Revista Do Linux
 
 

Como sempre: segurança e baixo custo

Conheça a experiência da empresa de logística Cotia Penske, que tem clientes de grande porte, como Carrefour, Itaú, Oakley, Ford, HP e migrou com sucesso parte dos seus sistemas proprietários para Linux

A Cotia Penske Logistics, empresa “joint-venture” de logística e distribuição, estabelecida no Brasil desde 1998, entre a Cotia Trading, do Brasil, e a Penske Logistics, dos Estados Unidos, usa soluções baseadas em Linux, com resultados surpreendentes. A empresa presta serviços de projeto e gerenciamento de cadeias de suprimentos na América do Sul a grandes corporações como Carrefour, Hewlett-Packard, Ford, Alcatel, Itaú, entre outras.

Com cerca de 1500 funcionários, a Cotia Penske tem três grandes projetos que fazem uso de aplicações baseadas em software livre. Na matriz da empresa, em São Paulo, foi instalada uma solução que disponibiliza o acesso à Internet para todas as operações da empresa. Há também outros dois aplicativos (MON e MRTG) instalados na mesma máquina que permitem visualizar a utilização de todos os links e monitorar a comunicação entre a matriz e os armazéns da empresa.

Nos armazéns, as soluções foram mais específicas. A Cotia Penske necessitava de um servidor de arquivos e de aplicações. “A idéia inicial era uma máquina com Windows 2000 Server, no entanto, esse sistema operacional não nos atenderia, e teríamos altos custos com a aquisição do mesmo e de licenças para os clientes”, disse Fabio Munhoz, analista de suporte da Cotia Penske. De acordo com ele, a solução estava em um sistema que atendesse as demandas de comunicação da empresa que fosse de um custo reduzido.

A equipe da informática da Cotia Penske já vinha acompanhando o mercado e apenas aguardava a melhor oportunidade de implantar soluções baseadas em software livre. Com o Linux, a Cotia Penske teve como diferencial competitivo o domínio completo sobre as informações, item fundamental em empresas de logística. “Conseguimos obter as informações com enorme facilidade e rapidez”, afirma Fabiano Rodrigues, analista de suporte. Um exemplo é o armazém de 80 mil metros quadrados que recebe, armazena e expede cerca de 30 mil itens diferentes diariamente. “O volume de informações é muito grande e o controle total sobre elas só foi possível graças à solução que foi implantada usando máquinas de grande porte com tecnologia Risc e sistemas Unix em conjunto com máquinas com o sistema operacional Linux atuando como servidores de banco de dados, arquivos e aplicação”, explica Rodrigues.

Os sistemas que estavam funcionando na Cotia Penske antes da implantação de softwares livres eram Windows NT 4.0 e 2000 Server. Eles não atendiam a necessidade da empresa, pois não havia flexibilidade sobre alterações à medida que a empresa crescia. “As máquinas com o Samba rodando sobre o Linux são superiores àquelas com o Windows, pois fora o Samba que atua exatamente como se fosse um servidor Windows, podemos ainda nos beneficiar com todas as vantagens do Linux”, diz Munhoz.

