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Novell: uma única rede

O conceito de diretórios levou a Novell a uma visão de mercado que a colocaria na vanguarda das tecnologias corporativas: por que não usar o NDS para integrar e administrar redes grandes e de múltiplos fornecedores?

Quem deu seus primeiros passos na área de computação colaborativa e pequenas redes departamentais nos anos 80 certamente deve lembrar o prestígio que a marca Novell desfrutava. Fundada em 1983, a empresa atuava em um nicho de mercado pouquíssimo explorado: as redes locais, hoje chamadas de redes departamentais. Seu produto, o NetWare, era um sistema operacional completo e dedicado a ser o servidor dessas pequenas redes. E o sucesso estrondoso do NetWare permitiu que a Novell crescesse a uma taxa impressionante, a ponto de tornar-se líder do setor em poucos anos. Mas os ventos dos anos 90 levaram a Novell para outros mares. E em 1993 a empresa lançava o Novell Network Directory System (NDS), serviço de catálogos (ou diretórios) que centralizava a administração de redes NetWare. É importante salientar que a definição de diretório refere-se a árvores de organização de recursos que podem ser usuários, programas, bases de dados, recursos de hardware ou mesmo redes completas.

O interesse do mercado pelo conceito de diretórios fez a Novell lançar, em 1996, o NDS for NT. Com o NDS for NT, a convivência entre Windows NT e NetWare, antes considerada impossível, passou a ser solução para muitos dos problemas enfrentados por algumas corporações.

Logo seguido por outras empresas, o conceito de diretórios levou a Novell a uma visão de mercado que a colocaria na vanguarda das tecnologias corporativas: por que não usar o NDS para integrar e administrar redes grandes e de múltiplos fornecedores?

Em fevereiro do ano 2000 a Novell lançou a OneNet, sua visão de integração de redes heterogêneas. Sobre essa solução, Richard Cameron, diretor de marketing da Novell para a América Latina, é enfático: "Nenhuma empresa de software consegue fornecer uma solução abrangente que resolva todos os problemas de uma corporação. Com o NDS, pode-se usar o que cada produto ou plataforma tem de melhor, integrá-los todos e administrá-los de maneira centralizada". E ele lembra que, com a explosão do Linux, que foi se infiltrando nas empresas aos poucos, a Novell constatou que estender a tecnologia NDS para englobar as plataformas mais utilizadas era a chave para criar um ambiente virtual único e realmente administrável.

Além da facilidade do fornecimento de um sistema único, também a administração da rede fica extremamente facilitada. "A sinergia proporcionada pelo NDS diminuiu em 80% a necessidade de suporte, aumentando o tempo livre dessa equipe para outras atividades e reduzindo o custo de administração da rede", explica Luis Solomon, diretor técnico e especialista em NDS da Engenet, de Londrina. Segundo Solomon, só a Engenet já possui mais de mil usuários cadastrados em sistemas NDS.

O NDS propicia um ambiente para transações de e-business e formação de relacionamentos eletrônicos. Ele permite criar estruturas que vão desde administração simples de redes corporativas até a criação de sistemas de ERP (Enterprise Resource Planning ou Sistema de Gestão Empresarial). É fácil, por exemplo, montar uma solução que compreenda análise de perfil de consumidores, carteiras eletrônicas, VPNs (redes privadas virtuais) e relações comerciais eletrônicas, o chamado e-business.

Diego Deboni Rosseto, diretor de tecnologia da QualityWare, empresa de Curitiba especializada em soluções integradas NetWare, NT, Solaris e Linux, comenta, sobre o objetivo da Novell de ser uma fornecedora de serviços de rede (Net Services), que ela está realmente desenvolvendo soluções independentes de plataforma. "O NDS é aberto e acessível, começando com a compatibilidade com LDAP até formas de acesso através de VB, Java, HTML ou XML. Se somarmos a isso as características de replicação, sincronização, controle de eventos (Timestamping) e disponibilidade em múltiplas plataformas, com certeza é o melhor diretório disponível", completa Diego Rosseto.

As tecnologias NDS oferecem ainda uma facilidade que a Novell chamou de Federation. Por exemplo, imagine que o NDS está gerenciando uma grande indústria de calçados. Em determinado processo, há a necessidade de que um usuário na rede corporativa do fornecedor de couro acesse a base de dados interna da indústria de calçados. Com o NDS, não há necessidade de criar uma conta na rede da indústria de calçados para que o fornecedor acesse o banco de dados. Em vez disso, podem-se criar permissões de acesso à base de dados da indústria usando o objeto "usuário" na árvore NDS do fornecedor.

