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Coluna do Augusto

Pingüim de grande porte

O Linux em ambientes de grande porte, principalmente nos mainframes IBM, é assunto freqüente na imprensa especializada, mas está longe do dia-a-dia da maior parte dos usuários do sistema, certo? Errado, muito errado! Embora não receba toda a divulgação que o assunto merece, por diversas razões, o Linux já está presente (em produção ou em testes) nos mainframes de diversas empresas que fazem parte da nossa rotina, e cujos serviços todos nós utilizamos.

Não recebi permissão de mencionar os nomes das empresas, mas a informação vem do responsável pelas operações da SuSE na América Latina, Arnd Warmuth, citado em entrevista pelo seu representante brasileiro: 4 das 5 maiores instituições financeiras brasileiras já contam com o Linux instalado em seus mainframes - algumas em testes e outras já em produção.

Além disso, vários órgãos públicos vêm instalando o Linux em seus mainframes ­ recentemente, tive oportunidade de acompanhar remotamente a instalação do SuSE Linux em uma companhia estadual de energia elétrica, por exemplo. Nem sempre obtemos autorização para dar os detalhes, mas cedo ou tarde, eles acabarão virando estudo de caso.

Uma curiosidade sobre o assunto é que o "port" da IBM para seus mainframes surgiu como um projeto extra-oficial - praticamente um hobby de pesquisadores dos laboratórios da IBM na Alemanha. Talvez isto explique a proeminência da distribuição alemã SuSE neste ambiente.

O lado bom: o Linux cada vez mais presente no dia-a-dia

O lado ruim: pena que esta realidade aparece menos do que deveria

Menu variado

Recentemente tive contato com o Mandrake 8.2, e encontrei algo que eu ainda não havia visto em nenhuma outra distribuição de Linux: um menu que até o usuário mais resistente a mudanças saberia operar sem dificuldades.

Se você tem o Mandrake 8.2 em alguma máquina, dê uma olhada no menu do KDE, especificamente na opção "What to do?" ("O que fazer?"). Ela abre uma série de opções bem genéricas: "Administrar seu sistema", "Apreciar música e vídeo", "Brincar com jogos", "Ler manuais", etc. Cada uma delas dá acesso a uma série de tarefas comuns: "Criar uma apresentação", "Enviar um fax", "Navegar na web", e assim por diante.

Perceberam onde está o brilho essa idéia? Nem todo usuário, quando exposto pela primeira vez ao menu "tradicional" (que, aliás, continua presente, ao lado deste novo modelo) sabe desde o princípio que para acessar um navegador ele deve selecionar a opção Mozilla, ou que para ler e-mail deve clicar no Evolution. Mas qualquer um é capaz de achar o seu caminho se o menu for orientado por atividades, sem se preocupar em mencionar o nome dos programas.

Claro, usuários avançados dispensam completamente esta novidade (eu já deletei o meu, não gosto de menus muito cheios...), mas pense naquele seu colega que nunca instalou o Linux porque ouviu dizer que é complicado.

O lado bom: Linux cada vez mais acessível

O lado ruim: menus cada vez maiores

Uma câmera na mão e uma idéia na cabeça

Recentemente resolvi adquirir uma webcam para um projeto em andamento, e descobri que não sabia literalmente nada sobre o assunto - quais as tecnologias existentes, como é o suporte em ambiente Linux, quais os aplicativos disponíveis e todas as outras perguntas que o usuário consciente deve fazer antes de adquirir algum periférico menos comum.

Parti da abordagem mais pragmática: liguei para meu fornecedor habitual de hardware e perguntei que modelos de webcam ele poderia me entregar no prazo necessário. De posse dessa informação, acessei os sites de busca e procurei a informação essencial: estes modelos eram suportados pelo Linux? Sim, a maior parte era. Assim sendo, acabei optando por uma Aiptek Pencam, que tem a vantagem extra de poder ser utilizada também como câmera digital, desacoplada do computador ­ depois, é só transferir as fotos através da interface USB.

Conectei a câmera ao computador que seria utilizado no projeto, instalei o software (disponível em stv0680-usb.sourceforge.net) e instantaneamente estava divulgando imagens em um website. Muito mais simples do que eu imaginava, mesmo com toda a fé que atualmente deposito no suporte a dispositivos do Linux.

Mas a grande surpresa veio uma semana depois: fui fazer o upgrade do Linux neste equipamento, e o novo sistema trouxe consigo um kernel já com o driver para esta câmera, o que permite utilizar com ela todos os aplicativos com suporte a Video4Linux- o Gimp importa imagens diretamente da câmera, dezenas de visualizadores e publicadores estão disponíveis, e pude até ter acesso à oitava maravilha da Ascii Art: câmera ascii em tempo real (ascii.dyne.org/)

Assim, a lição do mês é a seguinte: se você procura uma câmera, não se contente em saber se ela funciona com Linux - exija suporte completo do Video4Linux, para ter acesso a todos os recursos e aplicações disponíveis.

O lado bom: mais um periféricocom excelente suporte

O lado ruim: estes brinquedinhos são caros


Augusto Campos - brain@matrix.com.br


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