Fliperama em casa: como ter o seu

Faça como eu, ou me chame: já montei várias máquinas de fliperama artesanalmente, cada uma mais divertida que a anterior, sempre focadas nos jogos dos anos 80 e 90. Explico como fazer, e como me solicitar um orçamento ;)

Por Augusto Campos (augusto@augustocampos.net), Março de 2015

Conteúdo deste artigo:

1. Minha terceira máquina: "Powerpack Jr"
2. Os materiais
3. Calculando o custo de material
4. O projeto de marcenaria
5. O projeto eletrônico
6. O software ATUALIZADO!
7. Monte a sua! (ou me consulte sobre encomendar) ATUALIZADO!
8. Leia também

Atualizações recentes: Mais detalhes sobre quais monitores e notebooks do usuário podem ser reaproveitados na montagem de uma máquina (5/4/15); detalhes sobre a configuração dos botões e a personalização do visual dos menus (4/4/15).


Minha máquina "Powerpack Jr"

Minha terceira máquina de fliperama montada artesanalmente recebeu o nome de Powerpack Jr (em homenagem à marca que veio gravada em seu monitor), e foi montada em 22h de trabalho ao longo de 4 dias, totalmente no escritório da minha casa, com uma boa dose de poeira e criatividade (e algum barulho, mas sem chegar a incomodar os vizinhos).

Para esta eu optei por um modelo bar top que, como o nome indica, é feito para ser posicionado sobre um balcão ou mesa. É uma máquina intencionalmente pequena, com tela vertical de 8 polegadas (boa parte dos jogos de fliperama dos anos 80 usavam monitores na vertical) e controles para apenas um jogador de cada vez.

Ela é compatível com literalmente milhares de jogos de fliperama dos anos 1980 e 1990 (e alguns dos anos 1970 também), e eu instalei nela apenas algumas dezenas dos meus favoritos, como Pac-Man, Galaga, New Rally-X, 1942, Final Fight, Donkey Kong e Frogger, apenas para citar alguns exemplos.

Cumprindo uma promessa antiga, publiquei a seguir as informações necessárias a quem queira fazer o mesmo, incluindo detalhes sobre o orçamento de peças (válidos para a data em que escrevo, que é em março de 2015).

Ao final apresento algumas informações para o caso de você ter interesse em uma máquina deste tipo, e quiser me consultar sobre a possibilidade de eu montá-la para você.


Os materiais

Um monitor ou TV: eu prefiro montá-los na vertical ("retrato"). O tamanho do monitor (ou TV) define o tamanho mínimo da máquina. As entradas de vídeo do monitor (VGA, DVI, HDMI, RCA, ...) podem limitar outras opções tecnológicas do projeto. Um monitor ou TV com uma porta USB (mesmo que ela não vá ser usada como entrada de vídeo) pode ajudar bastante.

Para a minha máquina Powerpack Jr eu optei por uma TV de taxista (ou de camping) exatamente igual à da imagem acima. A base é removível, e eu a descartei. A tela tem 9 polegadas, a entrada é RCA e ela tem porta USB. Custa cerca de R$ 300 no varejo. Para fazer uma máquina um pouco maior, recentemente, eu optei por uma TV/Monitor de 14 polegadas, com entrada HDMI, que custa cerca de R$ 500 no varejo.

Uma CPU: pode ser um notebook ou netbook velhos que você tem sobrando em alguma gaveta, pode ser um diminuto Raspberry Pi, pode ser um velho PC desktop, ou o que você imaginar. As dimensões do computador influenciam no projeto, assim como a sua origem de alimentação (se ele puder ser alimentado a partir de uma porta USB do monitor, será especialmente bom).

