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Linux no Mundo Corporativo
Quem pensa que o software livre luta para se igualar a outras plataformas comerciais e que o seu diferencial esteja somente no custo tem razão em parte

O Linux cresceu: ficou mais estável, mais rápido, mais funcional, a cada nova versão, desde a sua criação nos idos de 1991. Anúncios como a adoção do Linux em mais de dez mil servidores em uma cadeia de lojas japonesas, ou a construção de um cluster com centenas de máquinas destinado ao trabalho cooperativo na prospecção de petróleo, ou ele rodando em famigerados mainframes ou em ATMs em corporações financeiras, entre outros exemplos, atestam a maioridade do Linux mundo afora.

Barreiras importantes como a impossibilidade do uso de softwares pessoais ou corporativos foram superadas com o advento do Kylix (www.borland.com), ferramenta que permite o desenvolvimento de aplicativos em Delphi para Linux e outra plataforma simultaneamente. Além disso aplicativos desenvolvidos em plataforma não-portável podem ser executados de maneira indolor e transparente através de aplicativos como wine (www.winehq.com) ou win4linux (www.win4linux.com). Diante desses benefícios a adoção do Linux é somente uma questão de opção, ou seria de percepção?

O Gartner Group estima em aproximadamente 80% a economia que um usuário corporativo pode obter numa rede de cem estações, não só com licenças, mas também pelo TCO (Custo Total de Propriedade) — suporte, treinamento, atualizações, etc.

O desenvolvimento do Linux vem envolvendo as mais diferentes forças do mercado: voluntários, idealistas na busca do estado da arte do software, organizações de tecnologia, como a NASA, US Marines, Procergs, que supriram suas necessidades com desenvolvimento próprio. Colaboram também diversos ícones do mercado da informática: IBM, Intel, HP; todos participam ativamente de um desenvolvimento que tem objetivos claros como o aprimoramento da plataforma e o atendimento de necessidades reais dos usuários.

Para consolidar esse quadro, as distribuições, empresas especializadas em desenvolver e aprimorar softwares livres, criam os elementos sinérgicos para a popularização do software livre: quantos sistemas operacionais que ofereçam suporte às 8 horas da noite ou aos sábados você conhece?

E quantos podem ser obtidos por R$ 80,00 (ou gratuitamente)? E quantos sofrem evolução permanente mês após mês, atualizados automaticamente através da Internet? Provavelmente apenas um.

O mercado corporativo está recebendo em março um novo formato para adoção de software livre. Em vez de despender muitas vezes milhões de dólares na aquisição de licenças e com suporte, treinamento, manutenção, etc., que tal receber esses softwares e suas atualizações cada 4 meses, com suporte sete dias por semana, 24 horas por dia, treinamento e atualização permanente do corpo técnico, e ter à disposição diversos softwares de imensa qualidade, por uma fração desse custo? Afinal mais de 60% dos servidores Web da Internet rodam software livre!

Quem pensa que o software livre luta para se igualar a outras plataformas comerciais e que o seu diferencial esteja somente no custo tem razão em parte. Na verdade a sinergia do modelo de desenvolvimento é tamanha que em menos de um ano será possível ver o Linux passando ao largo de seus concorrentes diretos. Um exemplo vivo disso está na interface lançada pela Eazel (www.eazel.com), a maior revolução do desktop depois do Mac. Ações como compartilhamento de arquivos, envio de mensagens, visualização de uma rede e outras, ao alcance de um clique de mouse de um usuário comum.

Ao mesmo tempo vemos o Linux como o primeiro sistema operacional a ser portado para a plataforma Intel IA-64, ou em grandes mainframes corporativos, ou ainda em sistemas embarcados ou "appliances" como consoles de videogames ou players de música digital. A mesma tecnologia dos computadores de missão crítica, e as conseqüentes estabilidade e robustez, presentes na sua estação de trabalho ou notebook, não é uma idéia ruim, considerando-se que o custo adicional é igual a zero. Na verdade, é menor do que plataformas tecnologicamente inferiores nesta área.

Quando tomei contato com o software livre no início da década de 90 e percebi os níveis de economia que poderiam ser obtidos em projetos corporativos, confesso que a motivação era custo e que um especialista deveria estar disponível para operar um servidor. Hoje, com o advento de mais de uma dezena de interfaces, sem travamentos e telas de "operações ilegais", sinto-me à vontade para dizer que: não basta ser econômico, tem de ter qualidade, e nessa área o Linux está se superando. Software livre, ao contrário do comercial, exige muito mais qualidade, porque terá de provar aos usuários que eles fizeram a escolha certa.


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