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Silicon Graphics, ciência e Linux

A SGI traz para o Brasil a famíla de servidores de alto desempenho Altix, voltada para aplicações científicas movidas a Linux

A Silicon Graphics (SGI) está lançando a família de servidores de 64 bits para Linux SGI Altix 3000, baseada na arquitetura SGI NUMAflex, que permite a escalabilidade independente de cada módulo, que, por sua vez, permite um crescimento e atualização do equipamento de acordo com a necessidade da empresa - e com processadores Intel Itanium 2. Os novos servidores são 100% compatíveis com aplicações de 64 bits do sistema operacional do pingüim. De acordo com a SGI, o Altix é uma solução para computação de alto desempenho. "Acreditamos que o Altix seja uma importante adição à nossa família de superservidores, que antes estava limitada ao sistema operacional proprietário IRIX nos servidores da linha Origin", afirma o diretor de marketing da SGI para a América Latina, Richard Cameron. A distribuição incorporada no Altix é baseada no RedHat 7.2.

A SGI tem o compromisso de desenvolver e comercializar tecnologia de vanguarda em computação de alto desempenho, e agora as atenções da empresa estão voltadas para a comunidade open-source da área da ciência. "Há uma demanda crescente por sistemas escaláveis para o desenvolvimento de aplicações científicas em Linux, que, até agora, estava limitado a servidores de até 16 processadores e memória distribuída, que basicamente se tratavam de servidores de eBusiness reconfigurados para aplicações científicas e técnicas onde as necessidades são completamente diferentes", explica Cameron. De acordo com ele, os servidores reconfigurados, além de significativamente mais lentos pela sua arquitetura, são extremamente complexos para o desenvolvimento de aplicações científicas. "São pouco escaláveis e pouco confiáveis e não atendem às demandas e necessidades da comunidade técnica e científica", acrescenta.

Mercado brasileiro

Para o mercado brasileiro, a SGI vê boas perspectivas, principalmente junto às instituições de pesquisa científica nas áreas de engenharia, bioinformática, exploração de petróleo, entre outras, que demandam sistemas baseados em Linux para as suas aplicações. "Essas instituições não possuíam uma plataforma escalável, confiável e de memória global compartilhada para o desenvolvimento de aplicações", salienta.

Os planos da SGI para com a comunidade Linux no Brasil são ambiciosos. A empresa quer identificar e trabalhar com empresas e pessoas que desenvolvem aplicações científicas em Linux. "Elas poderão aproveitar os recursos da memória global e compartilhada e do paradigma de programação para ajudar a ultrapassar as barreiras técnicas e científicas", afirma. Neste ano, a SGI pretende começar a trabalhar com cinco empresas brasileiras que atuam nessas áreas. "Acreditamos que o Altix seja uma importante adição à nossa família de superservidores de computação de alto desempenho, que antes estava limitado ao sistema operacional proprietário da Silicon Graphics: IRIX nos servidores da linha Origin", diz.

A previsão da SGI é que o Altix contribua com um aumento de receita da ordem de 10% para as operações da empresa no Brasil. "Pretendemos comercializar em média cinco a seis unidades do Altix por trimestre", prevê. Para Cameron, os primeiros a adotar o Altix no Brasil serão as universidades e institutos de pesquisa, seguidos pela exploração de petróleo e a indústria manufatureira. Não está nos planos da empresa oferecer o Altix ao mercado de aplicações corporativas, ERP, eBusiness ou Internet. "No entanto, acreditamos que haverá uma demanda desse mercado, que poderá significar até 5% das vendas do Altix", ressalta.

A distribuição do Linux atualmente incorporada no Altix é binariamente compatível com o RedHat Linux 7.2. "Qualquer aplicação atualmente disponível para o RedHat 7.2 roda naturalmente no SGI Altix", explica. Cameron prossegue, explicando que o conceito de memória global compartilhada impõe um paradigma completamente diferente de programação de aplicações de uso científico, se comparado ao paradigma baseado em memória distribuída utilizado até agora. "Atualmente, inúmeros parceiros de desenvolvimento da Silicon Graphics estão portando suas aplicações para o modelo de memória global compartilhada". Veja no quadro Aplicações uma breve relação de aplicações que estão disponíveis ou estão sendo portadas para o Altix.