Para a Powerpack Jr, eu aproveitei que o monitor escolhido tem entrada RCA, e usei como CPU um (cada vez mais raro) Raspberry Pi modelo B, que saiu de linha quando surgiu o modelo B+. É a simpática plaquinha da foto acima, comprei por R$ 230 (incluindo frete). O diferencial do modelo B é que ele tem saída de vídeo RCA1, o que o torna especialmente adequado para conexão a TVs antigas ou de modelos econômicos. O modelo B+ é mais rápido que ele, mas ele deu conta de todos os jogos que eu queria jogar.

4 botões (pelo menos): eu prefiro os botões "padrão" Sanwa (na verdade – em geral – são clones, cópias ou mesmo falsificações), mas existem outros padrões populares: Seimitsu, Happ (este último tem microchaves separadas/removíveis). Existem vários tipos de layout de distribuição dos botões, escolha o que mais se adequa ao seu estilo e às dimensões do tampo do seu controle.

Eu uso 2 botões Sanwa do tamanho normal (furo de 3cm) e 2 de tamanho mini (furo de 2,4cm). Os de tamanho normal são para as funções de jogo (A/B, tiro/pulo, etc.), e os outros 2 são para funções de controle: ficha, início, menu, pausa, etc. Eletronicamente eles são idênticos, use todos do tamanho normal se preferir. Cada botão custa cerca de ~R$ 5 (sem frete). Se preferir botões translúcidos ("cristal") para colocar um identificador de função pelo lado de dentro, o preço unitário aumenta para ~R$ 10.

Um joystick: aqui eu me refiro ao manche propriamente dito. Existem vários padrões e estilos (americano, japonês, com restritores, etc.), e eu normalmente opto pelos modelos japoneses, que em geral tem seu manete em forma de esfera.

Joysticks similares ao modelo acima (manete estilo japonês, 8 contatos) podem ser encontrados no Brasil por preços entre R$ 40 e R$ 70, em média (sem frete). É frequente eles serem vendidos na forma de kits já acompanhados também pelos botões.

Quick connects: são os cabos que, de um lado, conectam aos botões e ao joystick, e do outro conectam à interface do joystick. O lado que conecta aos botões e ao joystick precisa ser do tamanho certo para o seu modelo, e o lado que conecta à interface pode (mas nem sempre acontece) ser conectado sem solda também a um Raspberry Pi, sem interface. Mas se você for usar um Raspberry Pi, pode ser que as soldas venham a ser inevitáveis.

Um pacote com 10 quick connects custa por volta de R$ 30 (sem o frete). O manche geralmente ocupa 4 quick connects2, e cada botão ocupa um. É frequente o tamanho do quick connect para o manche ser diferente do que é usado para os botões. Se você for recorrer a soldagem, ou se as suas interfaces são com terminais fixados por parafusos, talvez você possa substituir os quick connects pelo cabinho que tiver mais à mão.

Uma interface de joystick USB (se você não for usar um Raspberry Pi): se a CPU da sua máquina for um notebook, netbook ou PC de mesa, uma das alternativas mais simples para fazer a conexão do joystick e dos botões é uma interface barata que recebe os contatos deles via quick connects e as converte em sinais USB apropriados.

Há quem monte sua interface a partir da placa de um joystick USB que esteja sobrando em casa. Comprar uma pronta, no Brasil, sai por entre R$ 50 e R$ 80, sem o frete. Às vezes ela vem na forma de um kit, já com o cabo USB e um conjunto de quick connects. Com um pouco de sorte, você encontra a interface desejada, num kit que já vem acompanhado pelos quick connects necessários e o cabo USB correspondente. Atenção, porque há modelos em que o contato não usa o quick connect, e sim terminais com parafusos.

Madeira e ferragens: aqui o tamanho e a forma de montagem levam a combinações variadíssimas. Consulte um profissional, mexer com ferramentas de corte e de fixação envolve riscos sérios à integridade física, e comprar madeiras inadequadas pode encarecer bastante o projeto.

