Revista Do Linux
EDIÇÃO DO MÊS
 CD do Mês
 Jogos
 Kernel

 Entrevista
 Capa
 Tutorial
 Debian
 Programação
 Portáteis
 Segurança

 

Software livre gera receita
Ao contrário do que os detratores dizem, o software livre é, sim, extremamente lucrativo

Em seu site pessoal, Cesar Brod ensina a montar um rádio de galena que não usa pilhas ou energia elétrica, coisa que aprendeu com seu pai aos nove anos de idade. Lá também há um material bem interessante para empresários que não conhecem o Linux, mas que desejam um maior embasamento em software livre. Cesar é um adepto da distribuição do conhecimento e figura carimbada entre os linuxers, principalmente por ser um dos desenvolvedores do SAGU (Sistema Aberto de Gestão Unificada). O SAGU é uma solução de gestão administrativa, composta por diversos módulos, aberta e livre, e qualquer outra empresa ou instituição, não só da área de ensino (para a qual foi desenvolvida), pode livremente adotá-la. É uma boa pedida visitar a página do SAGU em www.univates.br/sagu, para conhecer o sistema que administra todo o campus.

Cesar trabalha no Centro Universitário Univates, Rio Grande do Sul, que até meados de 99 usava um sistema proprietário que estava começando a apresentar alguns sinais de estresse. Sentindo que o psiquiatra não ia dar conta do paciente, ele e Fábio Wiebbelling, resolveram ir até os Estados Unidos e visitar a LinuxWorld para garimpar uma nova solução. Lá descobriram uma febre de PHP e MySQL e voltaram com muitas minhocas agitadas em suas cabeças. No Brasil, juntaram a equipe e começaram um novo projeto. Concluíram que a solução ideal envolveria Linux e software livre, e a única alteração do propósito original ficou por conta da substituição do MySQL pelo PostgreSQL, por algumas inconsistências do primeiro.

Em pouco tempo já estavam com um novo sistema em testes. Logo de cara uma surpresa: algumas classificações que no sistema antigo consumiam três horas de processamento caíram para um minuto, numa máquina que tinha menos poder de processamento que a do sistema antigo. A razão para uma diferença tão grande de performance se devia ao fato de ter sido feita uma remodelagem mais eficiente de dados, pois o Linux possibilitava rodar processos em separado, e adotou-se uma lógica mais consistente em SQL. De qualquer modo, não esperavam uma diferença tão significativa.

A princípio, a direção da Univates via o software livre apenas como uma alternativa de redução de custos, mas essa experiência foi conclusiva para mudarem a ótica. Estabeleceram como perspectiva ser um centro difusor de tecnologias completamente identificado com a filosofia do software livre na região. Quando substituíram as estações que os alunos usavam pela dobradinha Linux e StarOffice, isso representou uma economia de R$ 120 mil anuais em licenças de uso, substancial para uma instituição que até pouco tempo era uma empresa pública.

E com o desenvolvimento do SAGU, prescindindo das soluções proprietárias que custariam pelo menos mais outros R$ 120 mil, viram que esse montante poderia ser deslocado para a infra-estrutura, atingindo um número maior de vagas e gerando uma receita inesperada. "O mercado ainda não descobriu que pode ganhar muito dinheiro com o software livre", diz Cesar. "Nós passamos a gerar receita ministrando treinamento em StarOffice para outras empresas. Pouco tempo depois adquirimos o status de difusores de tecnologia com base na migração de nosso ambiente proprietário para uma plataforma livre, com ferramentas de maior poder. O Linux tem o poder intrínseco de incutir em seus usuários a necessidade do desafio, e ele sempre mostra que tudo é possível", comenta o gaúcho Cesar.

 

A Revista do Linux é editada pela Conectiva S/A
Todos os Direitos Reservados.

Política de Privacidade
Anuncie na Revista do Linux