Revista Do Linux
 
  
  
EDIÇÃO DO MÊS
 CD do Mês


 Capa
 Entrevista
 Estudo de Caso
 Serviço Público
 Documentação
 Hardware
 Passo a Passo
 Programação
 Redes
 Ferramenta
 Solução
 Estudo de Caso
 

Coluna do Augusto

Reconhecimento de hardware

Recentemente, tive a oportunidade de instalar 5 distribuições recentes de Linux em um notebook Toshiba, e confesso que tive uma surpresa. Esperava encontrar o nível de dificuldade visto ao longo de 5 anos de participação em fóruns e listas de discussão, onde acompanhei diversos relatos de insucessos e de métodos mirabolantes para instalação do Linux em sistemas de pequeno porte.

Ao invés disso, encontrei uma realidade muito mais agradável: em alguns casos, gravei um disquete de boot especial (basta um único comando, que constava na documentação impressa da própria distribuição de Linux) e instalei normalmente. Nos casos mais complexos, bastou fazer uma instalação via rede local - FTP ou NFS, dependendo do caso, e sempre com instruções do manual impresso ou do site da distribuição - e o sistema funcionou, sem precisar recorrer ao Laptop-HOWTO (linuxdoc.org/HOWTO/Laptop-HOWTO.html)

Quando uso a palavra “funcionou”, não estou sendo generoso. O notebook usado nos testes tem uma série de dispositivos internos e anexos: disquete USB, CD-ROM PCMCIA, winmodem Lucent, placa de rede Intel, vídeo de 1024x768 (S3 Savage) e placa de som Yamaha AC97. Excetuando o modem (que sempre exigiu configuração manual) e o CD-ROM (que só foi configurado automaticamente pelo Mandrake Linux), nenhum item deixou de ser reconhecido pelos próprios programas de instalação ou configuração das distribuições. Mais: este notebook dispõe de uma partição com outro sistema operacional e, ao longo de todas as instalações realizadas, esta partição permaneceu intacta e acessível, sem perda de dados.

Claro que nem tudo são flores - em alguns casos, o driver da placa de vídeo não era o ideal em termos de desempenho, ou os programas de configuração de hardware (como o kudzu, por exemplo) precisaram de ajuda para desempenhar corretamente suas tarefas - mas nada que chegasse perto das acrobacias e mágicas relatadas em anos anteriores pela comunidade de usuários.

Este progresso é fruto de vários fatores. Os notebooks estão cada vez mais próximos da configuração dos computadores de mesa, o que facilita bastante a tarefa. Por outro lado, os programas de instalação e configuração (e o kernel!) progrediram muito no suporte a dispositivos. Quem usa Linux há dois anos ou mais, lembra a ginástica que era necessária para configurar até mesmo as placas de som mais comuns, ou a resolução das placas de vídeo. Hoje, boa parte delas é configurada automaticamente pelo programa de instalação.

Podemos ir mais longe: há 6 meses, configurar um gravador de CD-ROM IDE exigia configuração manual de parâmetros do kernel, carregamento de módulos e outras atividades vistas pelos usuários não técnicos como encantamentos de magia negra. Mas a distribuição que uso hoje em meu computador pessoal já reconheceu e configurou automaticamente meu gravador de CD, criando até mesmo um ícone para ele no ambiente de trabalho do KDE.

O reconhecimento e suporte a hardware já foram apontados como pontos fracos do Linux, mas a convergência dos padrões de hardware e o desenvolvimento do próprio Linux levam a um ponto onde tarefas que pouco tempo atrás davam dor de cabeça em especialistas, hoje são feitas automática e transparentemente - como devem ser.

O lado bom: menos dor de cabeça para configurar seu equipamento - não é necessário muito conhecimento para instalar.

O lado ruim: fica mais difícil impressionar os amigos com os seus conhecimentos avançados de instalação de Linux.

Saiba pedir ajuda

Para completar a coluna deste mês, uma pequena dica: a maior parte dos usuários de Linux logo descobre onde pedir ajuda à comunidade: fóruns, listas de discussão, etc. Infelizmente muitos não obtêm sucesso em seus pedidos de ajuda por não conseguirem incluir em suas mensagens o mínimo de detalhes necessários para uma análise ou diagnóstico por parte dos colegas de fórum ou lista. Portanto, vamos lá: ao escrever para pedir ajuda, expresse-se claramente. Inclua informações sobre sua configuração (distribuição, versão, versão do kernel, tipo de conexão à Internet, hardware...), mesmo quando parecerem irrelevantes. Diga claramente o que você já tentou e quais as mensagens retornadas pelo sistema. E fique atento ao que rola na lista, para não mandar mensagens fora do assunto ou fora do nível habitual dela. Ou simplesmente leia o Guia do e-mala (linux.trix.net/e-mala.htm) e faça tudo o contrário.

O lado bom: você vai ter respostas muito mais precisas, rápidas e freqüentes.

O lado ruim: os usuários veteranos das listas vão ter cada vez menos oportunidades de praticar a arte de reclamar das perguntas incompletas.


A Revista do Linux é editada pela Conectiva S/A
Todos os Direitos Reservados.

Política de Privacidade
Anuncie na Revista do Linux