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Conheça o Visual Tcl

A principal diferença entre a programação ~Sclássica~T e a programação visual é a facilidade com que o programador pode criar e modificar a interface de seus programas. Em geral, na programação ~Sclássica~T, o desenvolvedor precisa conhecer a caixa de ferramentas e a biblioteca gráfica que pretende utilizar e ~Sdesenhar~T cada componente de seu projeto manualmente, designando tamanhos, coordenadas, local de empacotamento, entre outros aspectos. Isto explica o sucesso de linguagens como Delphi (e mais recentemente o Kylix), o Visual Basic, Java e C++ da Microsoft, dentre os mais famosos, pois basta iniciar o ambiente de desenvolvimento, dar alguns cliques e criar a interface de usuário, cabendo ao programador apenas o trabalho de decidir qual componente deve fazer o que, quando e como.

Trataremos, neste artigo, de uma ferramenta de uso livre, o Visual Tcl, que gera código Tcl/Tk a partir de um ambiente de desenvolvimento integrado (“ADI” ou, em inglês, “IDE” - não confunda com interface/padrão IDE, que se refere a discos rígidos). Para quem não conhece, Tcl (Tool Command Language é uma linguagem simples e poderosa, interpretada, que possui uma interface gráfica, Tk (Tool Kit). Foi criada por John Ousterhout, da Universidade de Berkeley e, posteriormente, da Sun Microsystems. O Visual Tcl foi escrito por Stewart Allen e vem sendo mantido por Christian Gavin e Damon Courtney.

Requisitos para execução do Visual Tcl

Os requisitos são mínimos:

  • Tcl/Tk >=8.03 instalado
  • X Windows System (se usando algum Unix, Linux incluído)

    O melhor de tudo é que o próprio ADI foi todo escrito em Tcl/Tk, o que o torna portável entre quaisquer sistemas operacionais capazes de executar o Tcl/Tk. Quer dizer, é possível instalar o Visual Tcl em uma máquina Windows ou Linux ou FreeBSD, ou ainda, em um Macintosh, desde que o Tcl/Tk esteja instalado na máquina em questão.

    Obtendo e Instalando

    Para obter o Visual Tcl, basta apontar seu navegador para www.scriptics.com , procurar um link para a versão mais atual e baixá-la. Trataremos aqui da versão 1.5.2. O pacote é um “tarball” (tar + gzip) e deve ser descomprimido no diretório destino. No exemplo, em /usr/local (troque “/usr/local” no comando abaixo pelo diretório destino de seu sistema). Torne-se o usuário root e digite o comando:

    tar zxvf vtcl-1.5.2.tar.gz -C /usr/local
    

    O pacote será extraído em /usr/local/vtcl-1.5.2 . Vá até esse diretório e execute o script configure lá existente:

    ./configure
    

    Isso cria um script em /usr/local/vtcl-1.5.2 com os comandos necessários à inicialização do vtcl.

    Há um pequeno inconveniente, porém: este script não se encontra no caminho de execução do sistema, de modo que duas soluções são possíveis: criar um vínculo simbólico para o script em /usr/local/bin ou adicionar o diretório do Vtcl ao caminho. A primeira solução nos parece mais acertada, pois não é necessária a edição de arquivos de configuração. Basta o seguinte comando (substitua de acordo com seu sistema):

    
    ln -s /usr/local/vtcl-1.5.2/vtcl /usr/local/bin/vtcl
    

    Executando

    Para executar o Vtcl no Linux, é necessário estar em uma sessão do X. Abra um emulador de terminal (ou algum “run”, como gRun, ktrun, tkrunit...) e digite:

    vtcl

    Isto abrirá o Visual Tcl, que inicia com um “splash” no meio da tela e, logo em seguida, ajeita o ambiente de desenvolvimento para o usuário. Qualquer um que já tenha utilizado o Visual Basic ou Delphi se sentirá à vontade, mas mesmo quem nunca usou nada disso não terá grandes dificuldades, pois a interface é bastante amigável e intuitiva.

    Não espere, porém, aprender Tcl com Visual Tcl: a documentação só trata do ADI em si. Todo conhecimento de Tcl/Tk deve ser obtido em livros, cursos ou, melhor ainda, nas man pages da seção “n”. Há, pelo menos, algumas “dicas do dia”, nos moldes do Windows 95. Infelizmente, tanto as dicas como a documentação e o próprio ADI estão em inglês.

    Primeiro programa

    Como não poderia deixar de ser, para “quebrar o gelo” e familiarizar o usuário, passaremos uma receita para um programa simples. O programa a seguir é composto por uma janela contendo um botão que, ao ser pressionado, exibe um diálogo com a mensagem “Olá usuário de Vtcl”.

    Na barra “Widget”, procure pelo “Toplevel” e clique sobre ele. Isso cria uma nova janela. Para mudar o tamanho deste componente, modifique os valores de “width” e “height” em “Atribute Editor”. Procure pelo “Button” na mesma barra e clique sobre ele e depois sobre a janela que foi criada (“Toplevel”). Dê um clique no botão criado para selecioná-lo e, na barra “Attribute Editor”, procure pela propriedade “command” e clique no quadradinho com reticências “...”. Na janela que se abrir, digite o seguinte comando:

    set a [tk_dialog .top21 “Ola” “Olá usuário de Vtcl” “rdblquote  0 “OK”]
    
    if {$a == 0} {
        exit
    }
    

    Clique sobre o botão com um “tick” (um sinalzinho verde ao lado de um “X” vermelho). Procure, agora, na janela principal do Vtcl, um menu “Mode”. Clique sobre ele e escolha “Test Mode”. Agora clique sobre o botão do nosso programinha e veja-o funcionar! Nosso exemplo é bastante simples, mas serve para dar uma idéia de como o ADI funciona. A documentação traz alguns outros tutoriais que devem ser lidos e praticados, até que o usuário sinta-se realmente à vontade para desenvolver suas próprias aplicações.


    Para saber mais

    www.scriptics.com: site do criador de Tcl/Tk, documentação, artigos e tutoriais

    www.linuxdoc.org/HOWTO : Tcl/Tk-Howto. Como instalar, man pages da seção “n”

    Valter Ferraz Sanches - vfs@mail.com


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