Revista Do Linux  
EDIÇÃO DO MÊS
  A Catedral e o Bazar
  A nova técnica dos Hackers
  Conexão inteligente
  Desvendando o Flagship
  Doutores em Linux
  Firewalls a partir do IP Masquerade
  Internet grátis, uai!
  Intranet - Benefícios que você nem conhece
  Linux World Expo
  Linux para macho
  Nos bastidores do Linux brasileiro
  Por um Linux fácil
  Rendering: virtualmente real
  Rádio Linux
  Servidor Linuxcom estações Windows
  Viagem ao centro do kernel
  vi, vim e venci

Conexão inteligente
Solução barata de conexão casa-escritório, um moderno roteador

A Jorlan, de Goiânia, é um grupo de empresas dedicado principalmente ao comércio de veículos da General Motors e que, apesar de não ser provedor de Internet, poderia desfrutar desse status, pois tem um link de 64K Frame Relay, com endereço IP dedicado e quarenta troncos telefônicos à disposição da central telefônica SOPHO 3030 Philips, para uso interno da corporação.

Os sistemas de comunicação de voz e dados, tanto para uso interno quanto externo, iam muito bem na Jorlan até que, um belo dia, após efetuar o pagamento da mensalidade de um provedor comercial, um contrariado Vicente Gonzalez, gerente de informática do grupo, pensou: "Por que não posso acessar a Internet e a Intranet da empresa lá de casa, à noite?"

"Claro que pode", foi a resposta rápida. Para tanto bastava comprar um roteador e uns quatro modems externos. Fácil? Nem tanto. Nesses tempos bicudos, o verbo comprar vai ficando cada vez mais difícil de conjugar, senão proibido. Assim, ao constatar que a solução baseada em roteador mais quatro modems ficaria em torno de 5 mil reais, sem contar o tempo do pessoal técnico, a resposta de qualquer chefe provavelmente seria um não. Ao menos assim aconteceu na Jorlan.

Determinado, o gerente de informática da Jorlan tentou outra alternativa: uma velha placa multisserial inteligente Digiboard 8EI, de um amigo proprietário de um provedor que a estava desativando. Preço de mercado? Mil reais, mas ele fazia por 500 reais. Só que ainda seria preciso adquirir um micro, no mínimo Pentium 100, por aproximadamente 800 reais. E o chefe mais uma vez respondeu não.

Aí o negócio foi "partir para a ignorância". "E se pegássemos um micro e colocássemos quatro placas fax modem?", perguntou Gonzalez a seu analista de suporte, que coçou a cabeça, pensou no tamanho da bobagem, imaginou uma luz no fim do túnel e finalmente disse: "Me dá cinco minutos". E lá foi ele surfar na Internet para pesquisar o tal de Linux.

Umas seis horas depois, pois cinco minutos para esses caras de suporte são contados em tempo de processador, não de relógio, e finalmente o resultado. "Hoje temos um micro, se é que assim pode ser denominada aquela sucata que carinhosamente chamamos de ‘Pingüim’!. Trata-se de um 486 DX-2-66 com 16 MB de memória, sendo oito pentes de trinta vias de 1 MB e dois pentes de 72 vias de 4 MB, um HD de 200 MB com uma pá de trilhas baleadas, quatro placas fax modem Boca 33,600 que sobraram dos micros mais novos, quando se implantou a Intranet, e mais dois modems externos, aqueles

US Robotics que mais parecem uma caixinha de música com luzinhas. Montado em nosso laboratório, com peças antigas mas em um gabinete novinho em folha para disfarçar, ele até lembra um ‘Pingüim’!. Mas a verdade é que, rodando o sistema operacional Linux, ele funciona como se fosse um roteador dos mais modernos".

Assim, a um custo quase irrisório, hoje o pessoal da Jorlan pode acessar de casa a Internet e a Intranet sem custo, a não ser o do impulso telefônico, com alta disponibilidade, pois são seis modems multiplicados por quinze, que é o número médio de usuários que os provedores julgam adequado, o que daria o espantoso número de noventa usuários para quarenta linhas telefônicas, que nunca estão ocupadas.

 

A Revista do Linux é editada pela Conectiva S/A
Todos os Direitos Reservados.

Política de Privacidade