Entre as empresas que já adotaram o NDS como base para gerir seus negócios estão a Michelin, a TRW, a United Airlines, a VeriFone e a OnSemiconductor, só para citar os casos mais recentes. E o Serpro, órgão de processamento de dados do governo federal, estuda a implementação da tecnologia de diretórios para administrar redes desassistidas.

Um caso interessante de utilização dos sistemas NDS é o da rede de TV CNN (www.cnn.com). A gigante de notícias precisava proporcionar conteúdo exclusivo para cada um dos seus mais de 80 milhões de usuários cadastrados.

Para dar uma idéia da magnitude dessa operação, basta lembrar que, em dias de baixo tráfego, o número de acessos simultâneos chega a 7 milhões de pessoas exigindo conteúdo exclusivo e um tempo de resposta inferior a meio segundo. O NDS da CNN acabou por administrar um diretório com mais de um bilhão de objetos, sem queda de desempenho, falhas ou servidores derrubados.

A família NDS de produtos

O carro-chefe da tecnologia NDS é o NDS eDirectory. Escalável e de alto desempenho, o eDirectory armazena e gerencia milhões de entidades, como usuários, aplicações, serviços de rede e dados. Todos esses objetos podem ser replicados e particionados. Ele implementa nativamente o padrão LDAP versão 3 e o protocolo de segurança SSL. O suporte a LDAP permite que aplicações escritas para esse padrão possam usar o NDS como base.

O irmão maior do eDirectory é o NDS Corporate Edition, uma ferramenta de gerenciamento de recursos de rede construída sobre o eDirectory. Com ele, as corporações podem integrar recursos espalhados por todas as redes envolvidas, independentemente de plataforma.

O banco de dados NDS pode ser usado como servidor LDAP em redes Unix e o sistema oferece gerenciamento de contas de usuários e grupos, além de autenticação centralizada (usando a tecnologia Single Sign-On), o que permite o uso de um só login para todos os serviços da rede espalhados por diferentes recursos e plataformas. Falando em autenticação, o NDS resolve os problemas de escalabilidade, dificuldade de administração e falhas de segurança do NIS (Network Information Service). O sistema captura as chamadas aos sistemas NIS, PAM ou mesmo ao sistema local de senhas (/etc/passwd) e os redireciona ao sistema NDS, que efetiva a autenticação.

Para administração e consultas existe o ConsoleOne, uma central de gerência de todos os recursos do sistema NDS. Com a aparência de um gerenciador de arquivos comum (como o Nautilus ou o Windows Explorer) é possível criar e manter usuários, grupos, senhas, recursos de rede (impressoras, modems, roteadores) e bases de dados em uma única interface gráfica

Instalando o NDS eDirectory em um servidor Linux

Os requisitos de sistema para instalação do eDirectory são: kernel 2.2, glibc 2.1.3, pelo menos 64 Mb de RAM (128 Mb é altamente recomendável) e 56 Mb de espaço em disco. Esse espaço refere-se apenas ao servidor NDS, o espaço adicional necessário dependerá do número de objetos a ser criados no NDS. Para rodar o ConsoleOne são necessários os mesmos requisitos acima, além de um processador rápido (maior que 233 MHz), uma máquina virtual Java versão 1.2 ou superior e 32 Mb de espaço em disco.

Todos os aplicativos Novell disponíveis para quaisquer plataformas podem ser obtidos através do site oficial de downloads: www.novell.com/download. Procure NDS eDirectory 8.5 for Linux. Pode-se fazer o download do arquivo inteiro (aproximadamente 50 Mbytes) ou dividido em quatro partes de aproximadamente 12 Mbytes. Caso a máquina virtual Java não esteja instalada em seu sistema, um JRE 1.3 foi incluído no pacote. Uma vez descompactado em um diretório de instalação, deve-se fazer o download de uma licença de avaliação.

IMPORTANTE: Antes de iniciar a instalação do NDS, verifique se todos os pré-requisitos foram preenchidos. Consulte a documentação on-line incluída no tarball para mais informações. É importante ler TODA a documentação antes de iniciar a instalação. Uma boa idéia é consultar os tutoriais on-line e baixar os manuais em PDF disponíveis nas áreas de documentação e download do site.

Logue-se como root na máquina que será a servidora. Rode o programa nds-install e siga as instruções (em inglês) da tela. NÃO INSTALE O NDS EM SUA MÁQUINA DE TRABALHO! Escolha uma máquina para ser exclusivamente a servidora NDS. Depois de instalado o programa, basta configurar sua rede e administrá-la a partir do ConsoleOne.

Para saber mais
Site oficial da Novell www.novell.com/
Business case da CNNwww.novell.com/success/cnn.html
Tech Info CNNwww.novell.com/success/cnn_wp.html

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