Gostosuras ou Travessuras?

Novamente vazaram documentos da famosa empresa de Redmond falando sobre o Linux. Desta vez o documento foi apresentado em um encontro de estratégias a serem adotadas em relação ao Linux, em Berlim, em setembro deste ano.

Este documento foi baseado em pesquisa feita com diversos profissionais de tecnologia da informação nos Estados Unidos, Brasil, França, Alemanha, Japão e Suécia. O interessante é analisar a escolha destes países para a pesquisa. A conclusão mais simples a que chego é que neles o Linux está se expandindo mais rapidamente que em outras partes do planeta. E, por uma coincidência não tão grande assim, é nestes países que situam-se as maiores empresas de Linux: Red Hat, Conectiva, Mandrake, SuSE e TurboLinux. E a Suécia deve estar aí para despistar um pouco, em vez de escolher a vizinha Finlândia.

Este último documento (Halloween 7) mostra o que se passa na mente de Redmond, seus temores e suas táticas. O primeiro ponto que deve tirar o sono dos seus maiores executivos é a aceitação do Linux. Entre os pesquisados, 86% são favoráveis ao uso do Linux. Ei! Leia de novo! Uma pesquisa da Microsoft aponta que 86% das pessoas têm um forte interesse no uso do Linux em suas empresas!

A pesquisa também mostra que a grande maioria dos entrevistados aponta o TCO como uma das principais razões para a preferência por soluções abertas. Outras razões passam por ter alternativas à Microsoft e também pela possibilidade de inspeção dos códigos-fonte. Finalmente, estes profissionais entenderam que segurança por obscuridade não existe.

Neste estudo, Redmond notou algo que está arraigado na cultura de diversos países; ninguém quer depender tecnologicamente dos Estados Unidos, muito menos de uma única empresa americana. Esta dependência é maléfica para o desenvolvimento, economia e também para a soberania dessas nações. O sentimento contra Redmond é muito forte na França; natural para um país que defende muito sua cultura e valores nacionais.

Os ataques diretos ao Linux mostraram, segundo a pesquisa, que não estão sendo eficazes e, em diversos casos, até se voltando contra seus detratores. Ao mostrar aspectos inerentes ao software livre, que, na opinião da Microsoft, deveriam ser negativos, os entrevistados disserem que agora estavam mais propensos a utilizar sistemas abertos.

Esta novela está longe de acabar; aguarde as cenas dos próximos capítulos.

E, mais uma vez, comemoramos o aniversário da Revista do Linux. Entramos no quarto ano de existência, e as perspectivas de futuro são as melhores possíveis. Obrigado, caro leitor, por prestigiar o nosso trabalho e fazer da RDL a maior publicação de Linux do mercado editorial brasileiro.