As minhas montagens sempre são em chapas de pinho, com espessura de 1,8cm para as peças estruturais (geralmente a base e o fundo) e 1,2cm para as demais. Eu prefiro comprar madeira de fontes sustentáveis (como a da imagem acima), e acabo pagando mais caro por isso (a madeira para uma máquina pequena como a Powerpack Jr acaba saindo por cerca de R$ 90), mas é o custo de se fazer essa opção. Quanto às ferragens, normalmente uso muitos parafusos de tamanhos pouco inferiores a 30mm, poucos parafusos próximos a 20mm, algumas cantoneiras para reforçar a estrutura onde é necessário, e algumas dobradiças para transformar em porta de manutenção a tampa ou o fundo.

Material elétrico: pode variar do inexistente (quando o monitor pode ser conectado diretamente à tomada e alimenta a CPU via USB) ao complexo (quando você tem uma instalação com CPU e monitor alimentados separadamente, iluminações, ventilação, etc. Consulte um profissional, mexer com eletricidade (ou tomar decisões sobre ela) envolve riscos sérios à integridade física e ao patrimônio.

Pés, calços ou suportes: sua máquina precisa estar firme, senão não há precisão que aguente. O pacote de calços em EVA (atenção: não é feltro!) da foto acima custa ~R$ 5.

Vinil ou pintura: a não ser que você esteja usando um material já na cor desejada (por exemplo, chapas de MDF, ou acrílico), você terá que optar por uma das muitas maneiras de definir a cor da sua máquina.

Eu sempre opto por vinil adesivo (Contact), mas cada projeto tem seus requisitos. 2 rolos de Contact texturizado (a textura da imagem acima se chama New Black, por exemplo), de 2m cada um, saem por cerca de R$ 40. Contact opaco liso (desses de encapar caderno) sai bem mais barato, e cumpre a finalidade, embora não fique tão legal.

Decoração: Você pode produzir ou adquirir adesivos do seu jogo preferido, pode criar uma testeira ("marquee") iluminada para a sua máquina, etc. Isso faz parte da personalidade dela, não deixe de planejar esse passo desde o começo.

Um pacote de 10 folhas de papel fotográfico brilhante adesivo em formato A4 sai por volta de R$ 25. Eu usei 4 folhas na Powerpack Jr. Na hora de pensar nos custos, considere também a tinta da impressora, um dos líquidos mais caros à venda no varejo.


Calculando o custo de material

O cálculo do custo vai se resumir aos materiais, porque assumo que você está montando sua máquina de fliperama por hobby.

Calcular o custo de um projeto montado como hobby pode ser meio enganoso, porque dificilmente você consegue estimar o valor adequado para a amortização dos equipamentos e ferramentas que precisa ter, do desenvolvimento das habilidades necessárias ao projeto e montagem, e o custo das horas envolvidas. Restringir-se ao custo do que terá que ser adquirido ou disponibilizado para fazer parte do projeto (os materiais) é mais simples, ainda que incompleto.

Você poderá conseguir baixar muito os preços se comprar do exterior, usado ou no atacado, por exemplo. Mas quero oferecer uma referência, então a lista de materiais a seguir corresponde, aproximadamente, à montagem de uma máquina igual à Powerpack Jr, obtendo todos os materiais no comércio próximo à minha casa e/ou no comércio eletrônico nacional, a preços de março de 2015, incluindo frete estimado da aquisição de cada peça e sempre para a aquisição de peças individuais.

LISTA DE MATERIAIS:

TV ou monitor R$ 330 TV de taxista, 9 polegadas, analógica, RCA
CPU R$ 230 Raspberry Pi modelo B
Botões R$ 25 4 botões "estilo" Sanwa, simples
Joystick (manche) R$ 60 estilo japonês, com 8 contatos para quick connects
Quick connects R$ 30 um pacote com 10
Interface de joystick Não usado, porque a CPU era Raspberry Pi
Cabos RCA e USB R$ 15 Áudio, vídeo e alimentação
Madeira e ferragens R$ 120 Pinus sust., parafusos, dobradiças, cantoneiras
Material elétrico  
Caixas de som Usei as embutidas no monitor
Pés/calços R$ 5 Calços adesivos em EVA
Vinil/pintura R$ 30 (estimado - uso parcial de 2 rolos de Contact)
Decoração R$ 15 (estimado, papel fotográfico adesivo brilhante)

O total dos componentes, para uma máquina como a Powerpack Jr, e nas condições de aquisição que eu descrevi acima, fica em R$ 860. Se você comprar do exterior, ou no atacado, ou reaproveitar parte das peças, o total pode cair bastante.


