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O psicólogo que virou pingüim
O computador está onde o usuário estiver: esclarecendo que o futuro imediato impõe a velha filosofia dos mainframes

Fernando Augusto é um dos motores da Linux Place (www.linuxplace.com.br) e figura bem conhecida no cenário do Linux em Minas Gerais, principalmente por ser um dos autores do projeto do primeiro provedor gratuito da Internet brasileira e que era totalmente baseado em Linux, a BRFree. Ele navegou durante muitos anos por todos os Unix e daí até pular para o barco do Linux foram apenas alguns centímetros e muitas noites de pouco sono. O vírus da GPL e dos projetos abertos alojou-se em seu organismo e contaminou-o por completo.

Ele fala por horas sobre as maravilhas do PHP, sobre a inteligência estratégica de empresas como a IBM, Sun, SGI e Dell, ao apoiarem o Linux e exigirem um único padrão aberto, mas não perde a oportunidade de apontar algumas falhas. A maior, no seu entender, vem da pressão exercida por alguns segmentos que querem desfigurar a vocação do Linux como um sistema para redes, e que sustentam que é preciso perseguir o modelo de desktop do Windows. Este ex-psicólogo (quem entende a alma humana?) diz que isso é um erro crasso e que pode desestabilizar todo o seu desenvolvimento.

Fernando fala de um sistema constituído por camadas de processos e que o X, por exemplo, nunca renderá todo o desempenho do harwdare obtido com um Windows. Por outro lado, o X vem para mostrar a tendência de um fim do desktop, com servidores de aplicações e arquivos distribuindo e administrando tudo aquilo que os usuários se acostumaram a chamar de "meu desktop". Ele sintetiza assim: "o computador está onde o usuário estiver", esclarecendo que o futuro imediato impõe a velha filosofia dos mainframes.

No seu entender a Sun e a IBM estão se movendo com bastante tato no mercado, a primeira porque avança arrojadamente para a conquista de uma parcela significativa do mercado desktop e a Big Blue porque quer monopolizar o nicho dos servidores. Enquanto a Sun prepara uma investida agressiva na concorrência usando armas como o StarOffice e a adoção do Gnome, a IBM dirige-se para a escalabilidade dos aplicativos, integrando desde os minúsculos handhelds até o poderoso mainframe.

Outro problema que ele aponta são os browsers para Linux, mas vê saída com o aprimoramento do Konqueror. Fernando comenta que "quando o Word dá pau, todo mundo xinga o Windows, a mãe do Bill Gates e a Microsoft, mas quando o Netscape desaba ou desaparece inexplicavelmente no Linux, todos ficam quietos. Não pode ser assim, temos de buscar a resolução desses problemas que são essenciais, em vez de praticarmos um vaca amarela". Ele fala com bastante entusiasmo do progresso dos times do KDE e do Gnome no último ano e acredita que o Kylix é a peça que faltava. "Vou dormir pensando no impacto que ele vai provocar e acordo triste pois ainda não o tenho em mãos. Esse sim vem para desestabilizar e acho que vai ganhar muitos nichos do mercado, e já vejo as software houses brasileiras entrando pesado no comércio sem o constrangimento de instalar seus sistemas sobre um Windows todo pirata. Vai ser uma revolução esse Kylix", vaticina.

Outro projeto que ele vê com carinho é o Itanium, cujo lançamento mudaria completamente o panorama atual. "Não sei se isso vai se concretizar ou se vai virar vapor, mas a Intel deu um passo ousado com esse projeto. Com o Itanium não interessará quem tem o melhor programador e sim quem tem o melhor compilador, e vejo o Linux indo ao seu encontro com um compilador de ponta, pois ninguém se atreve a contestar a excelência do gcc", conclui.


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