Solução em detalhes

O Linux demorou dois meses para ser implantado na Cotia Penske (matriz e os dois armazéns da empresa). Para a matriz, foi montada uma máquina Celeron 800 MHz, com 128 MB de RAM e 20 GB de HD. Nela foi instalado o Conectiva Linux 8.0. “Tínhamos situações adversas, pois apenas algumas máquinas teriam acesso a somente alguns endereços específicos e, em uma segunda situação, as máquinas teriam acesso a quase todos os endereços, pois haveria algumas exceções”, explica Munhoz. O Linux foi configurado para que fosse extraído do arquivo de log do squid (access.log) todos os acessos que foram negados, de modo que os resultados deles fossem enviados em um segundo arquivo que é encaminhado diariamente para os administradores. “Com essas informações, pudemos avaliar o real uso da Internet dentro da companhia e concluir que a capacidade do link que havíamos contratado nos atenderia perfeitamente”, afirma Munhoz. Outras ferramentas também implementadas na máquina da matriz foram o MRTG e o MON. O primeiro é responsável pela geração de gráficos com informação sobre o nível de utilização de cada link, enquanto o MON fica “pingando” em intervalos de um minuto as interfaces seriais dos roteadores, onde foram definidas comunidades para que se possa fazer um acesso usando o SNMP (Simple Network Management Protocol). “Caso um dos roteadores deixe de responder, essa informação é armazenada em um arquivo e se ocorrem três incidências seguidas de “sem resposta”, automaticamente serão enviadas mensagens para os administradores”, explica Rodrigues. Para ele, outro item importante na solução instalada na matriz da Cotia Penske é que o valor cobrado pela prestadora do serviço de link de frame-relay está diretamente ligado ao número de horas em que os links estiveram em perfeito funcionamento.

No projeto Armazém Geral da Penske Logistics, a equipe de informática da empresa montou uma máquina Celeron 800 MHz, com 128 MB de memória RAM e 40 GB de HD, com o Conectiva Linux 7.0. Foi implementado na máquina um servidor de arquivos e aplicações com o Samba e instalado o software de gerenciamento do Armazém (WMS - Warehouse Management System). Em outro projeto da Cotia Penske Logistics, usou-se a mesma configuração da máquina, porém com algumas alterações. “Esse projeto foi um pouco mais audacioso, pois já tínhamos uma estrutura montada, onde o nosso servidor de arquivos e aplicação usava o sistema operacional Windows NT 4.0”, diz Munhoz. Em função dos excelentes resultados obtidos no projeto Armazém Geral, foi decidida a migração para o Linux. “Não tivemos nenhum trauma durante a migração e hoje esse servidor também nos atende como servidor de arquivos e de aplicação”. As vantagens? De acordo com Munhoz, foram muitas. Entre elas, está o limite para armazenamento de disco (por usuário e por grupo), maior segurança em relação aos acessos remotos, controle total sobre os processos, melhor desempenho em relação aos acessos à memória (o sistema operacional anterior consumia muita memória) e redução significativa no custo com as licenças para os clientes.

“No nosso caso, foi possível implantar uma solução que, por fim, acabou nos atendendo exatamente como esperávamos. Hoje é possível que o acesso à Internet seja feito de qualquer operação sem que haja a necessidade de qualquer custo adicional, pois o acesso é feito por intermédio de uma LP (Linha Privada) de dados, e mais ainda, todos os acessos são monitorados”, salienta Rodrigues. A Cotia Penske está trabalhando em outros projetos, em que três outros servidores Windows 2000 serão migrados para máquinas com o Samba e Linux. Outro projeto que está sendo concluído é uma máquina com iptables (firewall) instalado. “O objetivo desse projeto é fazer com que essa máquina em conjunto com um firewall Cisco nos propicie ainda maior segurança em nossa rede de perímetro”, conclui. Com o Linux, empresas como a Cotia Penske Logistics podem disponibilizar acesso barato e seguro à Internet. Exatamente um dos motivos que fazem o sistema operacional Linux crescer em todo o mundo.

A Cotia Penske Logistics Ltda é uma “joint-venture” estabelecida em maio de 1998 entre a Cotia Trading no Brasil e a Penske Logistics dos Estados Unidos, para prestar serviços de projeto e gerenciamento de cadeias de suprimentos na América do Sul.

Esta nova empresa, Cotia Penske Logistics, combina, pelo lado da Cotia, o conhecimento do mercado regional em seu escopo operacional e gerencial com a base de seus clientes internacionais. Da Penske, seus sistemas e sua forte experiência em transportes e logística de alimentação de complexos industriais e de distribuição de produtos acabados.


Rodrigo Asturian - asturian@RevistaDoLinux.com.br


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