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Estudo de caso
 
Economia acima de tudo
 
Atento ao momento econômico adverso, empresas do setor de comércio varejista brasileiro descobrem as potencialidades do software livre
 
 
Para conhecer bem o potencial do software livre e as suas vantagens, não se pode apenas explorar itens como segurança, domínio tecnológico e a independência de fornecedor, mas também a economia gerada com o uso de soluções baseadas em Linux. As vantagens competitivas obtidas com as soluções baseadas em softwares livres vão além do desempenho técnico. O mercado de informática brasileiro já descobriu esse tipo de demanda, ofertando produtos que dêem condições de minimizar as despesas e viabilizar o negócio. O momento atual do mercado globalizado exige respostas rápidas e um monitoramento constante dos resultados obtidos para que sejam tomadas as decisões rápidas e corretas, e que se possa atingir um nível mais elevado de competitividade.
O varejo é um dos segmentos mais atuantes da economia nacional, mas passa por dificuldades de percurso. Com a política de juros altos do Banco Central, o dinheiro é caro e há uma retração no ímpeto consumista da população brasileira. De acordo com uma análise realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), o faturamento real do comércio varejista na Região Metropolitana de São Paulo, a mais representativa do país em números, está em declínio, e os maiores responsáveis por esse comportamento foram a queda nas vendas de bens de consumo e o fraco desempenho do comércio automotivo. Os números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) confirmam essa tendência. Para o IBGE, no último mês de junho, o comércio varejista teve mais um resultado negativo, ao decrescer seu volume de vendas em 0,99% com relação a igual mês do ano passado. Esse desempenho praticamente não alterou a taxa acumulada no ano, que se estabeleceu em -0,92% para o primeiro semestre, contra os -0,95% registrados de janeiro a maio. Outro fator que contribui para a desaceleração do setor são as medidas restritivas do consumo de energia elétrica no país.
Essa conjuntura desfavorável obriga o setor do comércio varejista a encontrar soluções que atendam às suas reais necessidades do dia-a-dia. No Brasil, as soluções Linux para o segmento de varejo estão arregimentando usuários em diferentes estados: Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais. Empresas de ramos tão diversificados, como o comércio varejista de material de construção, calçados, autopeças e até de presentes, adotaram o sistema operacional do pingüim e estão mais que satisfeitos com os resultados obtidos.
As empresas Anita Calçados, de Campo Grande-MS, Comercial Fernandes (empresa comercial do ramo de materiais de construção), de São Carlos-SP, Rocar Peças, de Sete Lagoas-MG e Solar Presentes, de Belo Horizonte-MG adotaram um software de gerenciamento comercial desenvolvido por uma softwarehouse brasileira (EAC - Engenharia de Automação e Controle), mais conhecido como SACI (Sistema de Automação Comercial Integrado). O sistema, que inicialmente rodava em plataformas DOS e posteriormente, SCO Unix, foi portado para o Linux em 1996. De acordo com Guilherme Campolina, coordenador de Pós-venda da EAC, o produto permite um controle preciso de todas as áreas vitais da empresa, gerando melhoria de desempenho de giro de estoque, à medida em que favorece precisão nas compras e conforto para as vendas. “O acesso às informações para a gestão da empresa é simples e objetivo, inclusive via Web, com baixíssimo TCO (custo total de propriedade), além da possibilidade de uso de plataformas livres e da facilidade em soluções de conectividade, já que a solução é em ambiente caractere e, portanto, leve”, salienta Campolina.
Empresas
 
