empolgação é devida em grande parte ao charme da causa GNU/Linux, que traz em si o prazer de trabalhar pelo benefício social de enormes parcelas da população. "Está é a união que sempre buscamos: a esquerda social e o que há de mais avançado em tecnologia da informação", comenta. Mario cita como um bom exemplo disso o caso do ambicioso projeto gaúcho da Rede Escolar Livre RS, que irá implantar GNU/Linux em 40.000 máquinas, treinar 80.000 professores e atingir 1.400.000 alunos, sendo que 5.000 máquinas já estão em atividade. Fala também do Projeto Hipátia, uma rede e bibliotecas escolares estaduais, municipais e particulares. Órgãos públicos computando mais de 5.000 unidades trabalhando comunitariamente. Para isso a Univates está desenvolvendo o GNUTeca (lembram do Cesar Brod?). Os dois projetos serão notícia mundial em pouco tempo.

Ele aponta o efeito social multiplicador do software livre que, podendo criar um Sistema Local de Produção, conceito desenvolvido pelo governo gaúcho para o incremento da economia, em contraposição ao modelo federal, gera novas fontes locais de riqueza. Mario questiona integralmente essa política de dependência tecnológica de plataformas fechadas, que geram poucos empregos, receitas irrisórias e que expatriam parte bem significativa de nossas reservas. Ele defende uma inversão desse processo. Por isso seu trabalho de evangelização é um dos pilares da sua atuação, e se dá em conjunto com o BANRISUL e a PROCEMPA, desde o início do Projeto Software Livre RS.

Atualmente está envolvido com um grupo para atingir as 5.500 prefeituras do Brasil através do Prefeitura Livre. Esse projeto pode ser descrito em linhas gerais como um pacote completo de soluções, a partir do consórcio da PROCERGS, Conectiva, Sun, CCA (empresa privada gaúcha) e outras. Esse pacote, depois de instalado, já sai administrando toda a cidade. Muitas prefeituras já estão à espera de seu lançamento.

Mario também trabalha na organização do II Fórum Internacional de Software Livre, que ele acredita que irá superar o sucesso do ano passado. Edita um boletim chamado Notícias da Semana, com as novidades do Projeto Software Livre RS. Está nos seus planos de 2001 o lançamento do livro Crônicas de uma revolução com os bastidores do movimento no RS nos dois últimos anos. Ele trabalha para que Olívio Dutra se reeleja. "Mas o mais importante é que a cultura de liberdade da comunidade de software livre está cada vez mais enraizada no RS. Mais um mandato e teremos criado a base para uma mudança radical no Estado e que ajudará o Brasil a tornar-se um pólo mundial na área". A fonte de tanta energia? Sua mulher e seu primeiro herdeiro, o gnuser Enzo.

 

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