Linux Expo

A II Linux Expo Brasil confirmou todas as expectativas, com milhares de visitantes, a adesão de grandes companhias de software e hardware, palestras concorridas e keynotes apresentando os avanços do Linux no mercado brasileiro

O auditório das palestras estava bem concorrido, e o time de especialistas era muito maior que o de curiosos, composição bastante diversa do encontro do ano passado.

Paul Everitt (Digital Creations) falou sobre o sucesso mundial do Zope e sobre as atuais preferências dos programadores: PHP, Python e Java. Server side foi o tema.

Deepak Advani, o guardião do Linux na IBM, mostrou como o pingüim se tornou o maior integrador de arquiteturas e de sua vocação corporativa. No estande da Big Blue, um mainframe S/390 não parava de gerar máquinas virtuais Linux e mostrar outro nicho em consolidação.

Maddog nunca posou para tantas fotos e foi o popstar do evento. Na entrevista que concedeu à RdL, não perdeu a chance de apresentar modelos não-Intel da próxima geração embedded Linux, que ele acredita ser a sucessora do mercado desktop.

Falou sobre a importância da qualidade, insistindo numa só política: pare o marketing e mostre-me o código!

A Cyclades nos Estados Unidos encontra mercado para as placas multisseriais e aqui no Brasil ela emplaca com os roteadores. De qualquer maneira, veio para mostrar por que ganhou todos os prêmios de melhor hardware para Linux nos últimos seis anos.

Rik van Riel, o holandês do gerenciamento de memória do kernel e que integra o time da Conectiva, fez um passeio pelos áridos labirintos do kernel.

O maior estande era o do Rio Grande do Sul. A turma da PROCERGS apresentou muitas novidades, mas a maior delas foi o anúncio de que o Direto, software de webmail, agenda compartilhada e workflow, já foi adotado pelo exército brasileiro e que mais de mil cópias já estão em atividade. Também falaram sobre as 160 prefeituras que só querem usar software livre em suas administrações, sobre o projeto Rede Escolar livre, sobre o pacote para geoprocessamento etc. Com essa turma o número de novidades sempre é grande.

Outro destaque gaúcho é o SAGU, software GPL de gestão de universidades, que está para ser adotado em outros segmentos, como diversas prefeituras de Minas Gerais. O SAGU Lite é hoje um fenômeno em downloads.

A Borland foi outra que veio mostrar que o sucesso do Kylix escancara o paradoxo: se ninguém usa Linux por que estamos vendendo tantos Kylix? E o que significa esse monte de empresas interessadas nele?

A Mandrake está desembarcando no Brasil e aproveitou o evento para distribuir centenas de cópias do release 8.0 para o público.

No final do primeiro dia, no auditório, houve um debate aberto com Sandro Henrique (Conectiva), Alexandre Oliva (RedHat), Imre Simon (USP), Rubens Queiroz (Unicamp), Djalma Valois (CIPSGA) e Helio Gurovitz (revista Exame), falando sobre o uso de software livre no estado e a sobrevivência do modelo open source.