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Linux no Paraná Digital

Com a economia obtida na migração para o sistema operacional do pingüim, cerca de 10 mil novos computadores podem ser levados aos laboratórios escolares

Uma das principais bandeiras do novo governo do Estado do Paraná para a área da educação é a informatização das escolas públicas. Até o final deste mandato, ou seja, em menos de quatro anos, o governador Roberto Requião pretende implantar laboratórios de informática em mil escolas e melhorar a utilização dos meios eletrônicos nas outras 1,1 mil que já dispõem de computadores. Para tornar promessas de campanha em fatos seria necessário um aumento nada modesto da verba disponível para a Secretaria de Educação. Outra alternativa, mais viável e inteligente, seria a adoção pelo governo do Paraná de uma solução que reduza o custo total com informática.

Uma equipe de especialistas em softwares livres, com auxílio do departamento de Informática da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Conectiva, tornou possível esta segunda opção e concebeu um projeto que, de acordo com o secretário Maurício Requião, será um dos mais importantes projetos da Secretaria da Educação. Inteiramente baseado em Linux, o "Paraná Digital" visa a transformar em conhecimento, pesquisa e novos equipamentos toda a economia trazida pela mudança do sistema operacional.

Segundo estimativas do governo, a redução de custos deve chegar a um terço do total investido em informática, o que significa uma economia anual de até R$ 100 milhões, se todas as secretarias de estado e todas as escolas estaduais adotarem o software livre. Em princípio, o sistema só será instalado em máquinas novas e sempre que houver necessidade de troca de software. "A grande vantagem do Linux é que ele não requer máquina de última geração. Portanto, podemos aproveitar equipamentos usados e mais baratos, que podem perfeitamente atender à necessidade das escolas. Além disso, é mais seguro contra invasões e, por ser mais estável, gera novamente uma economia de custos com manutenção", explica o assessor de tecnologia da Secretaria de Estado da Educação e coordenador do projeto, Jefferson Schreiber.

Ele calcula que, com a contenção de gastos gerada pela migração para Linux, cerca de 10 mil novos computadores possam ser levados aos laboratórios escolares, atendendo a cerca de 1,5 milhão de alunos que hoje não têm acesso à informática. Outro projeto que faz parte do "Paraná Digital" - e poderá ser desenvolvido com recursos economizados - tornará o meio eletrônico mais útil e acessível a alunos e professores. Trata-se de um portal educacional que já está sendo desenvolvido com ferramentas livres, por profissionais convidados pela Secretaria de Estado da Educação, e irá atender a todas as classes do ensino fundamental (de 1ª a 8ª séries). Com lançamento previsto para o final deste semestre, o portal "Dia-a-Dia da Educação" irá apresentar textos, imagens e curiosidades sobre temas abordados durante as aulas. Os professores terão uma ferramenta completa que irá facilitar o preparo das aulas, melhorar o conteúdo e auxiliar na didática. Com o portal, poderão obter dados para as lições de todas as matérias, sugestões de como integrar os conteúdos e acesso a recursos audiovisuais, como filmes e músicas relacionadas a temas educativos. A função principal do projeto é levar aos professores informações atualizadas. Para o secretário Maurício Requião, "se o portal estivesse disponível hoje, com certeza, a aula de amanhã seria muito melhor".

E para que o portal possa ser acessado de qualquer cidade do interior, o "Paraná Digital" se completa com um outro projeto: de levar Internet em banda larga a todas as escolas - o que, segundo previsões da Secretaria da Educação, deve se concretizar em um ano e meio. A entidade está pleiteando verba junto ao governo federal para que, em parceria com a Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel) e com uma operadora de telefonia - que será definida por meio de licitação, possa estender o anel ótico a todos os municípios do Estado.

A instalação do Linux em novos equipamentos de escolas públicas teve início em março, no Colégio Estadual do Paraná, em Curitiba. A escola, que já possui banda larga e também será uma das primeiras a utilizar o portal, tem 10 máquinas com software livre disponível aos alunos. Os professores irão receber treinamento para se adaptarem ao sistema e repassar o conhecimento aos estudantes.

Combate à exclusão digital

O Governo do Paraná dá um passo significativo para combater o "analfabetismo digital" ao basear seus projetos de informatização das escolas públicas em softwares livres. Dar a chance do aluno escolher entre ferramentas livres ou proprietárias foi um dos temas discutidos no I Seminário Nacional de Software Livre, realizado este ano em João Pessoa (veja matéria na página 16 desta edição). Respeitando essa escolha, o governo paranaense economiza com a migração e pode aplicar na aquisição de mais equipamentos para as escolas. O Mapa da Exclusão Digital, divulgado recentemente pela Fundação Getúlio Vargas e o Comitê para Democratização da Informática (CDI), mostra que o Paraná tem o segundo melhor índice de inclusão digital nas escolas. O índice é de 37,2% contra 49,7% de São Paulo, o primeiro colocado. O Mapa da Exclusão Digital revela, ainda, que o número de pessoas com acesso a computador no Brasil teve um crescimento de 50% entre 2000 e 2002. Mas ainda há muito o que ser feito. Até 2002, dos 170 milhões de brasileiros, somente 15,5% tinham acesso a computador, o que representa cerca de 25 milhões de pessoas. Em 2000, esse porcentual era de 10,28%.


Da redação da Revista do Linux

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