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Evento - Linuxcorp

Linux transforma empresas em superstars

Quando se fala em "vendedor da IBM", que imagem lhe vem à cabeça? Bom, reveja seus conceitos. Vendedor da IBM, atualmente, pode ser um sósia de Elvis Presley dirigindo um Cadillac a caminho de Los Angeles. ~SEstamos cada vez mais interessados em Hollywood, é lá que se usa cada vez mais Linux para missões críticas, e é lá que a IBM quer estar~T, afirmou o diretor mundial de vendas Linux da IBM, John Sarsgard. Sarsgard não é o sósia de Elvis que descrevemos, mas também está longe da imagem comum do ~Snerd~T, antigamente associada aos profissionais da IBM. Na verdade, ele está mais para Tommy Lee Jones no filme MIB (~SHomens de Preto~T), com a elegância engravatada característica dos executivos presentes na Linuxcorp. O evento, ocorrido no começo de julho em São Paulo, conseguiu confirmar uma tendência. Mais e mais empresas migram para Linux e, melhor ainda, ficam mais ágeis, mais ricas e mais populares. É a era dos superstars do mercado corporativo, dos que tiveram coragem e visão de mudar e que agora apenas colhem frutos do sucesso.

A Linuxcorp - 1ª Exposição e Conferência Internacional de Soluções, Produtos e Serviços para Linux Corporativo - aconteceu nos últimos dias 1 e 2 de julho. O evento será promovido anualmente e tem inscrição gratuita para a exposição. Além da IBM, na Linuxcorp, estavam também representadas a Computer Associates, Consist, Advantech, Provectus e muitas outras. Entre as distribuições Linux, Conectiva e SuSE foram os destaques na exposição.

Para a IBM, o próximo passo é Hollywood

"Há um grande interesse pelo Linux também de profissionais especializados, que usam o Linux como desktop", afirmou John Sarsgard, diretor mundial de vendas Linux da IBM. ~SSão artistas e animadores, responsáveis por produções como desenhos animados, longa-metragens que incluem 'Shrek', 'Senhor dos Anéis' e muitos outros~T, disse Sarsgard. ~SA Weta Digital, empresa que faz efeitos para Hollywood, usa desktops IBM com Linux~T, completou o representante da IBM.

"No futuro, o Linux estará nos desktops e estações de trabalho", disse Sarsgard. ~SÉ uma grande perspectiva em desenvolvimento Linux~T. A IBM tem como prioridade Hollywood mas não esquece o resto da Califórnia, principalmente o Vale do Silício. ~SO Google atualmente utiliza somente Linux~T, disse Sarsgard.

Entre os casos de sucesso da IBM com Linux estão empresas de diversas áreas. O Habib's é uma delas. "O Habib's é uma cadeia de fast-food que promete serviço em 28 minutos. Como fazem isso?". ~SFazem isso com Linux. Precisavam de alto desempenho, então migraram o sistema de pedidos, senão perderiam a agilidade e teriam de distribuir comida de graça~T, disse Sarsgard. No Habib's, cadeia de São Paulo, caso o pedido não seja atendido em 28 minutos, o cliente não é cobrado.

Sarsgard também admitiu que o próprio sistema operacional Unix da IBM, o AIX, tem perdido terreno para o Linux. "Ainda não reduzimos o desenvolvimento do AIX.. Como o Linux se parece com o AIX, então dá para desenvolver para os dois ainda", disse Sarsgard. ~SCaso o Linux venda mais que o AIX,... bom, esse é o jeito que o mundo é; achamos que o Linux é algo independente, então temos muito que fazer. Nossos investimentos no futuro serão na direção do que os nossos consumidores desejarem~T, concluiu Sarsgard.

Com Linux, é só sucesso

"São cerca de 45 prefeituras brasileiras implantando Linux atualmente", revelou Rodrigo Missiaggia, representante da Conectiva. Além das prefeituras, a Conectiva destacou investimentos do Banrisul, Banco do Brasil, Marinha do Brasil, entre outras organizações.

