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Saúde garantida

A Santa Casa de Misericórdia de Lins, no interior de São Paulo, substitui seus servidores NT por Linux e consegue reaproveitar um parque de máquinas destinados à sucata

As Santas Casas, hospitais espalhados por todo o país, são conhecidas por seu caráter filantrópico e prestam os mais diversos serviços de saúde à população. Na cidade de Lins, no interior de São Paulo, a Santa Casa de Misericórdia de Lins é mais um dos hospitais brasileiros que estão conhecendo as vantagens do Linux. "Como qualquer outra Santa Casa, também vivemos em constante crise financeira e precisávamos encontrar uma solução estável, segura e barata para o hospital", diz Reginaldo Nakata, responsável pelo Centro de Informática do hospital. A rede do Centro, baseada em Windows (servidor e estações), estava sempre travando e o servidor tinha que ser reinicializado quase que diariamente. "Fazer reindexações do sistema era rotina e gerava transtornos para os recepcionistas que precisavam fazer as fichas dos pacientes a serem consultados", explica Nakata.

Há dois anos, a Santa Casa de Lins adquiriu 25 máquinas e montou uma rede interna, com a locação de um sistema de gerenciamento hospitalar (Wareline). No entanto, o nú- mero de computadores não era suficiente para atender todos os departamentos do hospital. A experiência de Nakata com o Linux foi o início da resolução dos problemas que afetavam o Centro de Informática.

Entre as primeiras atitudes tomadas por Nakata na Santa Casa de Lins foi a substituião do servidor, que rodava em Windows NT, por Linux. "Em seguida, foram reutilizados vários 486DX/2 com 8 MB de RAM, que haviam sido aposentados com a instalação da rede e a chegada dos novos equipamentos". O servidor, que passou a rodar o Conectiva Linux 7.0, é usado para servir arquivos e impressão para estações Windows e Linux, com a utilização do Samba e DOSEMU. Nakata considerou a opção de utilizar o MARS_NWE, porém como o servidor antigo rodava em Windows NT, o Samba se encaixaria melhor à solução. "Eu teria menos trabalho de configuração nas estações e, além disso, o Samba está bem mais maduro que o MARS_NWE", explica. Preocupado com a questão de usabilidade, Nakata destaca que com essa solução foi possível melhorar os serviços de rede, sem alterar a rotina dos usuários. Outro fator apontado por Nakata, que contribuiu para a migração dos SO's dos servidores da Santa Casa de Lins, é que com o Windows NT seria quase impossível rodar os programas Clipper com volumes compartilhados em um 486/DX2. Atualmente, o hospital conta com um sistema integrado de internação, ambulatório, estoque, faturamento, entre outros recursos, rodando em um servidor equipado com Linux, executando o Samba com clientes Windows. Algumas estações Linux (com o sistema emulado) estão em fase de testes, há cinco meses. "Estou utilizando o DOSEMU em estações Linux 486/DX2 rodando aplicativos remotamente para fazer altas de pacientes, transferência de leito, pedidos de materiais e medicamentos, gerar relatórios, entre outras tarefas do dia-a-dia do hospital", diz Nakata. De acordo com ele, o desempenho das estações 486/DX2 com o sistema operacional do pingüim supera o de um Pentium III 550 Mhz equipado com Windows. "Estou substituindo aos poucos as muitas estações Windows ainda existentes e pretendo, até o final do ano, estar com pelo menos 50% das estações rodando Linux". Graças à reutilização dos computadores na Santa Casa de Lins foi possível economizar recursos financeiros que foram direcionados para a melhoria do desempenho da rede do hospital, que passou a contar com um sistema de 10/100Mbps e os HUBs foram substituídos por Switches de 10/100Mbps. Além disso, todos os departa mentos da Santa Casa de Lins estão ligados na rede. O fator econômico não foi o único benefício proporcionado pela solução Linux. Com ela, ressalta Nakata, administrar o servidor ficou mais fácil, possibilitando a criação de grupos de trabalho, acesso remoto rápido e seguro ao servidor para eventuais reparos ou alterações, autenticação de usuários e backup automático. "Agora não é mais necessário reiniciar o servidor, já que os processos são independentes no sistema", conclui. O servidor da Santa Casa de Lins é um Pentium III 933Mhz, com 256 MB, rodando Conectiva Linux 7.0 em um HD 9.1 GB SCSI.

Caráter filantrópico

A Santa Casa de Misericórdia de Lins foi fundada em 1923, quando um grupo de 45 pessoas, conhecedoras de seus direitos e deveres, dotados de boa vontade e civismo, reuniram-se de livre e espontânea vontade a fim de congregar uma entidade para criar e gerir um empreendimento de caráter filantrópico na área de saúde, tendo em vista a carência de recursos no que se refere ao atendimento médico à população linense e das cidades vizinhas. Atualmente, o hospital tem 310 funcionários, com uma média de 12.000 consultas mensais e capacidade para 100 leitos. A Santa Casa de Lins é uma entidade filantrópica e pertence à Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Lins, fundadora do hospital.


Rodrigo Asturian - asturian@RevistaDoLinux.com.br

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