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Terminal Linux a serviço da saúde

Laboratório economiza com a implantação de solução server-based com boot remoto e substitui gradualmente seus servidores Unix por Linux

O setor de saúde é um dos que mais se beneficiam com o Software Livre. Exemplos como o do Sistema Único de Saúde (SUS) e da Secretaria Estadual da Saúde da Paraíba mostram que o Linux é uma alternativa econômica e tecnicamente vantajosa para o setor público e privado. O aumento do número de instituições de saúde que estão descobrindo o Linux - como o Hospital Santa Genoveva, em Goiânia, e Hospital do Campo Limpo, em São Paulo-SP - é um indicador de que o sistema operacional do pingüim não é um modismo, e sim uma necessidade de renovação tecnológica. Isso não foi diferente com a empresa Rhesus Medicina Auxiliar, com 12 unidades de atendimento instaladas na grande São Paulo, que há oito anos expandiu sua divisão de suporte a laboratórios do interior do Estado de São Paulo e pelas principais cidades brasileiras. O Rhesus, com suas unidades e centros regionais, forma uma rede logística com rotas de coleta que abrangem mais de 2.000 laboratórios de pequeno, médio e grande porte em todo o país. “Hoje o volume de exames realizados pela Rhesus soma mais de 300.000 testes por mês”, explica Américo Kerr Azevedo, gerente de informática do Rhesus.

“Ao concluir o processo de upsizing, em 1995, a empresa optou por computação 'server-based' com a utilização do SCO-Unix, e para as estações de trabalho, foram adquiridos terminais assíncronos de baixo custo de propriedade (atualmente são 120 estações). Os terminais assíncronos foram se tornando obsoletos, o custo de assistência técnica cresceu e a vantagem obtida pelo fato de demandarem menor estrutura de suporte foi, aos poucos, sendo perdida”, conta. Outro fato que preocupava Kerr Azevedo é o crescimento do número de PCs rodando Windows, que gera um alto custo de propriedade (TCO), e a rápida obsolescência dos mesmos, tanto em hardware como em software.

A principal aplicação do laboratório, desenvolvida e mantida por equipe própria há mais de 12 anos, roda no Recital Unix Developer (xBase) em um servidor SCO Unix, acessado por terminais assíncronos (texto 80X24) e alguns micros rodando emulador de terminal. De acordo com Azevedo, a necessidade da empresa era tornar as aplicações “visuais”. “A Recital Corporation tem soluções para isso, o Recital Mirage, que habilita nossas aplicações a rodar web-based, com interatividade assegurada por um layer java instalado no cliente”, explica. A necessidade do Rhesus é substituir, de forma gradual, os antigos terminais texto por estações de trabalho que rodem em um browser java-enabled, mantendo os custos de propriedade nos mesmos níveis atuais.

Para que a solução pudesse ser efetivada, o Rhesus decidiu substituir um de seus servidores SCO Unix por Linux. “O SCO OpenServer 5.0, que utilizamos atualmente, perdeu espaço no mercado e não vem sendo efetivamente mantido e melhorado há mais de três anos”, justifica. Até o final do ano o Rhesus terá todos os servidores rodando Linux. De início, o processo de aculturação do novo ambiente foi bastante positivo. Azevedo explica que a experiência com o Linux começou com a troca do servidor de e-mail e do domínio www.rhesus.com de SCO Unix para o Conectiva Linux. No entanto, para o lado cliente, a decisão não foi tão fácil. “Substituir todo o nosso parque de 120 terminais por máquinas rodando Windows tornaria nosso custo total de propriedade elevado demais e envolveria uma total remodelação de nossa estrutura de suporte, treinamento e custos, o que tornava o projeto pouco viável”, salienta.

