Revista Do Linux
 


 

United Linux

Li o artigo 'Opinião' na edição 32, de agosto de 2002, de autoria do Senhor Eduardo Maçan, e gostaria de discordar de alguns pontos que foram colocados por ele:

1) “O UnitedLinux é um padrão proposto apenas por empresas, distribuições como Debian, Slackware ou Stampede não foram ouvidas, nem convidadas a participar”.

Até onde eu pude entender, o United Linux é um consórcio aberto a qualquer empresa ou entidade que deseje participar, não vejo porque o Slackware ou Stampede não poderiam integrar esse grupo. Sendo que existe uma distribuição que declarou publicamente seu interesse em não participar, a MandrakeSoft. Acho que para distribuições como a Debian seria muito complicado se adaptar a esse sistema, pois tem um modelo descentralizado, baseado em decisões coletivas.

2) “Todas as (4) empresas produzem distribuições derivadas da RedHat... usam rpm como gerenciador de pacotes”.

Não concordo, pois o SuSE Linux nunca foi derivado do RedHat. Se não me engano, ele era derivado de uma distribuição chamada SLK, mas sempre tiveram uma interpretação própria do Linux; atualmente, a SuSE Gmbh tem migrado gradativamente sua distribuição para um padrão mais compatível com a LSB. Quanto à .rpm, outras distribuições também suportam esse padrão, inclusive o Slackware.

3) “O UnitedLinux traz um modelo de negócios que explora uma situação limite da GPL. Não existirá uma distribuição binária pública, apenas o código fonte estará disponível, os executáveis deverão ser obtidos de um distribuidor. Junto você adquirirá suporte e serviços para aqueles binários ... durante um período determinado”.

Se o consórcio UL visa a estabelecer um padrão de mercado, não haveria porque distribuir os binários, sendo que a GPL obriga apenas o fabricante a distribuir o fonte do programa, nunca os binários. Se é o que está na licença, não é uma situação limite e sim uma situação aceitável. Também, nenhuma dessas empresas vincula a aquisição dos binários à compra de um produto, todas disponibilizam seus programas gratuitamente via ftp ou http.

4) “Eu preferia ver mais empresas respeitando o Software Livre e se adaptando à nossa filosofia do que o contrário...”

Não creio que em momento algum houve quebra da filosofia do Software Livre, mesmo porque essas quatro empresas são referências mundiais no uso do S.L.

5) “UnitedLinux é nitidamente uma iniciativa 'open source'...”

Se ele usasse uma licença restritiva quanto à distribuição do código fonte ou que restringisse sua instalação a determinado número de máquinas, seria, caso contrário, não.
Jonas Heitich Brasil
heitichbr@uol.com.br

Prezado Jonas,

1) Apenas “linux companies” são mencionados em todo o faq do United Linux, mas não é por isso que afirmo. Sendo uma iniciativa comercial, estou certo de que as fundadoras que investiram recursos para criar a presença da marca United Linux não iriam gostar de que, após todo o trabalho de posicionar a marca no mercado, novos membros venham a se beneficiar sem compensar pelo esforço dos proprietários da marca. A adesão de uma nova distribuição provavelmente implicará na compra de uma cota de adesão por um valor que represente a penetração da marca United Linux. Isso exclui todas as distribuições mantidas por voluntários.

Provavelmente, esta marca não poderá ser usada por quem não fizer parte do consórcio.Assim, se o Eduardo Maçan pegar todos os fontes dos programas contidos no UL, compilar, colocar um instalador e vender por aí como “Maçan United Linux”, estará infringindo os direitos de uso da marca. Pode ser que estas distros poderiam pudessem se chamar de “UL compatíveis”, mas não tenho como afirmar que mesmo isso venha a ser permitido. Como eu disse no artigo, ainda há mais perguntas do que respostas quanto ao funcionamento dos termos de uso e licenciamento de marca, acredito que ainda haja inclusive muita discussão interna entre os atuais participantes do consórcio sobre estes termos.

2) Você não citou exatamente meu artigo. Eu disse que todas são derivadas da Red Hat ou usam rpm como gerenciador de pacotes. Existe uma alternativa aí: ou RH-like, ou usa RPM ou ambos. Eu recebi mais comentários quanto a isso, talvez reescrevendo o parágrafo fique mais claro para todos:

“Usando uma descrição simplificada, todas estas empresas produzem distribuições derivadas da Red Hat ou usam rpm como gerenciador de pacotes.”

3) Mais uma vez, é uma questão retórica. Pode ser uma situação aceitável, mas note que até o momento em que este artigo foi escrito e até o momento em que estou escrevendo esta resposta, o que se diz no FAQ é que apenas o código fonte estará disponível. Pode ser que seja adequada para satisfazer a GPL, mas faz o mínimo possível para ser considerada Livre. Qualquer restrição extra poderia se tornar uma violação, - isso é o que eu chamo de estar no limite da GPL.

