Distro

Slackware 8.1
Saiba mais sobre a nova versão de uma das mais populares distros

No dia 19 de junho de 2002 foi lançada a nova versão da mais antiga distribuição Linux ainda em atividade (afinal, são 9 anos de Slackware!). No dia seguinte já estava com as imagens ISO nas mãos, pronto para testar a distro que acabou de sair do forno.

Uma das primeiras coisas que dá para notar é que a distro não cabe mais inteira em um CD só. Apesar de todos os arquivos para instalação conseguirem ficar em apenas um CD (o CD install), se houver algum problema, os bootdisks e rootdisks estão no CD extra. O Slackware-HOWTO, explicando detalhadamente a instalação está no CD de install.

Aliás, no CD extra estão, além dos bootdisks e rootdisks, o ZipSlack, os pacotes extras, alguns pacotes antigos (como o XFree86 3.3.6) e a série KDEI, com toda a internacionalização do KDE. Um grande “contra” é a necessidade de 6 disquetes, caso o boot de CD não funcione. É, são seis mesmo, um de boot e 5 de root. Se você quiser instalar via rede, ainda há mais um, o network.dsk.

Resolvo começar a instalação em um Athlon 1Ghz, 256MB de RAM, DVD-ROM e HD de 20GB. Coloco o CD install no DVD e aguardo o boot automático. Tudo transcorre às mil maravilhas. Entre as novas surpresas do Slackware 8.1, podemos ver que foi incluído durante a instalação o suporte aos teclados ABNT2 e US-ACENTOS. O instalador possui a mesma filosofia, facilidade e simplicidade desde sempre. A grande novidade fica por conta dos sistemas de arquivos disponíveis: JFS, XFS, ReiserFS, Ext3 e Ext2.

Mando fazer a instalação completa (aproximadamente 2GB), configuro os últimos “finalmentes” e reinicio a máquina, louco pelas novidades. O 8.1 já vem com o kernel 2.4.18, e carrega o módulo ide-scsi automaticamente. Se você tem um CD-R, precisa apenas adicionar o append=”hdc=ide-scsi” no seu lilo.conf.

Aliás, no /etc está boa parte das mudanças, além do módulo ide-scsi ser carregado automaticamente, no /etc/rc.d/rc.inet1 já temos espaço reservado para a configuração de uma segunda placa de rede e no rc.inet2 já existe uma entrada para um rc.firewall (basta você criar seu script e colocá-lo no /etc/rc.d/rc.firewall). Também é possível perceber o aumento de scripts dentro do /etc/rc.d, para que os serviços possam ser ativados e desativados com o /etc/rc.d/rc.servico start|stop|restart.

Há algumas mudanças grandes na organização do sistema de arquivos. Os pontos de montagem temporários (cdrom, floppy e hd) foram colocados dentro do /mnt, o que é muito irritante para quem está acostumado com o “mount /cdrom” e em usar o /mnt para montagens realmente temporárias (como um HD extra ou um sistema NFS). Seguindo esta mesma filosofia de padronização, o vmlinuz agora se encontra no diretório /boot e não mais na raiz.

O X já vem configurado para usar o FrameBuffer (ou vesa) e mouse PS/2. Se o seu mouse é diferente ou se você quer a aceleração que o driver correto da sua placa deve proporcionar, use o xfree86setup, xf86config, xf86dg ou edite o /etc/X11/XF86Config manualmente. Maneiras de configurar o X é o que não falta... Ah! Se você tem uma placa não suportada pelo novo X, não se desespere, o antigo está no CD extra e você pode configurá-lo usando o XF86Setup.

Falando em X, o Slackware 8.1 vem com aplicativos gráficos para todos os gostos:

• XFCE, GNOME, WindowMaker, KDE, FVWM2, fvwm95, mwm e twm como gerenciadores de janelas.

• Mozilla, Galeon, Konqueror e Netscape como navegadores;

• Evolution, KMail, Mozilla e Netscape como leitores de e-mail;

• Abiword, Gnumeric, KOffice para aplicações de escritório;

• Gaim como instant messenger (suporta AIM, ICQ, etc...);

• XMMS e GQmpeg como MP3 Players;

• Dúzias de programas inclusos no KDE3.0.1 e no GNOME 1.4, além de vários outros.

Seguindo a boa tradição Slackware, temos ainda ótimos programas em modo texto:

• browsers lynx e links;

• os leitores de e-mail pine e mutt;

• players de MP3 como amp, mad e mpg321;

• rexima como mixer de som

Não estamos contando aí os servidores para diversas aplicações, o Apache 1.3.26, Samba 2.2.4, OpenSSH 3.2.3, e nem os pacotes disponíveis no CD extra. Os únicos programas extras que tive de baixar foram o Xine, para ver meus DVDs, o LyX e o Licq.

Depois de instalar no Athlon, repeti o processo no meu Pentium 166 e em um 486DX4. Em ambos o boot pelo CD não funcionou, e lá vou eu com meus 7 disquetinhos (no caso do 486, aproveitei para fazer a instalação via rede, que transcorreu sem problemas). Obviamente, não instalei a distro inteira nessas duas máquinas. No P166, o melhor driver do X para a minha placa Trident9750 foi o framebuffer (mas não fiz testes exaustivos com o driver trident), e para o 486, usei o XF86_SVGA do XFree86 3.3.6.

Com uma instalação (sem macetes) indo de 71MB até quase 2GB, suportando desde 386SX com 4MB (com o ZipSlack) até Athlons e Pentium IV, dúzias de pacotes em modo texto e para o modo gráfico, bibliotecas e linguagens de programação a granel e uma tradição em estabilidade, posso dizer que o Slackware 8.1 é uma das melhores escolhas, pelo menos até a próxima versão.

Para saber mais:
Página oficial - www.slackware.org
Projeto Slackware Linux Brasil - www.slackware-brasil.com.br
Imagens ISO de várias distribuições - www.linuxiso.org