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Rumo ao desktop, passando por Redmond

Calma! Não é da Microsoft que estamos falando, e sim de uma distribuição voltada aos iniciantes

Com o slogan Linux for the desktop (Linux para o desktop), o Redmond Linux, produzido pela empresa de mesmo nome sediada em Redmond, Washington, a poucas quadras do quartel-general da Microsoft, é uma distribuição Linux que visa ser a melhor escolha para usuários iniciantes recém-chegados do Windows, oferecendo uma curva de aprendizado suave e interface familiar.

Instalando...

O Redmond Linux é composto por 4 discos (instalação, código fonte, ferramentas de desenvolvimento e jogos). Um manual de instalação, que acompanha os CDs oficiais, também disponível para download no site do fabricante, apresenta um passo-a-passo da rotina de instalação.

O instalador utilizado é o rlizard, basicamente o mesmo do Caldera Open Linux, com pequenas modificações. Há autodetecção de hardware (vídeo, rede, som, mouse), embora duas placas de som ISA (uma MAD 16 e uma SoundBlaster SB16) não tenham sido detectadas. Ainda durante a instalação é possível configurar sua impressora (apenas impressoras locais, com uma lista limitada de drivers) e modems (não há suporte a WinModems). É notável, porém compreensível, a falta de um mapa de teclado no padrão brasileiro (ABNT-2), já que o produto é voltado ao mercado norte-americano.

Há opção para partição manual ou automática do disco rígido, além da possibilidade de reaproveitamento de uma partição já existente, embora não seja possível aproveitar o espaço livre em uma partição Windows para criar uma partição Linux.

Ao contrário de outros instaladores, todo o processo de configuração do hardware e criação de usuários é feito enquanto os pacotes são instalados. Terminada a configuração, enquanto espera o fim da instalação dos pacotes, o usuário pode jogar uma partida de Paciência.

Interface facilitada

Se você está vendo o Redmond Linux pela primeira vez, e não prestou muita atenção nos detalhes, vai jurar de pés juntos que está diante do Windows. A interface gráfica, o KDE2, foi ajustada para ser o mais familiar possível aos usuários novatos, a ponto de o Redmond Linux utilizar muitos ícones “copiados” do Windows XP. O menu iniciar do KDE foi modificado para organizar os itens por tarefas, e não pelo nome do aplicativo. É muito mais fácil para um iniciante procurar pelo “Editor de Texto” do que entender para que serve o KWord.

No Desktop, mais ícones familiares. My Linux System funciona como o ícone Meu Computador, oferecendo acesso às unidades de disquete, CD-ROM e discos rígidos instalados na máquina, além de um atalho para o Control Panel, que na verdade é o painel de controle do KDE. Já o Network Browser vasculha sua rede à procura de compartilhamentos Windows (SMB), e lista todas as máquinas que possuem recursos compartilhados (diretórios, discos e impressoras). Basta digitar seu usuário e senha da rede para acessá-los normalmente.

No atalho Personal Files, o Redmond Linux utiliza uma variação interessante do conceito de diretório /home. Em vez de um link para /home/usuario, o ícone aponta para /home/usuario/Desktop/PersonalFiles. A explicação é simples: o diretório /home contém, além dos arquivos do usuário, arquivos de configuração de cada programa que ele utiliza. Portanto, o Personal Files é uma forma simples de separar os arquivos de configuração (que continuam no /home) dos documentos pessoais do usuário, evitando pequenos acidentes, como a remoção acidental dos arquivos de configuração do KMail, por exemplo.

Utilizar CDs e disquetes não poderia ser mais simples. Coloque um CD no drive, e uma janela do Konqueror se abre mostrando o seu conteúdo. Para ejetar o CD, basta apertar o botão do drive. Não é preciso se preocupar em montar/desmontar o dispositivo, o Redmond Linux faz isso automaticamente.

Software

O software que acompanha o Redmond Linux é suficiente para um usuário doméstico. O KOffice cumpre bem sua tarefa como editor de texto, planilha de cálculo, gerador de gráficos, editor de imagens e de diagramas, gerador de apresentações e editor de gráficos vetoriais (como o Corel Draw) e bitmap (como o Photoshop ou o Gimp). Contudo, ele fica para trás quando se trata de trocar arquivos com outros softwares da área, o que pode complicar a vida de quem quer, por exemplo, terminar em casa aquele relatório que começou a escrever em uma máquina Windows no escritório, já que os filtros de importação/exportação de dados para outros formatos, como o usado pelo Microsoft Office, estão incompletos.

Para quem lida com imagens digitais e fotografia, há o GPhoto, software para captura de imagens a partir de uma imensa variedade de câmeras digitais, e o Kooka, interface do KDE para o SANE, para captura de imagens com um scanner. E para editar suas imagens, o Gimp que possui recursos similares ao Adobe Photoshop.

Uma área em que muitas distribuições deixam a desejar é a multimídia. Quanto ao vídeo digital, não há muito do que reclamar. O Xine (chamado DVD/DiVX Player) serve como seu “ponto de partida” para assistir vídeos MPEG, AVI e DiVX, além de DVDs (se você tiver um leitor de DVDs na máquina, claro!) e Vídeo CD (VCD). Desconhecido por aqui, o VCD é um formato de vídeo digital criado pela Philips em meados da década de 80, como um “antecessor” do DVD. Os filmes geralmente ocupam 2 discos e têm qualidade de som e imagem pouco superior a um VHS de boa qualidade. Por causa da formatação especial de alguns discos, muitas distribuições sequer conseguem montá-los, quanto mais reproduzir seu conteúdo. No Redmond Linux não há problemas, basta colocar o disco no drive, abrir o Xine, clicar no botão VCD e apertar o play. Contudo, o Xine tem uma interface confusa, e a reprodução de arquivos DiVX sofreu sérios problemas de performance, ficando muito abaixo do resultado obtido com outros utilitários, como o aviplay. Também há um software que lhe permite assistir TV (se você tiver uma placa de TV compatível) e arquivos no formato RealVídeo, com o Real Player 8.

Se você prefere a música ao vídeo, o XMMS é mais do que suficiente. É capaz de reproduzir arquivos MP3, além de uma variedade de outros formatos, via plugins, e conta com um gerenciador de playlists básicos e vários plugins “psicodélicos” para visualização da música. Além de tudo isso, o XMMS também funciona como um CD Player.

Se você ouve MP3, provavelmente também gosta de criá-las a partir de seus CDs originais. Inexplicavelmente, o Redmond Linux não inclui nenhum utilitário para “ripar” CDs e convertê-los para MP3. Contudo, há um utilitário para gravação de CDs, o KonCD, que pode criar tanto discos de áudio quanto de dados.

Alguns joguinhos simples (parte do pacote padrão do KDE) e utilitários para gerenciamento do sistema, além de uma ferramenta de atualização de pacotes via Internet, completam o conjunto.

Apesar de bastante amigável, e definitivamente um passo certo em direção ao desktop, o Redmond Linux possui uma série de pequenas falhas que revelam uma certa falta de atenção aos detalhes em sua produção. Ainda assim, trata-se de uma boa escolha para iniciantes, e esperamos que se torne ainda melhor nas próximas versões.

Para saber mais

Redmond Linux - www.redmonlinux.org


Rafael Rigues - rigues@RevistaDoLinux.com.br


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