Revista Do Linux
 
OUTRAS SEÇÕES
  Cartas
  Variedades
  Rádio Linux
  CD do Mês
  Coluna do Augusto
  Leitura
  Dicas e truques
  Opinião
 

Linux no videogame

A maioria de nós já viu o Linux ser executado em PCs, Macs, mainframes, PDAs e até relógios. Mas você também pode tê-lo em seu console favorito

Além de funcionar na maioria das arquiteturas existentes, a capacidade de recuperar equipamentos que não poderiam mais ser utilizados ou a de possibilitar que dispositivos possam executar, com perfeição, funções para as quais não foram projetados, sempre foi um dos fatores importantes do Linux.

O sistema já vem sendo utilizado em consoles de videogames há algum tempo. A Sony, por exemplo, quando lançou o Playstation 2, também lançou um kit de desenvolvimento para o console que funciona com Linux. Além disto, também existe uma versão do sistema para o Dreamcast, console abandonado pela SEGA que possui, entre outros dispositivos, um modem de 56 Kbps. Recentemente, um grupo de Linuxers foi um pouco mais longe e portou o Linux para o Xbox, o console fabricado pela Microsoft. Tudo o que o usuário do Dreamcast ou do Xbox precisa para executar o sistema do pingüim no videogame é de um modchip instalado no console.

Modchips são circuitos que, quando instalados no video-game, permitem executar jogos de CDs importados ou copiados em CD-Rs. É claro que os fabricantes de consoles não estão nada felizes com a venda de modchips e, recentemente, tentaram fechar uma grande distribuidora. A briga em torno dos modchips tem quase o mesmo motivo da luta das gravadoras com o MP3. De um lado, estão os fabricantes das máquinas se queixando de que os modchips favorecem a pirataria de jogos, o que os faria perder alguns cifrões. Do outro, estão os usuários e consumidores de videogames que acham muito justo poderem fazer e usar cópias de segurança de seus jogos, para evitar que o caro CD original acabe sendo danificado por algum motivo.

Brigas judiciais à parte, o importante é que hoje pode-se executar uma versão do sistema do pingüim no Xbox, possibilitando aos usuários utilizar o console para uma série de outras tarefas.

O hardware utilizado no Xbox tem cerca de 99% da sua arquitetura semelhante à de um PC atual. As diferenças estão na ausência de alguns componentes presentes nos PCs, como teclado, mouse e uma BIOS IBM PC-like, e também algumas mudanças em outras características, como na seqüência de boot, partição de disco e outros. Isto significa que, apesar de o hardware ser bastante semelhante ao de um PC, não adianta simplesmente inserir um CD da sua distro favorita e instalá-la.

Os periféricos são conectados ao videogame através de uma interface USB padrão, entretanto com conectores diferentes. A boa notícia é que, apesar de não existir nenhum teclado ou mouse para o sistema, pode-se facilmente construir um adaptador para utilizar teclados e mouses USB no console. O pessoal do Xbox Linux Project desenvolveu e disponibilizou para download uma versão do Mandrake 9 que pode ser executado em um Xbox com modchip. A distro contém os gerenciadores de janelas KDE e GNOME e alguns softwares bastante úteis, como o OpenOffice, XMMS, Gimp e Mozilla. Além disto, esta versão é totalmente compatível com o Mandrake 9, o que significa que qualquer pacote lançado para a distribuição pode ser instalado no Xbox.

Executando o Xbox Linux Mandrake, o videogame da Microsoft é tão poderoso quanto qualquer PC com o Mandrake 9 instalado e pode utilizar aplicações office, internet, e-mail, jogos e até mesmo um servidor web ou de arquivos. Afinal, é uma máquina com processador Celeron de 733Mhz, 64 mega de RAM, 10 gigabytes de HD, uma placa de vídeo da nVidia baseada na GeForce 3 e uma placa de rede.

Mesmo após a instalação do Linux, os usuários do Xbox ainda poderão jogar e assistir DVDs no console normalmente.

Com a capacidade de executar um sistema operacional poderoso como o Linux, várias possibilidades acabaram surgindo e, entre elas, a de desenvolver novos jogos para o console. Bram Stolk desenvolveu recentemente o jogo Tux Vs. Clippy, no qual o jogador escolhe como personagem o pingüim mais amado do mundo ou o clip de papel que auxilia o usuário em um famoso processador de textos para lutar pela dominação mundial. Também participam do jogo algumas figurinhas carimbadas, como Richard Stallman, Linus Torvalds e Steve Ballmer. O download da imagem ISO e screenshots do jogo podem ser encontrados no endereço www.stolk.info/xgame.

Apesar de o grupo do Xbox Linux Project já ter uma distro que pode ser executada no console, o trabalho não pára e a lista de tarefas a fazer é um pouco grande. Entre os planos futuros do grupo, está a possibilidade de poder utilizar o Xbox Memory Card como um dispositivo de armazenamento no Linux, já que ele também utiliza uma interface USB, que parece ser bastante similar a outros dispositivos USB. O grupo também tem a preocupação de manter o kernel do sistema mais ~Slimpo~T e de resolver alguns probleminhas com o drive de CD/DVD que acompanha o videogame, que, segundo o grupo, é cerca de 99% compatível com o padrão ATAPI.

Para estar sempre por dentro das novidades que estão surgindo sobre o Linux no Xbox, não deixe de assinar a lista de discussão do grupo no endereço xbox-linux.sourceforge.net/mailinglist.php.

O Linux possibilita que dispositivos executem tarefas para as quais não foram desenvolvidas

Xbox:
o console da Microsoft

Para saber mais: Xbox - www.xbox.com Xbox Linux - xbox-linux.sourceforge.net/ Dreamcast Linux Distribution - www.m17n.org/linux-sh/dreamcast/distribution LinuxDC - linuxdc.org/


Felipe Arruda - felipe@RevistaDoLinux.com.br

A Revista do Linux é editada pela Conectiva S/A
Todos os Direitos Reservados.

Política de Privacidade
Anuncie na Revista do Linux