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RÁDIO LINUX

MD versus Intel no mercado de 64 Bits

A AMD desenvolveu uma nova arquitetura para processadores, chamada X86-64, para competir com a arquitetura Itanium, desenvolvida pela Intel. Contudo, ao contrário de seu concorrente, o padrão X86-64 é totalmente compatível com a geração atual de processadores, o que pode dar ao seu fabricante uma vantagem competitiva durante a fase de migração para os 64 Bits. De acordo com a AMD, o primeiro processador da nova geração, que tem o codinome "Sledgehammer", deve estar disponível no mercado no final de 2001, oferecendo performance e velocidade compatíveis com o concorrente da Intel. A AMD ainda não decidiu se irá licenciar a tecnologia a outros fabricantes de chips, mas afirmou que não irá produzir chips compatíveis com a arquitetura Itanium.

Mais um handheld rodando Linux

O mais novo Handheld da Compaq, o iPaq, já está rodando Linux. O aparelho, cujo desenvolvimento começou com o projeto Itsy (uma tentativa de desenvolver hardware em um espírito "Open -Source"), tem 8 Mega de RAM e 8 Mega de FLASH para armazenar o sistema operacional, que é o Linux com kernel 2.4.0-test5, e o Xfree 86 4.0.1 como sistema gráfico. O iPaq ainda não está à venda, e tal progresso no port do Linux só foi possível com a colaboração da própria Compaq. Mas nem tudo é perfeito: o iPaq sai de fábrica com o Windows CE 3.0, e cabe ao usuário instalar o Linux, seguindo instruções do site www.handhelds.org

Gigantes se unem para apoiar Linux e Gnome

Em anúncio recente, durante a LinuxWord Expo em San Jose, Califórnia, gigantes no setor de hardware e software, como a Compaq, Hewlett-Packard, IBM e Sun Microsystems, além de grandes nomes relacionados ao software livre e ao projeto GNOME, como a Eazel, Free Software Foundation, Gnumatic, Helix Code, Henzai, Object Management Group, Red Hat, TurboLinux e VA Linux se uniram e anunciaram a criação da Gnome Foundation, uma fundação dedicada ao aprimoramento do GNOME, transformando-o no sistema de desktop padrão no Linux e em outros sistemas operacionais. A fundação será regida por um conselho escolhido pelos próprios desenvolvedores do projeto GNOME e membros das empresas envolvidas, e fornecerá apoio organizacional, financeiro e legal ao projeto. Seguindo o anúncio da fundação, algumas empresas anunciaram seus planos: a Compaq lançará no mercado uma versão do seu handheld iPaq equipada com Linux e com o GNOME para PDA’s desenvolvido pela Henzai. A Sun usará o GNOME como interface gráfica padrão no seu sistema Solaris, além de desenvolver uma maior integração entre o GNOME e o StarOffice que, inclusive, passará a utilizar a tecnologia de componentes Bonobo, para maior integração com outras aplicações. Veja o "press release" oficial em: www.gnome.org/pr-foundation.html

Mulheres e Computadores
Andrea Fabiana Flores

Quem conhece Linda Walsh sabe que ela não é de brincadeira! Mesmo sob pressão para mudar para áreas mais "femininas", como gerência de contratos, suporte a vendas ou contato com clientes, Linda trabalha na equipe de Tecnologia de Segurança / Kernel Linux da Silicon Graphics como engenheira sênior. Vive atualmente na cidade de Santa Cruz, Califórnia, mas cursou Ciência da Computação na Universidade de Illinois.

Na SGI há cinco anos, trabalhou anteriormente na Sun por seis anos e na Intel logo após ter se formado. Sua principal linguagem de desenvolvimento é o C, mas programa em C++, Perl, Shell Scripting (mais precisamente Korn Shell), assembler x86 e PL/M. "Na Intel eu colaborei com o desenvolvimento de um compilador PL/M para os processadores 186 e 286", lembra Walsh.

No momento, Linda Walsh está desenvolvendo uma tecnologia de auditoria que poderá ser utilizada para suportar detecção de invasões de sistema em tempo real. Linda não está especificamente desenvolvendo as rotinas de detecção, mas as APIs estarão no kernel para que outros possam desenvolvê-las. Também está trabalhando em características inconsistentes ou mal inplementadas do kernel. "Coincidentemente, há alguns dias atrás, um sendmail bug foi encontrado e teve de ser corrigido no kernel 2.2.16". Linda espera dedicar mais tempo ao MAC (Mandatory Access Control) e ao "Labeled Security". Segundo ela, "será onde todos teremos os maiores benefícios em segurança".

O interesse de Linda pelo Linux deu-se há aproximadamente dois anos, quando pôs os pés no canal de distribuição Linux da SGI. Posteriormente, teve a oportunidade de juntar-se à equipe de segurança e trabalhar diretamente no Kernel - por sinal, uma de suas especializações na faculdade (Desenvolvimento de Sistemas Operacionais).

