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Coluna do Augusto

Tão acirrada quanto a disputa entre usuários de modo texto e os que preferem o modo gráfico, assunto abordado no mês passado, é a guerra dos editores de texto. Os partidários dos tradicionais vi e emacs estão firmemente entrincheirados, embora divididos entre as várias versões de seus editores favoritos; por outro lado, há os que não conseguiram se adaptar a nenhuma das duas alternativas "clássicas" e preferem editores de textos simplificados, como o joe e o pico, que não substituem o shell e os filtros-padrão do Unix.

Confesso que integro a terceira categoria: não consegui me adaptar ao excesso de opções disponíveis, e acabo sempre usando editores simplificados — quanto mais eles lembrarem os comandos do Wordstar e do Turbo Pascal da década de 80, sem que para isso eu tenha de recorrer a configurações exóticas, melhor!

Porém, de vez em quando surge no horizonte um editor de textos que me faz pensar em aprender toda uma nova série de comandos de formatação, justificação, cópias de blocos, etc. — mas raramente eu conseguia trocar meus editores antigos por um da nova geração durante mais de uma semana. Até que apareceu o NEdit no meu caminho.

O NEdit é um editor em modo gráfico baseado nos widgets do Motif e que tem muitas das características que um técnico como eu admira. A primeira a me chamar a atenção foi a marcação de sintaxe: ao abrir um arquivo em formato HTML, as tags aparecem em uma cor, os argumentos em outra, o texto em uma terceira, e assim por diante. Essa característica, que está presente na maior parte dos editores "sérios", facilita muito o trabalho de quem utiliza linguagens de programação. O NEdit marca sintaxe para C/C++, Java, Fortran, Pascal, Perl, Python, Tcl, Awk, Shell, SQL e várias outras.

A segunda característica a me conquistar foi o uso do teclado para a seleção de texto: você pode marcar blocos pressionando a tecla shift em conjunto com as teclas de movimentação do cursor! Esse comportamento, bastante prático e intuitivo, é um alívio para meus pulsos que não agüentam mais o esforço de mover a mão entre o teclado e o mouse para marcar blocos para copiar/mover. Claro, há outros editores que fazem isso — mas é mais um ponto para o NEdit.

A partir daí, foram só boas surpresas: um menu bem acessível para utilizar os filtros do Linux (wc, sort, spell, etc.) e comandos como o make, macros, indentação automática e deslocamento lateral de blocos, expressões regulares, e muito mais. Para completar, uma ajuda on-line bastante extensiva, bem estruturada e fácil de acessar.

Em suma, o NEdit é uma ferramenta que vale a pena conhecer, pois é ao mesmo tempo poderosa (embora nesse aspecto não chegue aos pés do emacs e do vi) e simples, além de ser completamente livre, nos termos da licença GPL — embora as versões anteriores não o fossem. Seu site é www.nedit.org e inclui versões pré-compiladas para download em formatos RPM (libc e glibc), DEB e TGZ, além dos fontes. Se você ainda não for um adicto irrecuperável ao vi ou ao emacs, experimente e depois me mande sua opinião!


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