Todos os produtos da SGI são desenvolvidos para apresentar a maior escalabilidade possível e todos eles são baseados na arquitetura NUMAflex (Flexible Non Uniform Memory Access). "Trata-se de uma tecnologia modular que utiliza o conceito de 'brick', ou tijolo, que permite a cada usuário construir a configuração ideal para a sua necessidade, montando os tijolos de computação (CPU), de I/O, de memória, de armazenamento, etc.". A arquitetura NUMA permite uma escalabilidade independente de cada módulo (tijolo) permitindo um crescimento e atualização do equipamento de acordo com o necessário. "Por tratar-se de um cluster, outro fator limitante nos clusters de alta capacidade convencionais é a interconexão entre os nós de um cluster". De acordo com Cameron, a interconexão SGI NUMAlink é por si só 200 vezes mais rápida que as interconexões tradicionais, representando um ganho significativo de desempenho das aplicações. "O conceito utilizado no Altix é aquele que produz a maior banda e a menor latência nos processos (threads)", conclui.

Aplicações

Manufatura: ANSYS, ABAQUS, MSC.Nastran / MSC.Marc, LS-DYNA, PAM-CRASH, RADIOSS, STAR-CD, FLUENT, PowerFLOW

Ciências (Biotecnologia e Farmacêutica): Gaussian, CASTEP, DMOL, ADF, Tripos, LION, Amber, Charmm, GAMESS, FASTA, BLAST, ClustalW, HMMER, Wise2, Phylip, D2_Cluste, PHRAP, EMBOSS,

Indústria Petrolífera: Eclipse, VIP, GEOdepth, GEOVector

Computação de alto desempenho

A SGI atua há 20 anos desenvolvendo soluções em Computação de Alto Desempenho (HPC), sistemas avançados de visualização (HPV) e gerenciamento de dados complexos que são utilizados nas áreas técnicas, científicas e criativas. A SGI tem clientes em setores como manufaturas, indústrias de petróleo, instituições científicas, na área governamental e de defesa e também na área de mídia. Entre as principais organizações que usam soluções da SGI, estão a Volkswagen, BMW, Volvo, Nasa, Embraer, entre outras. Essas empresas usam as tecnologias de HPC e HPV para desenvolver automóveis e aeronaves mais seguras, reduzindo o tempo de desenvolvimento e comercialização. A computação de alto desempenho é empregada em testes em túneis de vento, de impacto e outros processos vitais para o desenvolvimento de veículos e aeronaves. A SGI também desenvolve centros de realidade virtual (Reality Centers) para DMU (Digital Mockup), visualização de testes de impacto e túnel de vento, vendas e marketing. Na área de petróleo, empresas como Shell, Chevron Texaco, British Petroleum e Petrobrás usam os Reality Centers para interpretação sísmica e prospecção de novos campos de petróleo. "Essas empresas usam as capacidades da computação de alto desempenho para otimizar o processo de extração petrolífera", diz Cameron. As soluções da SGI também são utilizadas em pesquisas do genoma e na área de mídia, na qual empresas cinematográficas utilizam os recursos da computação gráfica de alto desempenho nos filmes, muitos deles ganhadores de Oscar e mundialmente famosos, como a trilogia Guerra nas Estrelas. (RA)

Cameron: "Há uma demanda por sistemas para desenvolvimento de aplicações científicas em Linux"

O Servidor SGI Altix 3000

"O conceito utilizado no Altix é aquele que produz a maior banda e a menor latência nos processos (threads)"

Qualquer aplicação para o Red Hat 7.2 roda naturalmente no SGI Altix

Rodrigo Asturian - asturian@RevistaDoLinux.com.br


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