4) Eu cito a questão dos drivers de dispositivos proprietários como uma preocupação de se restringir tanto assim os binários. Existem outras, não sei se você notou. A UL é sobre um conjunto de binários, não sobre especificações do modelo de negócios que a UL pretende apresentar que, parece, é focado na limitação da distribuição dos binários, que é ao que estamos acostumados no atual mundo corporativo de informática. Neste contexto, principalmente, fica claro que fazer os fabricantes de hardware entender que as especificações abertas beneficiam a todos é fundamental. Se você tem uma placa de som PCI, e o driver dela está presente em código fonte, no kernel do Linux, você poderá usá-la em qualquer arquitetura que tenha barramento PCI. Se o fabricante lhe mandar um driver binário para i386, os usuários de PowerMac não vão poder usar e assim por diante... Para que flertar com os vícios impostos pelo mercado atual? Isso seria um passo para trás para o movimento do software livre.

5) O United Linux restringe a UMA licença por servidor, pois você estará comprando o suporte àquele servidor no pacote, e não pagando pelo software.

Se você incluir software proprietário no CD, poderá até mesmo tornar a cópia do todo ilegal - tire o software proprietário e a cópia pode nem mesmo ser funcional se este software for um instalador, por exemplo. Isso deve variar entre as distribuições e estratégias de cada um dos fornecedores do UL, mas até agora nada foi confirmado.

Como eu disse, existem ainda mais perguntas do que respostas, e tenho certeza que muitas das diretivas do consórcio UL ainda devem estar sendo discutidas internamente. Devemos esperar e torcer.

Eduardo Marcel Maçan
macan@debian.org

Pingüim brasileiro

Sou brasileiro com orgulho, moro em Boston Área, em MA nos EUA, e notei que em uma edição recente da Linux Journal eles fizeram uma boa reportagem no Brasil sobre os Caixas ATM da rede de bancos do RS usando Linux e a atuação do Linux no Brasil. Gostei muito de ver o meu país na capa da revista.

Ivan Ribeiro
ivan.ribeiro@verizon.net

Sugestão

Gostaria de sugerir que vocês fizessem uma matéria sobre clusters Beowulf, de preferência incluindo algum tipo de tutorial em português.

Luis Carlos F. Dias
louisbala@uol.com.br

OpenOffice

Adquiro regularmente a Revista do Linux nas bancas da minha cidade, e gostaria de sugerir que a RDL distribuisse em uma de suas edições o OpenOffice em português, seria fantástico, além do que iria esgotar rapidamente, pois até mesmo quem não conhece o Linux pode usufruir de uma suíte gratuita dentro do Windows.

Nelson Dutra
njd@terra.com.br

Distribuímos o OpenOffice 1.0 na edição 31. Na edição 33 disponibilizamos no CD a versão 1.0.1 do OpenOffice, para Linux, Windows e MacOS X, com suporte a português de Portugal.

Jogos

Gostaria de saber se há alguma edicão com jogos para Linux que eu possa comprar?

João Carlos
cometti@ig.com.br

Jogos GPL foram um dos temas da edição 13, de janeiro de 2001, e várias demos de jogos comerciais, produzidos pela Loki Games, foram o tema do CD da edição 15 da Revista do Linux. Você pode adquirir edições passadas da Revista do Linux entrando em contato com o nosso SAC, Serviço de Atendimento ao Cliente, através do e-mail sac@revistadolinux.com.br.

Som no pingüim

Gostaria de saber em qual edição dessa revista saiu uma reportagem sobre softwares para som em linux. Pois estou precisando de um software tipo Sound ForCe para Windows, que é utilizado por rádios.

Leandro
leandro@netcom.inf.br

Ainda não publicamos nenhum artigo sobre edição de som no Linux, mas temos uma matéria sobre o assunto planejada. Enquanto isso, experimente o Audacity, em audacity.sourceforge.net.

Problemas gráficos

Gostaria de saber se vocês podem me informar algum livro ou manual para a configuração da parte gráfica do Conectiva Linux 8. Como faço para iniciar o modo gráfico?

Luiz Carlos Pereira Correia
lcpc2000@bol.com.br

Para iniciar o ambiente gráfico você deve utilizar o comando startx ou startkde, caso o KDE esteja instalado. Você pode fazer o downloads dos guias que acompanham o Conectiva Linux 8 no endereço www.conectiva.com.br/cpub/pt/doc/livros.php e solucionar algumas dúvidas sobre a configuração do ambiente gráfico.

Errata - Edição 33

Na edição 33 da Revista do Linux (Setembro de 2002), artigo Fazendo arte com o pingüim, página 40, seção Aplicativos Gráficos, a legenda da tela do software ImageMagick está errada. O correto seria ImageMagick e não “Imagem Magick” como foi publicado.


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