O projeto de marcenaria

O projeto do gabinete é governado por algumas informações básicas: o tamanho do monitor, o estilo de gabinete (normal, de mesa, de parede, etc.), se há necessidade de aguentar violência de usuários ou não, etc.

O meu monitor era de 8 polegadas, e eu queria uma máquina de mesa (bar top) e pequena, o que resultou em um gabinete de menos de 40cm de altura, cujo projeto feito no SketchUp Make 15.3.329 está à sua disposição.

Veja um raio-x do gabinete:

E o ângulo oposto:

Detalhe importante: a fixação da tela varia de acordo com cada projeto. Algumas podem ser parafusadas, outras precisam ser colocadas em um sanduíche de madeiras (um fundo, atrás, e uma moldura, na frente). A Powerpack Jr usa esta segunda abordagem.

Para permitir o acesso ao interior do gabinete, eu usei dobradiças comuns para transformar a tampa da máquina em uma porta para manutenção. Há um espaço entre ela e os limites superiores internos do gabinete, para permitir a circulação de ar mesmo com a tampa abaixada.


O projeto eletrônico

A eletrônica envolvida na montagem de uma máquina de fliperama simples como esta é bem básica: se a CPU for um notebook, e o projeto envolver uma interface USB para joystick, a parte eletrônica não irá além de encaixar quick connects, sem ferramentas, nem soldagem. Basta procurar a documentação adequada, que é farta na web.

Para a Powerpack Jr eu preferi usar um Raspberry Pi, que além de ser uma CPU adequada para emular jogos de fliperama dos anos 80, tem também uma interface de pinos expostos (GPIO) à qual podem ser conectados os quick connects, especialmente se você estiver disposto a fazer um pouco de soldagem:

As conexões foram feitas aos seguintes pinos:

Note que para usar apenas um terra para os 4 botões, e apenas um terra para as 4 direções do joystick de 8 terminais, é necessário fazer uma adaptação nos quick connects. A foto a seguir mostra o quick connect de um dos botões, já com os 3 terras dos outros 3 botões soldados a ele (mostra também como fica um dos quick connects pernetas, que vai ser conectado a um dos outros 3 botões):

No fim das contas, acabei cortando os conectores plásticos dos quick connects, e soldando seus cabos aos terminais expostos de algumas barras de pinos como esta, cujo lado fêmea se conecta perfeitamente aos pinos do Raspberry Pi:

Aí é só plugar nos pinos da GPIO, respeitando o esquema de conexão que apresentei mais acima. Se der errado, é só desplugar: nada será preso permanentemente ao Raspberry Pi. Mas atenção: plugar os cabos dos botões e do controle aos pinos errados da GPIO pode ter consequências bastante negativas, esfumaçadas e caras.


O software

Há uma infinidade de softwares que podem ser instalados em uma máquina de fliperama doméstica. Quando a CPU dela é um Raspberry Pi, uma das opções mais simples para um iniciante é o PiPlay (antigo PiMame), pacote de sistema operacional que já vem com uma variedade de emuladores de arcade e de videogames dos anos 80 e 90 instalados.

Eu prefiro algo diferente: instalo o sistema operacional de uso geral Raspbian, e depois instalo nele o MAME4ALL-Pi, que é profundamente otimizado (mais do que a versão do MAME que veio no PiPlay que eu testei) para disponibilizar jogos de fliperama clássicos nas capacidades de processamento limitadas do Raspberry Pi.

