A IBM anunciou internamente que, em 2000, todo o foco da empresa estará voltado para a atuação de sua Enterprise Server Division (EDS), acompanhada de "uma agressiva campanha para promover o sistema operacional de código aberto Linux". A IBM acredita que o Linux será o pivô da incrível demanda por soluções interplataformas e de código aberto. Para a IBM este é o ano Linux.

A Cyclades, empresa de origem brasileira que se transformou em companhia americana, dá mais um passo em seu vertiginoso crescimento: desembarca na Alemanha, com investimento inicial de US$ 3 milhões e intenção de se firmar como a grande empresa de internetworking Linux na Europa. Com um faturamento de US$ 14 milhões anuais, a Cyclades foi considerada a melhor empresa de conectividade Linux pelos leitores do LinuxJornal nos últimos cinco anos.

Parece que o Solaris 8 da Sun terá seu código aberto e e será comercializado por US$ 75, mas os porta-vozes da Sun, que continua firme na posição de não substituir o Solaris pelo Linux, estão muito econômicos em detalhes. Sabe-se, contudo, que esta estratégia da Sun visa trazer para a arena do open source aquela turma de Redmond, e que ela não sabe se mover neste campo com o mínimo de desenvoltura. Não encarar o desafio seria uma atitude que faria a imagem do Windows NT ficar ainda mais arranhada do que já está. Se a Microsoft topasse, entretanto, a avaliação da Sun é que seria uma atitude meio suicida, mas que lhe asseguraria pontos importantes na base de servidores instalada.

Outro boato forte que corre na Internet é de que a Caldera, uma distribuição comercial Linux, teria recebido uma proposta insuportavelmente indecente de compra, por parte da Microsoft, o que seria uma forma coerente de se tentar uma transição de plataforma do seu pacote office. Nenhuma venda se consumou, mas a Caldera está preparada para ir ao pregão de bolsa conferir os resultados desse complicado jogo e seu preço já se elevou.

A National Security Agency (NSA), braço secreto do Departamento de Defesa americano, quer criar um "Linux super seguro", e para isto está pressionando a Secure Computing Corp. a desenvolver um sistema de recursos indevassáveis. O contrato entre a NSA e a Secure Computing prevê a utilização da tecnologia Type Enforcement, inicialmente desenvolvida para dar suporte Unix ao firewall Sidewinder, da própria Secure Computing. Esta tecnologia protege sistemas operacionais secretos, aplicações e redes, segmentando-os em domínios.

A Conectiva lançou, neste mês de março, a versão CL 5.0, cujo grande apelo, atendendo a incontáveis pedidos dos usuários e, principalmente, daqueles que pretendem utilizá-lo, é a instalação gráfica. Ou seja, pode-se instalar o sistema com um número mínimo de perguntas durante o processo, e ainda contar com ajuda on line, através de janelas e botões. Além disso, a nova versão apresenta reconhecimento automático de hardware, o que também facilita a instalação ou substituição de novos periféricos no Linux. E outro recurso digno de registro são os ícones personalizados imediatamente após a instalação, o que permite, por exemplo, que o usuário trabalhe com programas como StarOffice, Netscape, ICQ, entre outros, sem que seja necessário instalá-los. Dispondo de suporte via Web ou telefone, o novo produto também possui criptografia forte, de fundamental importância para garantir o sigilo em transações bancárias e compras via Internet.

Apresentado em dois manuais - Guia de Instalação e Administração do Sistema e Guia do Usuário - o Conectiva Linux 5.0 vem acompanhado de seis CDs com mais de 1200 programas tais como editores gráficos, compiladores de linguagem de programação para ambientes integrados de desenvolvimento visual, ferramentas de acesso a Internet, jogos, banco de dados, Leelou (de apresentações multimídia para Internet), editor de textos WordPerfect e Data Flex 3.1d, entre outros. Também atendendo a pedidos, o novo pacote vem com aplicativos desenvolvidos no Brasil, tais como um completo sistema de gestão empresarial.

Mais uma empresa entrou para o mundo Linux: a Checkpoint, fabricante do Firewall-1, solução de firewall líder de mercado. Até pouco tempo atrás a CheckPoint relutava em assumir o suporte à plataforma Linux, mas teve que se render à força do mercado. Esta nova versão, rodando em Linux, traz como grande vantagem a possibilidade de se implantar uma infra-estrutura de segurança baseada em uma plataforma robusta, confiável, de boa performance e de baixo custo. Ela estará disponível a partir de fevereiro de 2000. Maiores informações podem ser encontradas na página www.checkpoint.com/press/2000/checkpoint2k012400.html.

Latitude CPX e Inspiron 7500 são os dois modelos de notebooks com Linux pré-instalado lançados pela Dell. Como o sistema operacional é tido como o componente mais caro desses equipamentos, ao praticar uma nova tabela mais barata, a Dell teve sucesso instantâneo na empreitada, acirrando ainda mais a competição com os gigantes de hardware.

A VA Linux Systems anunciou que está comprando a Andover.net, companhia do grupo Slashdot e Freshmeat, em uma transação de US$ 813 milhões. Esta aquisição aumenta ainda mais o poderio da VA, dona também do respeitado Sourceforge, diretório e repositório de projetos de Open Source.

Realizada de 01 a 04 de fevereiro, em Nova York, a LinuxWorld confirmou o apelo do Linux. A maioria das grandes empresas do Linux estava presente. E os grandes nomes do Linux, também. Linus Torvalds, Alan Cox, John "Maddog" Hall, Eric Raymond, Rob Malda e muitos outros passaram por lá. Entre as novidades, destaques para o cluster da VA Linux que rodava o Quake a uma velocidade espantosa. Também se destacaram a Oracle, que anunciou a Dot.Com Suite para Linux, a Corel, que mostrou a primeira versão beta do WordPerfect Office 2000 para Linux e a Enlighten, com o software EnlightenDSM, solução que integra o Linux a outros ambientes, como o NT. Ponto também para a participação da Conectiva, que marcou presença com o CL 4.0 e a Edição 4.2 em português e espanhol, esta última, por sinal, bastante assediada por distribuidores americanos interessados em atender a expressiva comunidade de língua espanhola.