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Trajetória de um generalista

Conhecer diferentes áreas é uma vantagem no mercado de trabalho em informática no Brasil

A importância de ser um profissional generalista torna-se evidente quando se conhece Elvis Pfützenreuter, ou simplesmente, epx, apelido bastante coerente com uma trajetória repleta de siglas.

Com 25 anos de idade e onze anos de informática, epx é formado em Ciências Contábeis. Seu primeiro contato com o computador foi por meio de um CP-200, compatível com Sinclair ZX-81, adquirido aos 12 anos, ao mesmo tempo em que aprendia a tocar piano. Nada mais natural para alguém que, mais adiante, trabalharia em diferentes áreas de desenvolvimento. Considerando-se sua trajetória profissional, o encontro com o Linux foi recente, em 1998, quando o sistema passava a ser mais conhecido da comunidade micreira.

Naquele ano, o Linux viria a direcionar a carreira de epx. Ele precisava implantar um servidor Interbase 4, que na época havia sido lançado gratuitamente para Linux. Foi o que bastou para ele comprar o Linux: The Complete Reference e, munido do Slackware 3.4, convencer-se de que o Linux era um SO tão capaz quanto o Windows NT. A seguir, epx realizou testes de performance, sendo que o IB for Linux demonstrou desempenho 40% superior ao box NT, além de ser mais simples de administrar.

Tendo vindo do mundo corporativo (foi consultor independente por um ano e gerente de informática por cinco), epx é usuário, consultor e mantenedor de um bom número de pacotes de distribuição. Gosta de escrever e já publicou mais de 15 artigos, três na Revista do Linux. "De todos, o mais bem-sucedido foi justamente o primeiro, sobre Interbase 4, que levou muita gente a experimentar o Linux e o Interbase na época", lembra.

Interfaces

Para epx, o desafio na área de desenvolvimento de interfaces é torná-las acessíveis às pessoas com algum tipo de deficiência física, especialmente quando se trata de deficiência visual, seguida por deficiências motoras nos membros superiores. Epx acredita que um sistema eficiente de reconhecimento de voz seja a saída para as pessoas com deficiência visual. "Desde que os aplicativos estejam ‘cientes’ disso e façam uso desse novo recurso de forma racional", completa. Ele espera que esse tipo de recurso seja lugar-comum entre as interfaces gráficas ao longo dos próximos cinco anos. Outro item destacado refere-se ao fato de o Linux estar se tornando mais adequado para o desktop, especialmente o desktop corporativo.

O anti-aliasing e o sistema de impressão serão os próximos avanços para a comunidade Linux, prevê epx. Quando fala em sistema de impressão, ele demonstra preocupação em relação à impossibilidade de a comunidade Open Source manter laboratórios e fornecer drivers perfeitos para cada impressora lançada no mercado. Segundo epx, já se reconhece cabalmente que o sistema de impressão é um entrave sério à adoção do Linux no desktop e há interesse de que o problema seja resolvido logo.

Epx trabalha na manutenção, reporta bugs e faz patches dos pacotes do KDE, CUPS, LPRng, Samba e Mars-NWE e ainda encontra tempo para manter a tradução do KDE para português do Brasil. Esse perfil generalista, como faz questão de afirmar, é uma vantagem no mercado de trabalho no Brasil. "Já em países do primeiro mundo o mercado é grande o suficiente para demandar profissionais ultra-especializados, e nesse caso ser generalista pode não ser uma boa idéia", salienta. Como contribuição maior à comunidade, epx pretende ainda escrever programas que viabilizem uma infra-estrutura (servidor de regras de negócio + servidor de interface) para aplicativos corporativos multiinterface. E ele ainda tem tempo para ouvir música, andar de bicicleta e caiaque. Se sobrasse mais algum tempo, ainda exploraria lugares inóspitos, usando mapa e bússola. Nada de GPS!


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