Porto Alegre dá o exemplo

Na periferia da capital gaúcha, os jovens recebem treinamento profissional na área de Informática e aprendem a usar o Linux

Jovens moradores da periferia de Porto Alegre e oriundos de famílias de baixa renda ganharão qualificação profissional em informática, utilizando Linux, e trabalho com carteira assinada. O prefeito João Verle (PT) lançou o Programa Menor Aprendiz da Companhia de Processamento de Dados do Município (Procempa). Vinte e cinco meninos e meninas, entre 16 e 18 anos, serão selecionados pelas comunidades que possuem telecentros para participarem do programa. Eles receberão, a partir deste mês, treinamento ministrado por profissionais do Senac com duração de um ano, totalizando 950 horas/aula, para exercerem a função de monitores de telecentros. O conteúdo do treinamento é abrangente e os jovens tratarão de questões como ética, cidadania, empreendedorismo, liderança, segurança do trabalho e domínio das ferramentas de informática. Contratados já no início do curso, os alunos ganharão um salário mensal de R$ 220.

Durante o período de treinamento, os jovens terão a tarefa de inserir os moradores das regiões periféricas nas modernas tecnologias e na Rede Mundial de Computadores. Eles ensinarão às comunidades as matérias que aprenderam: o uso do software livre, das ferramentas de informática, da Internet, a criação de endereços eletrônicos e o contato com outros grupos de interesse das comunidades na Web. "O objetivo é capacitar os monitores para que realizem um atendimento completo à população", diz Janice Brutto, coordenadora do Programa de Formação de Monitores da Procempa. Cada ambiente informatizado terá dois monitores contratados pela empresa.

O prefeito de Porto Alegre também entregou aos 32 mil moradores das sete vilas da Grande Santa Rosa o 11º telecentro de Porto Alegre. Através de um ambiente formado por oito computadores em rede com acesso à Internet de alta velocidade, impressora e scanner, as comunidades do local ganharão acesso gratuito à Internet e a programas como editor de textos, planilha e correio eletrônico. O espaço poderá ser utilizado para geração de renda. Os freqüentadores também poderão realizar pesquisas, trabalhos escolares e comunicar-se por meio de endereços eletrônicos (e-mails).

O programa de inclusão digital da Prefeitura de Porto Alegre atende a mais de sete mil pessoas ao mês, em dez telecentros já instalados. "Estamos reduzindo a exclusão digital na cidade", afirma Rogério Santanna, diretor-presidente do Procempa. Cada ambiente informatizado exige em média um investimento de R$ 56 mil.

O prefeito de Porto Alegre, João Verle, mostra que entende de Linux