Ele funciona com os arquivos de ROM de jogos feitos para a versão 0.375b5 do MAME, que é antiga, então talvez você tenha dificuldade para rodar as ROMs de sites populares, como a coleção do Archive.org (essas rodam com mais facilidade na versão do MAME que veio no meu PiPlay).

Não quero e nem vou lhe dar instruções de instalação e uso do MAME, ou de como encontrar ROMs das suas máquinas de fliperama clássicas favoritas (eu procuro no Google, ou no TheOldComputer), mas recomendo que você leia a documentação, que é farta.

Acima você vê o menu de jogos do Mame4All, com o visual personalizado por mim, que é entregue nas máquinas que eu monto.

O menu inclui automaticamente todos os jogos instalados. Você pode consultar a lista completa de centenas de jogos compatíveis com o Mame4All (atenção: uns 5% dos jogos da lista não funcionam, apesar de constarem na lista oficial), mas não acho que faça muito sentido incluir centenas de jogos numa máquina dessas: o mais divertido é fazer uma pré-seleção de poucas dezenas, e assim jogar diretamente os favoritos.

Personalizar o visual do Mame4All é simples: o Mame4All vem com 2 arquivos gravados no diretório skins, sendo um para o splash e o outro para o menu. Basta substitui-los por outros à sua escolha, mantendo as mesmas dimensões (640x480px) e o mesmo formato (BMP de 16 bits, R5 G6 B5).

Um detalhe importante: para a conexão do joystick à GPIO do Raspberry Pi funcionar (como vimos ao falar sobre o hardware), é necessário instalar e usar um software específico, o Adafruit-Retrogame.

O retrogame vem pronto para fazer funcionar um joystick de 2 botões (em uma configuração específica), mas também vem com farto detalhamento de como modificá-lo para suportar os botões e as portas de GPIO que você preferir.

Eu configuro a botoeira com 2 botões de ação (A e B, "tiro" e "pulo", ou o que cada jogo exigir) e 2 botões de controle (X e Y). No retrogame o botão X fica configurado como Ficha, o botão Y fica configurado como Início, e a combinação X+Y, se pressionada por mais do que 1 segundo, sai do jogo e retorna ao menu.

No menu de configuração do mame4all eu redefino os controles para ele saber o que fazer em caso de outras combinações, e assim A+X vira Pausa, e B+X vira Config.

Para fazer essa configuração no mame4all inicialmente, é necessário plugar um teclado ao Raspberry Pi, ou definir (no retrogame) algum botão para fazer o papel da tecla Tab. Para referência do autor: para definir uma combinação de teclas para uma função, basta pressioná-las em conjunto. Para definir uma tecla A desde que uma tecla X não esteja pressionada, manter A pressionado e pressionar 2 vezes X.

Para fechar, uma dica: se o som que sai pelo conector de áudio estiver sempre muito baixo, o comando de configuração para ampliá-lo até o máximo é amixer sset PCM,0 100%

Para minha própria referência, aqui estão os arquivos que eu mesmo instalo em uma máquina de fliperama: raspberry-arcade-sem-rompacks.tgz. Não recomendo que você os use em um projeto seu, porque vai lhe dar bem menos trabalho pegar diretamente os arquivos atualizados nos projetos mame4all-pi e adafruit retrogame, até porque eles vêm numa configuração consistente e acompanhados de instruções, ao contrário do meu arquivão, que contém uma versão específica dos 2 projetos acima, com configurações modificadas para meu próprio uso ;-)

Os arquivos do sistema operacional que eu precisei editar no Raspbian 8 foram o /etc/rc.local (anacrônico mas ainda suportado), para chamar o emulador mame (com a linha /home/pi/mame4all/mame &) e o /boot/config.txt, para rotacionar a tela, inserindo as 2 linhas a seguir:

display_rotate=3
gpu_mem=128


Monte a sua!