A Anita Calçados é uma empresa do comércio varejista de calçados e artefatos de couro, localizada em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. A empresa é sediada na área nobre da capital sul-matogrossense e conta com 5 filiais espalhadas na região central da cidade. Fundada em 1990 e com 180 funcionários, a Anita Calçados utiliza o SACI desde outubro do ano passado. “Rodávamos um sistema em plataforma DOS, em cima do Netware Novell 5x, e o aplicativo era desenvolvido na plataforma Cobol e a mudança para o Linux ocorreu com a aquisição do SACI, que requisitava o uso do sistema operacional Linux”, diz Carlos Bellin, presidente da empresa, que demonstra satisfação com os resultados obtidos com a solução. “O sistema atende às necessidades da Anita Calçados, possibilitando extrair a partir do conjunto de dados armazenados, informações rápidas e simples. Para Bellin, o sistema baseado em Linux tem a vantagem de utilizar um ambiente multiusuário, dispensando o uso de qualquer outro software de Netware e exige poucos recursos dos equipamentos, podendo aproveitar as máquinas mais antigas. “A maior vantagem de todas é que o ambiente Linux é free, ou seja ele é livre quanto à licença de uso”, conclui Bellin.
Outra empresa que utiliza o SACI é a Comercial Fernandes, que comercializa materiais de construção, elétrico e hidráulico na cidade de São Carlos, no interior de São Paulo. Com 30 funcionários, a empresa usava a plataforma DOS/Windows para a gestão de negócios. A mudança para o Linux aconteceu por ser um sistema mais robusto e confiável para operações de missão crítica da empresa. “Com o Linux, obtivemos a automação e integração efetiva de 80% das operações de controle comercial e gerencial e isso possibilitou à direção da empresa concentrar-se apenas nas tarefas essenciais para a manutenção de nossa competitividade no nosso setor de negócios” , declarou o diretor da Comercial Fernandes, Marcio Merino Fernandes. Outros itens destacados por Fernandes a favor do uso de software livre em aplicações comerciais, é a não necessidade de atualização periódica de hardware e uma menor vulnerabilidade a vírus.
A Rocar Peças é uma empresa constituída por 4 lojas do segmento de autopeças e acessórios para automóveis e caminhões, na cidade de Sete Lagoas, localizada a cerca de 70 km da capital de Minas Gerais, Belo Horizonte. A Rocar é uma empresa familiar, com 70 funcionários e usa o SACI desde 1994. “A implantação do sistema foi simultânea a uma grande crise pela qual passou o comércio brasileiro (Plano Real), conta o diretor da Rocar, Leandro Martins das Neves. Para Martins, a implantação do sistema foi fundamental para que a empresa pudesse superar as dificuldades e manter-se competitiva no mercado. “Atualmente a empresa está mais enxuta que antes, com uma redução de 30% de pessoal, mas faturando 40% a mais que em 1995, com uma loja a menos. A implantação da solução SACI demorou seis meses, sendo que foram implantados recursos como Cadastramento de Produtos, Clientes e Fornecedores, Recebimento de Mercadorias, Precificação, Estoque, Contas a Pagar e Receber, Ponto-de-Venda, entre outros. “Nosso atendimento ficou mais ágil, com maior dinâmica no recebimento de mercadorias, menores índices de inadimplência e com o passar do tempo, consolidou-se a gestão de compras por Curva ABC, o grande trunfo da administração de estoques”, destaca Martins.
A Solar Presentes é uma das mais tradicionais lojas de presentes de Belo Horizonte, existente há 50 anos. Uma equipe de 41 funcionários, entre vendedoras, pessoal de apoio, administrativo e gerencial, utiliza 12 máquinas na frente da loja e mais 11 na retaguarda, todas elas on-line. Até o início de 1999, a empresa utilizava um software em módulos não integrados para controle de mercadoria, controle de estoque, pedidos e venda. “Com a reforma que praticamente dobrou a área de vendas da loja e o depósito, a exigência sobre a capacidade da Solar em gerar resultados cresceu e nos demandou controles mais rigorosos, cortes de custos administrativos, melhoria no processo de negociação com os fornecedores e principalmente, uma saudável necessidade de aumentar o volume de vendas”, diz Juliana Xavier, diretora da Solar Presentes. Para Juliana, vender no SACI significa ao mesmo tempo, obter na retaguarda todas as informações da frente da loja (cadastro de clientes, limites de crédito, histórico de compras, dados de pedido, contas a receber, entre outras) e disponibilizar no PDV todas as informações da retaguarda (produtos, preços, estoque, métodos de pagamento, etc.) tudo on-line e de forma integrada. “Outro benefício da implantação do SACI foi uma grande melhoria na nossa precificação, o que nos permitiu segmentar o mercado e aumentar nossa clientela e nosso faturamento e nossos controles financeiros tornaram-se mais ágeis e consistentes”, destaca Juliana Xavier.
O Linux está conquistando espaços no segmento varejista e isso é uma conseqüência da necessidade de mercado por soluções eficientes. Estar presente em uma área tão distinta da informática, como é o varejo, é uma prova de quanto o sistema operacional do pingüim é flexível e pode ser utilizado para fins tão diversificados. E, o melhor de tudo,: cada vez mais próximo das pessoas comuns.
 
Rodrigo Asturian
asturian@RevistaDoLinux.com.br
 
Infográfico:
 
Gestão empresarial para Linux
 
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