Linda se considera uma daquelas pessoas que não se sentem bem se não estão aprendendo ou tentando coisas novas. Por isso sua carreira possui atividades tão díspares como o desenvolvimento de compiladores, de um editor visual programável, a criação de interfaces gráficas para o usuário, programação em linguagem de máquina para garantir melhor desempenho com gráficos, projeto de sistemas, automação e análise estatística de testes, porte de software entre plataformas, emulação de Windows no IRIX, emulação de placas de som, manutenção de distribuições Linux, segurança e kernel hacking.

Muitas das soluções encontradas por Linda para problemas de código advêm da dita "intuição feminina". "É difícil utilizar a intuição num campo dominado pelo pensamento analítico e pela lógica - como a intuição não pode ser explicada, os homens a descartam prontamente, como se fosse ruído supérfluo. Mas como, na minha opinião, software é quase uma forma de arte, a intuição tem seu lugar nas situações mais inusitadas. Eu sempre estou propensa a tentar soluções que não parecem lógicas da primeira vez, mas que logo se mostram a opção mais correta. Infelizmente, na cultura corporativa a criatividade tem que ser analisada, medida e colocada em categorias - caixas estanques, no final das contas. Isso tira toda a motivação do processo de criação de software".

Em casa, Linda procura se desligar do mundo da informática, seja tocando bateria, fazendo yoga, andando de patins ou bicicleta, praticando dança do ventre ou mesmo escalada em muro artificial (a mulher é da pesada!). "Infelizmente", lamenta, "o Linux toma todo meu tempo agora; temos muito trabalho na SGI e pouca gente, então acabo trabalhando além do que devia". Ela promete que quando tiver mais tempo voltará a praticar escalada artificial. Veremos...

Além dos hobbies, Linda ainda tem que lidar com as confusões entre seus três cães beagle e seu gato. E encontrar tempo para aprender francês - a cultura francesa a fascina. O domínio da língua francesa inclusive já ajudou-a durante uma conferência de desenvolvedores ocorrida em Bordeaux e em uma demostração a clientes em Paris.

Usuária das distribuições Mandrake e SuSE, ainda não decidiu qual delas irá adotar permanentemente. No escritório, possui quatro máquinas com o Mandrake, duas com o SuSE e uma com o Red Hat. Utiliza normalmente o KDE, mas ainda precisa do Windows para rodar uma aplicação específica. Utiliza o Windows sobre o VMWare, assim pode ter Shells Linux e a aplicação Windows no mesmo desktop. "Todo meu código é escrito em modo texto. Normalmente, tenho de dois a quatro terminais abertos simultaneamente em meu desktop".

Linda não considera como "movimentos" agremiações como o LinuxChix, mas realmente acha que as mulheres não estão bem representadas na comunidade Linux, especialmente no desenvolvimento do Kernel. "Triste e estranho, considerando que os primeiros programadores foram mulheres", brinca.

Na opinião dela, o número de mulheres trabalhando na SGI é muito pequeno. No grupo do Kernel, por exemplo, não há nenhuma. Apesar de trabalhar com o kernel, está na equipe de segurança e é a única mulher por lá. Linda conta que "quando meu último projeto terminou, fui aconselhada por um gerente a tentar uma posição no suporte ao cliente". Apesar de ser uma área com maior quantidade de mulheres, e de estar sendo sutilmente afastada do grupo do kernel, Linda conseguiu uma vaga na equipe de segurança.

O dia-a-dia de Linda Walsh pode parecer estranho à primeira vista, mas é muito comum no Vale do Silício. Três vezes por semana ela trabalha no escritório, e duas ela trabalha em casa. Normalmente, trabalha nos finais de semana também. Ocasionalmente, ela tem chance de trabalhar em casa mais dias na semana, dependendo dos compromissos agendados. Normalmente, ela acorda, enche uma xícara com café forte e pega o seu laptop que está embaixo da cama (?!?). A manhã toda ela passa lendo emails e, se relevante, navegando pela Internet. "Uma das coisas boas de se trabalhar na SGI é ter em casa uma linha DSL de 1.1 Gb", conta. "Por isso, eu montei uma rede local ethernet a 100Mbit/s em casa e posso trabalhar em qualquer parte dela". Depois de responder aos emails, toma café na cama e produz algum código. Quando necessário, vai ao escritório ("Quatro milhas de estradas cheias de curvas até o Vale do Silício", conta) para alguma reunião ou outro compromisso, e nos momentos de espera, escreve mais um pouco de código. À noite (normalmente bem tarde) volta para casa, come alguma coisa e assiste TV, caso novos episódios de Buffy, Voyager ou Xena estejam passando, ao mesmo tempo em que continua trabalhando em seu laptop. Quando chega a hora de dormir, desliga o laptop e o larga novamente embaixo da cama.

Linda afirma que se reinventa a cada sete ou dez anos. "Minha personalidade pode ser um camaleão, às vezes". De qualquer forma, ela sempre tenta fazer muito mais do que pode — a vida parece ser curta demais para ela...

Por não dispor de mais tempo, Linda Walsh não possui uma página pessoal atualizada. A página dela (reality.sgi.com/law/) é muito antiga e não reflete sua vida atual, mas foi ela mesma que indicou e não custa nada fazer uma visitinha.


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