O Banrisul, Banco do Estado do Rio Grande do Sul, utiliza Linux em seus caixas eletrônicos. Um pingüim ilustra todas as telas do software dos 4 mil caixas 24 horas do banco,. que lucrou ainda com "o aproveitamento de hardware considerado obsoleto e inutilizável por outros sistemas", afirmou o representante da Conectiva. O caso do Banrisul foi tema também da conferência na Linuxcorp. De acordo com o analista do Banrisul, Carlos Eduardo Wagner, ~So StarOffice também foi implantado no Banrisul e está disponível para todas as estações de trabalho nas agências~T.

O Banco do Brasil utiliza Linux desde 2001 em seus servidores, com cerca de 12 mil pontos de acesso Linux à disposição de seus clientes. "O Banco do Brasil tem ainda uma espécie de agência bancária móvel, um servidor da Itec com placa wireless utilizando Linux", contou Missiaggia. ~SO banco tem investido ainda em desenvolvimento Linux e tem cerca de 113 mil desktops que terão Linux~T. ~SA operação européia do Banco do Brasil, com sede em Londres, já migrou completamente para Linux, com hardware da IBM”, revelou ainda o vice-presidente mundial de vendas Linux da IBM, John Sarsgard.

A Marinha do Brasil foi um dos casos mais ambiciosos apresentados pela Conectiva. A experiência da Marinha foi iniciada em 2002 e usa uma versão de Linux personalizada para seus desktops e servidores. "A Marinha tem um algoritmo próprio de criptografia, e utilizar Linux foi uma questão de segurança nacional: foi possível auditar o código-fonte do sistema, ver o que funcionaria com o algoritmo", contou Missiaggia.

Brasil lidera migração para Linux na América Latina

Os defensores mais acirrados do Linux corporativo, ou o pingüim de gravata, como costuma ser chamado, observam o crescimento econômico da América Latina, que traz um aumento do mercado de TI. No Chile, por exemplo, 20% da população já tem acesso à web. O diretor Geral da Red Hat na América Latina, Francisco Pesserl, diz que em 2004 "existirão 60 milhões de usuários de computadores na América Latina".

Para realizar a migração do sistema de uma grande empresa, é necessária a remuneração de mão-de-obra especializada como serviço agregado. Gustavo de Oliveira, diretor regional da Conectiva/United Linux, conta que a Conectiva já foi requisitada em uma emergência de cliente na sexta-feira no final da tarde. "Enviamos técnicos e reparamos o problema em algumas horas, assim, garantimos a confiabilidade do cliente e conseqüentemente o fechamento do contrato de suporte por mais um ano", conta Oliveira.

As empresas enchem os olhos com o Linux por um motivo simples: não há segredos. A Dextra, que fornece soluções corporativas, soube aproveitar a oportunidade do código aberto para conquistar clientes. Para a companhia, o cliente precisa ter o código aberto das suas aplicações principalmente por questões de segurança. "Se você mostra o seu código-fonte, você tem que ter certeza que ele é muito bom e confiável", afirmou Eduardo Coppo, diretor da Dextra.

Já a Computer Associates, que desenvolve desde 97 para Linux, produz soluções com código fechado, mas todas com suporte específico para Linux. A empresa mostrou na feira soluções para comunicação corporativa, infra-estrutura e banco de dados.

A Consist destacou-se na Linuxcorp com um pingüim gigante no stand e diversas soluções para Linux. A empresa já trabalhava no mundo Unix e agora apresentou produtos para as distribuições UnitedLinux e Red Hat. Há dois anos a Consist começou a migrar suas soluções e agora "os produtos estão otimizados para empresas do mundo Linux", afirmou Rubens Massa, gerente comercial da Consist. Fundada em 1972, a Consist é uma das software houses mais antigas do Brasil e ~Ssaímos da época do mainframe direto para as novas plataformas como o Linux, que crescem cada vez mais~T, disse Massa. Entre os produtos mais conhecidos da Consist estão os bancos de dados Adabas e Natural. A grande aposta da empresa é, no entanto, na linguagem XML. A tecnologia para servidores Tamino ~Spermitirá usar XML para desenvolver para celulares, PCs e todo tipo de aplicações online~T, afirmou ainda Massa. Daniel Teivelis, gerente da unidade de negócios Web da Consist, destacou a tecnologia. Para Teivelis, o mercado de web services será a principal aposta da Consist no futuro.