Eu realmente acho que você deve montar a máquina de fliperama que reviva os seus sonhos dos anos 80 e 90. É bem mais fácil do que parece e, se você não domina a parte de marcenaria ou eletrônica o suficiente para garantir sua integridade física e a qualidade do resultado3, certamente pode encontrar um marceneiro e um técnico em eletrônica para ajudá-lo.

Eu fazia a montagem como hobby, mas não atuo mais no ramo.

Eu montava essas máquinas artesanalmente e por hobby, sob encomenda, desde que fosse para uso doméstico e por adultos (não tenho condições de me adequar às normas da ABRINQ para brinquedos infantis).

O trecho abaixo fica preservado apenas para histórico, pois hoje não monto mais máquinas.

Eu entrego a máquina montada e configurada, pronta para colocar na tomada e jogar. Só que não é essa a minha carreira, então a minha regra geral para isso é me incomodar pouco: não faço como um favor (vou cobrar pelo meu esforço e estrutura, além dos custos), mas também não estou interessado em fazer muito mais do que o desenho e a montagem propriamente dita. Ou seja: se você não puder entregar os componentes na minha casa e buscar a máquina quando ela ficar pronta, eu compro tudo e, depois de pronto, embalo e envio pra você, mas é claro que os custos serão seus, incluindo os desses serviços adicionais meus.

A máquina acima, ainda na minha bancada na hora da foto, foi montada sob encomenda e sob medida para um cliente, que me entregou um monitor que já tinha sobrando em casa, e assim conseguiu reduzir consideravelmente os custos.

Eu posso comprar um monitor e uma CPU adequados ao seu projeto, mas sempre prefiro que você me entregue (no meu escritório em Florianópolis) um monitor e uma CPU, ou que indique quais eu devo comprar. Se for deixar isso a meu critério, essa parte (compra do monitor e CPU, e respectivos fretes) precisará ser paga adiantadamente, e a minha tendência será comprar similares às que eu usei na Powerpack Jr, ou o que houver de mais próximo disponível nas lojas que eu consultar. Os botões, madeira, etc. eu compro diretamente e cobro na entrega.

Se você me entregar um monitor e um notebook velhos que estejam sobrando em casa, é possível que eu possa usá-los, e aí sua máquina ficará bem mais barata!

Rodar jogos de fliperama de décadas passadas não exige hardware muito avançado, e é bem possível que o seu notebook velho, que rodava Windows XP e agora está na gaveta, seja bem adequado – eu formato e reinstalo o software necessário para uma nova vida dele como cérebro de uma máquina de fliperama. Consulte! O mesmo vale para o monitor: aquele monitor LCD de vários anos atrás, com entrada VGA (ou DVI, ou HDMI), e que hoje você acha pequeno demais para a sua escrivaninha, pode ser o ideal. Me passe o modelo dele, eu verifico para você.

Antes de preparar a madeira e iniciar as configurações, eu apresento um modelo 3D da máquina para você aprovar, juntamente com um orçamento da madeira, ferragens, vinil, botões, joystick, quick connects, interface de joystick, cabos e eventuais adaptadores de vídeo e/ou áudio, material elétrico, calços e decoração básica.

Além desses custos (e do monitor e CPU, já mencionados), orçarei também o serviço, que varia de máquina para máquina. Para um modelo como a Powerpack Jr., minha tendência seria cobrar pelo serviço algo similar ao preço do monitor + CPU.

Naturalmente o orçamento é sem compromisso. Havendo interesse em conversar a respeito nestas condições, meu e-mail para contato é [removido]


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  1.  Os modelos mais recentes de Raspberry Pi só têm saída HDMI, que o modelo B também oferece.)

  2.  Um detalhe: se o seu manche for "estilo Sanwa", é possível que ele não use quick connects, e sim um cabo especial de 5 vias (R$ 10, sem o frete).

  3.  Segurança em primeiro lugar. Não prossiga em nenhuma das instruções deste artigo sem antes certificar-se de ter tomado todas as precauções e de dominar cada ferramenta, material e procedimento que for utilizar.

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