E qual foi a solução encontrada para o problema? Foram montadas estações “diskless” utilizando placas-mãe integradas (Asus CUSI/TUSI-M) em gabinetes ATX (Nilko), fornecidos pela Asian Informática (www.asian.com). A equipe de informática do Rhesus fez a adaptação do Linux Terminal Server Project para o Conectiva 7.0 e o KDE 2.2.2, sendo que o KDE 3 está em fase final de testes. “Usamos o Aterm como emulador de terminal para as aplicações caracter”. Kerr Azevedo explica ainda que o KDE permite login automático de usuário em um desktop padrão onde há uma mensagem publicitária e o ícone de acesso ao sistema Rhesus. “Com um servidor de baixo custo, um Pentium III 700 MHz com 256 Mb de RAM, disco IDE de 20 GB e placa Realtek, pudemos atender mais de 15 usuários simultâneos do boot remoto”. (N.d.R - Veja matéria sobre Boot Remoto e Terminal Server na RdL 23, de dezembro de 2001).

O que existe hoje no Rhesus, em sua unidade Moóca VIP, é um desktop gráfico KDE, com possibilidade de rodar todas as aplicações KDE/Linux, browser (Konqueror) java-enabled, StarOffice, etc. em um micro totalmente dependente do servidor e imune às alterações por parte do usuário. Para permitir o funcionamento em caso de falha do servidor, um servidor alternativo foi configurado. “A estabilidade do servidor Linux é excelente e todas as dificuldades técnicas foram ultrapassadas nos primeiros dias de uso, e os usuários se adaptaram muito bem à nova estação de trabalho. Até mesmo o tempo de carga do terminal nos surpreendeu, em menos de 30 segundos o terminal está operacional”, conta Kerr Azevedo. A empresa conseguiu implantar uma estação visual de trabalho server-based a custo muito inferior ao normalmente oferecido pelo mercado, sem incrementar a estrutura de suporte, como seria previsto se as máquinas fossem implantadas com o sistema operacional de Redmond. Em determinadas operações, como assinatura eletrônica de resultados de exames, o ganho da produtividade chega a ser mais de 100% superior em relação ao terminal anterior”, contabiliza. O servidor Linux também roteia o acesso à Internet, via Speedy, de um terminal disponível ao paciente para utilizar livremente. Em caso de falha do acesso via Frame Relay à rede corporativa, o servidor conecta-se via VPN (IpSec) utilizando o Speedy”, acrescenta Kerr Azevedo.

Raio-X da solução

Em apenas uma unidade do Rhesus Medicina Auxiliar, localizada na Rua Bixira, no bairro da Moóca, a economia com a solução Terminal Linux (ou boot remoto) foi superior a R$ 13.000,00 em custos diretos referentes à economia em discos rígidos, memória, CDROM e processador (Celeron para Pentium III) em todas as estações e licenças do Windows XP. Nessa estimativa, de acordo com o Rhesus, não estão computados, ainda, os custos de propriedade (TCO).

Tecnologia Plataformas usadas:

Unix (SCO) e

Conectiva Linux 7.0

Servidor de banco de dados:

Recital Unix Developer 8.3 e Recital Universal Application Server 8.3

Tamanho do banco de dados:

Mais de 40 GB de dados on-line e igual quantidade off-line (CDs e fitas DAT)

Rede:

Servidores Unix e Linux, clientes Windows (98/ME), terminais assíncronos, terminais “Linux” (Mooca/Alphaville/Osasco/Matriz), LAN (10/100 MB) e WAN (Frame Relay - Telefonica e Embratel), Internet via Embratel (128K), roteadores Cisco (dados) e Memotec (voz/dados), ADSL de vários provedores no Brasil, switches Nortel e Cisco.

Legendas:

Estações de trabalho com Linux

Azevedo: “A estabilidade do servidor Linux é excelente”

Para saber mais:

Rhesus Medicina Auxiliar - www.rhesus.com

Linux Terminal Server Project - www.ltsp.org

Recital Corporation – www.recital.com


Rodrigo Asturian - asturian@RevistaDoLinux.com.br


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