MySQL ganha mercado corporativo

O setor corporativo pode começar a pensar em soluções gratuitas para o seu banco de dados. Para Helvécio Borges, diretor executivo da EAC Engenharia, "depois de que o código-fonte do banco de dados SAP foi integrado ao MySQL, o banco de dados está mais do que nunca pronto para as empresas", diz ele. A velocidade de operação e a sua distribuição gratuita são as principais vantagens do MySQL. O investimento mínimo para o MySQL em grandes empresas é estimado em R$ 440 pela cópia do produto e R$ 1.500 em treinamento, de acordo com a EAC.

O PostgreSQL foi outro destaque do evento. Um dos bancos de dados mais utilizados atualmente, a tecnologia nasceu na Universidade de Berkeley, em 1986, como um projeto acadêmico e está na versão 7.4.

A Oracle, no entanto, continua reinando como o banco de dados mais popular em Linux, de acordo com estatísticas do Linux Journal, mostradas por Adriano Marcandali, gerente de produto da Oracle. Mais de 40% dos usuários de banco de dados com Linux escolhem o Oracle 9i. Para aumentar ainda mais a presença no mercado, a Oracle também investe cada vez mais em outra plataforma aberta, Java. A distribuição Red Hat é a principal parceria da empresa, mas a Oracle também tem casos de sucesso com a Conectiva.

A Oracle provê também soluções de bancos de dados com Linux e FireWire 1394. A idéia é formar clusters pequenos de bom desempenho com a conectividade FireWire. A aposta em Java significa também as intenções da Oracle de ir para o mercado de dispositivos portáteis. "O Java 2 Micro Edition é a promessa nesse setor", disse Marcandali.

Usuários e empresas terão tratamento especial da SuSE

Além da preocupação com o tratamento do código aberto, é preciso abordar o cliente corporativo com produtos diferenciados. A SuSE Brasil está de olho principalmente nos administradores de redes. "Não queremos ser fornecedores apenas de estudantes. Queremos os chamados 'power users' das empresas", diz o Paulino Michelazzo, diretor da GetNet, representante da SuSE Brasil. O lançamento do SuSE Professional 8.2 inaugura a estratégia da empresa no país. ~STambém temos parcerias com Oracle, Sybase e outras~T, afirmou Lúcio Baldacci, presidente da SuSE no Brasil.

Baldacci revelou ainda o motivo do símbolo da empresa alemã SuSE ser um camaleão verde. "O camaleão foi escolhido em um concurso, mas a lenda é que os fundadores da SuSE tiveram uma visão do camaleão", disse Baldacci descontraindo a platéia da conferência. O significado, no entanto, é mais rico do que parece. ~SO camaleão tem capacidade de adaptação, a SuSE incorporou o camaleão se adaptando a qualquer plataforma e a qualquer tipo de usuário~T, disse Baldacci.

Red Hat também aumenta atuação no Brasil

A Red Hat também aumentará sua atuação no Brasil. Francisco Pesserl, gerente geral da Red Hat no Brasil, confirma que a empresa já inclui o Brasil como prioridade. "Queremos provar às empresas brasileiras que o Linux realmente é uma economia. E mais, temos o suporte necessário para a imediata migração de plataforma", confirma.

O objetivo número um de Pesserl é provar primeiramente que o Linux "não é gratuito" às empresas brasileiras. Os planos da Red Hat são bastante ambiciosos. ~SSe nós garantimos por contrato o lucro a uma empresa, queremos participar desse ganho~T, completa Pesserl. No caso, a Red Hat quer se posicionar como uma futura parceira de TI das empresas brasileiras. ~SNós garantimos milhões de economia, nada mais justo do que oferecer uma parcela desse retorno~T, diz ele.

