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Orelhão .com

Orelhão.com® já está sendo utilizado em diferentes lugares do Brasil, demonstra versatilidade e estabilidade. E roda em Linux...

A idéia de uma rede nacional interligando terminais públicos conectados à Internet está se tornando uma realidade no Brasil. Milhares de pessoas acessam diariamente a rede com as mais diversas finalidades: para trocar e-mails, buscar informações, conversar com outras pessoas em chats, e mais uma infinidade de opções. Dados mais recentes do Nua Internet Surveys apontam que já são mais de 407 milhões de pessoas conectadas em todo o planeta.

A América Latina possui 16,4 milhões de usuários de Internet. O Brasil representa quase 60% desses internautas, com 9,8 milhões de usuários (dados do Nielsen NetRatings). Com uma população de cerca de 169 milhões de pessoas, o Brasil tem uma demanda potencial significativa por um produto que possa diminuir a distância entre a tecnologia e a população. Afinal, apenas 5,8% da população nacional tem acesso à Internet.

A Apek Telecom, empresa fundada em 1999, na cidade de Campinas, São Paulo, já oferece um produto capaz de dar acesso à Internet em qualquer ponto geográfico — o chamado Orelhão.com®, que roda inteiramente em Linux. "Essa solução é segura, funcional, muito barata e viabilizou o nosso projeto", salienta Rafael Tonelli, diretor de Marketing e Vendas da Apek Telecom.

O Senac (Serviço Nacional do Comércio) de São Paulo já utiliza o orelhão no seu projeto OnLine Cidadão. A empresa Techtel, de Manaus, Amazonas, o emprega em vinte terminais em diversos pontos da cidade, como restaurantes, hotéis, faculdades e shopping centers, dando acesso à Internet a aproximadamente 2,5 mil pessoas. E a emissora EP TV, afiliada à Rede Globo de Televisão no interior de São Paulo, divulga o seu portal na Internet (EPTV.COM) por meio do Orelhão.com®.

Parcerias

A Apek estabeleceu uma parceria com o Senac-SP, que havia realizado um estudo para identificar possíveis causas da exclusão digital da população brasileira. "O cidadão tem certo medo da tecnologia. Por isso realizamos uma parceria com a Apek Telecom, que já possuía um terminal de acesso à Internet cujo design futurista é de fácil assimilação e faz com que o cidadão associe a tecnologia a alguma coisa de seu conhecimento, neste caso, o orelhão telefônico", explica o professor Evandro Prestes Guerreiro, coordenador do projeto OnLine

Cidadão.

Um estudo realizado pela Unicamp apontou que o Linux seria o sistema operacional ideal para viabilizar o projeto por sua eficiência e também pelos custos menores de produção. A parceria foi tão bem-sucedida que o próprio Senac-SP reestruturou seus cursos sobre Linux incluindo os principais avanços na aplicação do sistema operacional do pingüim em empresas e na universalização do acesso à Internet.

O Senac-SP já investiu R$ 200 mil para conceber e implantar o projeto, em fase de testes desde dezembro de 2000. Feito o estudo sobre a exclusão digital da população brasileira e realizada a parceria com a Apek, que customizou seus sistemas para as necessidades do projeto, foram criados dez pontos de acesso distribuídos em três diferentes lugares.

Já a EPTV.com usa o Orelhão.com® com os clientes Curso e Colégio Integral e Galleria Shopping, no interior de São Paulo. De acordo com a gerente de Desenvolvimento Comercial da EPTV.com, Mary Chirnev, o orelhão é uma ferramenta de alavancagem de novos negócios e está sendo utilizado como forma de divulgação do portal em eventos externos, como feiras agroindustriais, festas de peão e promoções em shoppings e exposições, dentro da área de abrangência dessa afiliada à Rede Globo no interior de São Paulo. O formato do equipamento e a funcionalidade do projeto do Orelhão solucionam problemas de transporte e instalação, pois não há com que se preocupar com linhas telefônicas e microcomputadores, além de móveis.

Forma de utilização

Para utilizar os serviços do Orelhão.com®, basta "passar" um cartão especial (fabricado e fornecido pela Apek, que pode receber espaço de publicidade, inclusive) na leitora localizada ao lado do teclado. Realizado o login, um relógio inicia a contagem regressiva do tempo disponível, com decréscimo de um em um minuto. Em qualquer momento, o usuário pode realizar o logout. "Tudo é muito simples e dinâmico, até para usuários de primeira viagem", conta Renato Pereira Lopes, diretor de Negócios da Apek Telecom

. Os principais serviços oferecidos na versão mais atual do produto, lançada em maio, são: navegação na Internet, videoconferência, MIRC, jogos em rede e e-mail.

A Apek projeta que até 2002 cerca de 5 mil terminais estarão instalados em todo o Brasil. O maior problema enfrentado pela empresa está relacionado com a infra-estrutura, principalmente no que se refere à conexão das máquinas à Internet. "Nossos equipamentos foram desenvolvidos para funcionar em conexões dedicadas, com custo ainda elevado e nem sempre disponíveis em todas as regiões do Brasil", salienta Tonelli. Devido a essas dificuldades é que a Apek ganhou know-how na utilização de sistemas wireless de comunicação. Usando redes de radiofreqüência, a Apek Telecom conseguiu ampliar sua rede, aumentando o número de pontos a um custo altamente competitivo.

A empresa está exclusivamente voltada para o desenvolvimento e implantação de uma rede nacional de terminais públicos para acesso à Internet. Com 14 meses de desenvolvimento, o projeto Orelhão.com® já recebeu investimentos estimados em US$ 1,5 milhão, e para 2001, espera-se que sejam investidos mais US$ 5 milhões, aproximadamente, com recursos obtidos de investidores externos, comenta Olympio de Andrade Jr., engenheiro e CEO da Apek.

Por que o Linux?

Na primeira fase do projeto Orelhão.com®, quando o objetivo da Apek ainda era viabilizar comercialmente o negócio, os técnicos da empresa optaram por uma solução híbrida. A idéia era utilizar o Linux apenas nos servidores, instalando-se nas estações um sistema baseado em Windows NT. "Essa decisão, embora de rápida implementação, se mostrou extremamente insatisfatória e frágil", lembra Rafael Tonelli, da Apek Telecom. A empresa enfrentou problemas relacionados a segurança e estabilidade do sistema, e a partir de então não poderia usar o NT como base do sistema de um atendimento capaz de funcionar 24 horas por dia. "Devido ao seu código-fonte fechado, diversos problemas que deveriam ser solucionados apenas podiam ser contornados com soluções paliativas e pouco seguras", destaca.

Com tudo isso, somado à experiência da empresa no uso do Linux em seus servidores e à evolução constante dos aplicativos, a Apek resolveu desenvolver um novo sistema em C para rodar em Linux. A produtividade da empresa aumentou, houve significativa redução do deslocamento de profissionais de suporte até os pontos de presença do Orelhão.com®, localizados em diferentes lugares do país. "Agora quase tudo é feito remotamente, uma vez que objetivamos uma enorme rede nacional e internacional", declara.


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