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SuSE Linux 7.1

O processo de instalação não mudou muito desde as últimas versões. Basta dar boot pelo primeiro CD e seguir os passos do instalador gráfico

No mercado desde 1994, a SuSE GmbH é uma das grandes empresas do mundo Linux e desenvolvedora daquela que é considerada por alguns como a melhor distribuição Linux, por outros como uma estranha mistura de pacotes RPM e convenções do Slackware. Com versões para as arquiteturas x86, PowerPC, Sparc e Alpha, o SuSE Linux 7.1 é a mais recente versão dessa distribuição alemã.

O pacote

O SuSE Linux 7.1 vem em uma grande (e pesada!) caixa, contendo manuais, um guia rápido de instalação, um conjunto de CDs, um disquete de boot, um disquete de módulos, cupom de registro para suporte técnico e pequenos "souvenirs", como uma cartela de adesivos e um broche no formato do mascote da SuSE, o camaleão Geeko. Os CDs vêm em uma espécie de "folder" de papelão: a primeira coisa que se vê ao abrir esse encarte é um FAQ (excelente idéia) e, desdobrando-o mais uma vez, chega-se às mídias de instalação, um impressionante conjunto de 7 CDs e 1 DVD, que engloba o conteúdo de todos os CDs. Os discos são numerados, mas a SuSE tem o mau hábito de não rotular os discos pelo seu conteúdo. Não há como saber rapidamente se o CD 3 tem código-fonte ou aplicativos comerciais, a não ser montando o disco. No total, mais de dois mil aplicativos fazem parte da distribuição.

Os quatro manuais que acompanham a caixa são o Quick Install Manual, guia rápido de instalação; o Applications Manual, descrevendo quais aplicativos podem ser usados para tarefas do dia-a-dia, desde ouvir CDs até a aquisição de imagens com um scanner; o The Handbook, um imenso livro de 615 páginas, detalhando o funcionamento de várias partes do sistema, como gerenciadores de janelas, scripts de inicialização, configuração de rede, impressão etc., e o Configuration, mostrando detalhes da configuração de vários programas e serviços, para facilitar aqueles "ajustes finos" necessários em qualquer sistema. No total são mais de mil páginas de documentação, escrita em uma linguagem não muito técnica, acessível ao iniciante, e com vários exemplos e ilustrações para facilitar a compreensão de cada tópico.

Instalando

O processo de instalação não mudou muito desde as últimas versões. Basta dar boot pelo primeiro CD e seguir os passos do instalador gráfico (Yast 2). É possível escolher o kernel a ser usado (2.2.18, padrão, ou o 2.4.0). Há várias opções de perfis de instalação, sendo que o "Default with Office" provavelmente será o mais usado pelos usuários domésticos. Esse perfil engloba um conjunto de 334 pacotes, incluindo o StarOffice 5.2, ocupando um espaço em disco de 1,2 Gb. É possível salvar a configuração do Yast em um disquete, o que facilita a instalação do sistema em várias máquinas "idênticas". Após a instalação dos pacotes do primeiro CD, um sistema básico é iniciado para que se possa prosseguir com os pacotes do segundo CD. A partir daí só nos resta configurar o hardware (vídeo, som, rede), para completar a instalação. Infelizmente, ocorreram alguns problemas...

Durante a seleção de teclado nota-se a falta do layout ABNT2 (ou compatível). Embora essa configuração possa ser refeita corretamente mais tarde, é frustrante ficar "catando" teclas durante a instalação por causa de um mapa de teclado diferente. Também tivemos problemas na configuração do monitor: nosso Samsung SyncMaster 3NE (bastante popular, tanto no Brasil como no exterior) simplesmente não consta na lista de modelos suportados. Sem problemas, basta escolher um monitor genérico (VESA) com uma resolução de 1024x768 a 60Hz. Mas essa resolução/freqüência não está disponível!