Planos ambiciosos para o hardware brasileiro "Powered by Linux" Enquanto a SuSE e a Red Hat preocupam-se em parcerias de mercado, um fabricante de hardware vem marcando presença sozinho no mercado de Linux, e também em parceria com a Conectiva. A Advantech afirma que começa a pensar seriamente em hardware somente para Linux. A fabricante confirma que diversas empresas a consultaram sobre a idéia no evento. "Os clientes estão animados com o hardware em Linux", diz Carlos Alberto Farineli, diretor de tecnologia da Advantech. Devido ao número de consultas referentes ao Linux desde o início de 2003, a Advantech afirma que ~Sjá começou a reforçar todas as parcerias~T.

A Conectiva também fez parcerias com Metron, Semp Toshiba e Positivo Educacional para vender PCs com Linux. "Estamos negociando com mais três empresas para vender PCs com Linux", revelou ainda Rodrigo Missiaggia, representante da empresa.

A SuSE também quer o Linux pré-instalado em PCs. A GetNet já conversa com diversas empresas e promete novidades até o final do ano. "Já falamos com empresas como a AMD justamente para colocar o SuSE em servidores logo de fábrica", confirma Michelazzo.

O hardware para mercado corporativo já está bem servido. A Itec apresentou na Linuxcorp uma nova geração de servidores de múltiplas partições com o pingüim instalado, o IBM eServer iSeries 800. É a primeira vez que a antiga joint-venture entre Itautec e IBM aposta no Linux. "Nesse ano, resolvemos apostar em um servidor particionado com Linux por causa da economia", confirma Thelma Bruzadin, gerente de suporte da companhia. O IBM eServer iSeries 800 com Linux tem como preço inicial R$ 110 mil.

Um servidor pequeno, de funções limitadas e configurado de fábrica é a idéia de atalho para o Linux que a Topcomm lançou com seu SmartConnect Server. O SmartConnect já vem com as principais aplicações instaladas de fábrica. "Damos ao cliente um servidor Linux que deve ser apenas ligado na sua estrutura", afirma Seido Nakanishi, diretor da Topcomm. Quem quiser experimentar o servidor de email, firewall, de Internet e FTP SmartConnect deve estar disposto a pagar US$ 1.400.

O destaque em hardware da Provectus na Linuxcorp foi uma placa-mãe baseada em Linux para automação de parque industrial. A placa PSBC 3825 é integrada a um telefone Siemens e uma pequena antena. O GPS também é integrado ao produto.

A Provectus estabeleceu uma parceria com a Spyder para que painéis produzidos tenham como componente a PSBC 3825. Os painéis produzidos pela Spyder são utilizados pela CET nas ruas de São Paulo. Com o novo componente, a idéia é utilizar o serviço para monitorar enchentes na capital paulistana. Paulo Roberto Tabarelli, diretor da fabricante de hardware Cyclades, acha que a indústria brasileira deve insistir veementemente no Linux para o desenvolvimento de hardware. "O Linux é perfeito para nós. Tem a interface mais ágil do mercado", adiciona o executivo. Para o diretor da Cyclades, essa vantagem ~Stem firmado o sistema fortemente no Brasil~T. ~SViemos para a Linuxcorp com a idéia de solidificar a presença de nossos produtos no mercado~T, completou.

Linux também para a telefonia brasileira

Não é só no hardware para corporações que o Linux está tomando mercado. Na telefonia brasileira também teremos novidades com Linux. Nos próximos meses, a Vésper afirma que pode propor à ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações) um sistema de código aberto de tarifação ao consumidor, o "co-billing open source". O principal objetivo da iniciativa é a diminuição de custos, entre todas as empresas do setor, com a ferramenta.

"Começamos a estudar a idéia há três meses. É uma aposta para eliminar a licença desses produtos", confirma Luiz Esmanhoto, vice-presidente de TI da Vésper. Segundo ele, a experiência foi toda formulada também com ferramentas de código aberto. Não existe nenhuma data confirmada para a operadora sugerir a idéia.

Procuram-se hackers certificados para investimento em Linux

Quem ganha cada vez mais espaço no mundo corporativo também são os profissionais especialistas em Linux. O grande desafio para aquele que pretende trabalhar nessa área é superar a "barreira psicológica" das empresas. Segundo Marcio Vitorino, consultor em Linux da AW2Net, especializada em treinamentos em Red Hat e soluções corporativas, o grande medo das companhias é não terem profissionais gabaritados para Linux.