Há várias opções, desde 640x480 a 1280x1024, mas todas com a freqüência de 75Hz, o que faz nosso monitor perder a sincronia e gerar "apitos" terríveis. A escolha de profundidade de cor também é problemática: a única disponível em nossa placa SiS 530 é 8 Bits (256 cores), o que é insuficiente para as tarefas de um desktop doméstico. Vale lembrar que várias outras distribuições, como o RedHat 7.1, Conectiva Linux 6.0, Mandrake 7.2 e 8.0 e Progeny Debian 1.0, entre outras, reconhecem perfeitamente nosso monitor e placa de vídeo.

Cansado de brigar com o Yast, escolhi ignorar o X e realizar sua configuração manualmente. Após o término da instalação me loguei como "root" e, usando o configurador em modo texto do XFree 4 (comando: xf86cfg -textmode), escolhi monitor (Ei, o Samsung SyncMaster 3NE está na lista! Por que a SuSE não usa a mesma lista do XFree?), placa de vídeo, driver e resolução, mouse, teclado, mas, na hora de salvar a configuração, houve mais um problema: um bug, já corrigido em versões mais recentes do Xfree, faz com que o xf86cfg entre em uma espécie de "loop" ao gravar o arquivo de configuração do XFree, gravando várias vezes a mesma informação (toda a Subsection "Screen") dentro do arquivo até que o espaço em disco acabe. Imagine a surpresa de um usuário ao encontrar em seu disco um XF86Config de 274 Mb!

Felizmente, existe uma maneira de "contornar" o bug, evitando que ele se manifeste. Ao selecionar a resolução de vídeo não desmarque nenhuma das opções pré-selecionadas, apenas adicione as resoluções que você deseja usar. O arquivo de configuração será salvo normalmente. Depois de tudo isso, ainda foi necessário editar o /etc/X11/XF86Config para comentar a linha Chipset "SiS520". Só assim consegui obter um X funcional.

Usando o sistema

Ambas as versões do kernel (2.2.18 e 2.4.0) possuem suporte a USB, que está se tornando extremamente popular ultimamente. Existe a opção de uso do ReiserFS, filesystem com recursos de journaling. Suporte ao processador Pentium 4, Raw I/O, e a até 64 Gb de RAM também estão presentes.

Sendo uma distribuição alemã, a SuSE decidiu valorizar a "prata da casa" e utilizar o KDE como seu desktop padrão. Gnome e WindowMaker estão presentes nos CDs, mas você não irá encontrar nenhuma referência a eles durante a instalação, embora seja possível selecioná-los posteriormente através do Yast 2.

Fãs do Gnome irão preferir instalar o Ximian Gnome 1.4 via Internet e aproveitar, além da versão mais recente do Gnome, as facilidades de atualização do sistema oferecidas pelo Red Carpet.

O conjunto "padrão" de aplicativos está presente, como o StarOffice, ferramentas de desenvolvimento, programas para multimídia, Internet, alguns jogos, suporte a placas de TV etc. Ferramentas como o Yast 2 e o SaX (SuSE advanced X configuration tool) tornam fácil a atualização de pacotes, criação de usuários, ativação de serviços e configuração de hardware. Entre os aplicativos extras há versões demo do Arkeia (software de backup), vmware, Open Motif, Antivir e JBuilder, a ferramenta RAD para Java da Borland.

Avaliação

Apesar dos problemas encontrados na instalação, a generosa quantidade de pacotes, ferramentas fáceis de configuração e excelente conjunto de manuais fazem do SuSE Linux 7.1 uma boa escolha para quem já possui alguma experiência com Linux.

Para saber mais

Site oficial da SuSE, em inglês: www.suse.com

Site oficial da SuSE, para os leitores fluentes no idioma alemão: www.suse.de

Livraria Canuto, distribuidora da SuSE no Brasil: canuto.com.br

Configuração da máquina de testes

Processador: AMD K6-2 450 MHz
RAM: 64 Mb
HD: Quantum Fireball LCT, 8.4 Gb
Placa-Mãe: ASUS P5AB
Vídeo: SiS 530 Onboard. 2 Mb de VRAM (compartilhada)
Monitor: Samsung SyncMaster 3 NE, 14 Polegadas
Som: ESS Solo-1, Onboard
Teclado: Padrão ABNT2
Mouse: Mouse Logitech Serial, com 3 botões


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