Já a Utah quer conquistar os "autodidatas do Linux". ~SInvestimos em cursos ministrados por consultores reconhecidos pelo mercado~T, explica Luís Fuzaro, diretor técnico da empresa. ~SA idéia é convencer os autodidatas a participarem das aulas para entrarem no mercado com maior credibilidade~T, completa.

Para Jean Ricardo, consultor educacional da Impacta, os cursos em capacitação em Linux são de boa qualidade no Brasil. Por existirem poucos profissionais no mercado, a remuneração também é alta. Ricardo aponta que um técnico na área possa ganhar R$ 400 por hora. Para André Gaio, consultor da Impacta para Linux, o mercado é altamente lucrativo. "O Linux é o único sistema operacional que roda em todas as soluções de hardware da IBM", afirmou Gaio.

Escolas Municipais começam a adotar o Linux

Ter profissionais prontos para o Linux poderá ser, no futuro, uma tendência que vem desde cedo. A PRODAM (Companhia do Processamento de Dados do Município de São Paulo), é responsável por deixar a rede de escolas de São Paulo pronta para o sistema operacional. "Fornecemos em dual boot Windows e Linux para que os jovens aprendam a trabalhar nos dois sistemas e para uma melhor inserção futura no mercado" afirmou Raphael Pacheco, representante da PRODAM.

Mais de 2 mil pedagogos foram treinados no sistema para a administração das escolas municipais. A Itautec forneceu 900 servidores para as escolas que funcionaram com Linux para acesso à Internet e intranet. A economia estimada da prefeitura paulistana foi de US$ 3 mi apenas nos servidores.

Brasil quer exportar tecnologia como a Índia "O mercado interno no Brasil para software é tão bom que as empresas ficaram acomodadas e não pensam em exportar. Daí a desvantagem em relação à Índia. As empresas brasileiras precisam acordar. Os indianos não só são líderes em exportação como já estão aqui, em Brasília". As declarações do presidente do Softex, Márcio Ellery Girão Barroso, acordaram os executivos presentes na conferência da Linuxcorp.

A referência direta aos indianos no Brasil apontada por Barroso é a empresa TCS Brasil. A companhia é uma joint-venture da indiana Tata Group e do grupo TBA. "O software aberto é metodologia de desenvolvimento, uma forma de contratação de serviços que dá muito mais controle a quem contrata e especifica regras de distribuição", disse Barroso. A Índia teria percebido a tempo o potencial do desenvolvimento de software livre e aproveitou a ocasião. "A Índia preocupou-se em formar mão-de-obra para trabalhar com software para exportação e atualmente têm um mercado externo de US$ 10 bilhões, já o Brasil tem um mercado externo de apenas US$ 100 milhões", disse Barroso.

Adoção do Linux no governo atrai polêmica

A Linuxcorp também apresentou o lado polêmico da tomada de mercado do Linux: a adoção de Linux no governo. A voz dissonante da conferência foi representada por Raphael Mandarino Jr., representante da "Coalizão pela Livre Escolha do Software". A Coalizão é uma organização apoiada pela Câmara do Comércio Eletrônico e pela Comptia. A Comptia é um grupo de empresas de tecnologia que inclui Microsoft, Intel e Dell, entre outras.

Para Mandarino, "o governo pode comprar Linux se quiser mas não deve aprovar projetos dizendo que preferencialmente tem que usar software livre". Mandarino alegou ainda que ~Sa Coalizão não é um movimento contra o Linux nem a favor da Microsoft~T.

Como argumento contra o uso do Linux, Mandarino usou o processo de plágio de código que a SCO move contra a IBM. "Ficamos aqui discutindo Linux e é algo que a gente nem sabe se vai poder usar depois, basta ver o que a SCO está fazendo, se a SCO decidir que todo Linux é pirata, como ficamos?", questionou Mandarino. O vice-presidente mundial de vendas de Linux da IBM, John Sarsgard, que fez uma palestra logo após o debate de Mandarino rebateu as afirmações. "Certamente discordamos disso, a IBM irá responder na justiça o processo normalmente, mas achamos que esse tipo de declaração é apenas frase de efeito", afirmou Sarsgard.


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