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O Linux na Alemanha

A terra natal do Linux poderia ser lá

Com reconhecida força na área tecnológica, a Alemanha é um dos países em que o software livre, em especial o Linux, tem ganho mais força, seja pela iniciativa dos seus usuários e desenvolvedores, como também de empresas privadas e do setor estatal. Recentemente, o Pin- güim ganhou as manchetes das páginas de TI em todo o mundo ao ser escolhido como novo sistema operacionaldo Bündestag, o parlamento alemão.

Enquanto na China pudemos ver que a grande força do Linux está na sua capacidade de adaptação ao modelo tecnológico determinado pelo governo daquele país, na Alemanha podemos dizer que seu ponto mais forte são as pessoas que se ligaram ao desenvolvimento e difusão des- se sistema operacional. Hoje existem mais de 300 grupos de usuários Linux que se reúnem, muitas vezes semanal- mente, para trocar idéias, conhecimento, mas principalmente falar sobre a paixão e formas de posicionar o Linux de maneira ainda mais forte em seu país. Existem iniciativas como a do site www.linux.de, que promovem palestras, estimulam a distribuição do Linux em escolas e ajudam a colocar profissionais de Linux no mercado da trabalho, entre muitas outras.

Além dessas iniciativas, que promovem o crescimento contínuo do Pingüim, há também os grandes eventos, como o LinuxTag (www.linuxtag.org) e o Linux-Kongress (www.linux-kongress.org). O primeiro é a maior feira sobre Linux e software livre de toda a Europa. Este ano ele foi realizado em Karlsruhe, entre os dias 6 e 9 de junho. Seus principais objetivos são informar e orientar a respeito dos conceitos concernentes ao software livre. O segundo, organizado pelo GUUG (German Unix Users Group) é uma conferência de cunho mais especializado, com tutoriais e uma agenda técnica de que participam Marcelo Tosatti, atual mantenedor do Kernel e Harald Welte, ambos componentes da equipe de desenvolvedores da Conectiva. O Linux-Kongress ocorrerá no Instituto de Ciência da Computação de Colônia entre os dias 4 e 6 de setembro de 2002.

Justamente por haver toda essa efervescência em torno do Linux na Alemanha, empresas como a IBM escolhem o país para adaptar seus produtos ao Linux. O mainframe S/390, por exemplo, ganhou uma versão do Linux desenvolvida especialmente para ele com o trabalho de técnicos que se reuniram na cidade de Boeblingen, próxima a Stuttgart. Outros projetos de impacto mundial da comunidade Open-Source também foram iniciados ou são liderados por alemães, como o KDE e o XFree, para não alongar muito a lista.

A esfera pública também é bastante importante para o pingüim germânico. 2003 deverá iniciar uma nova era nos sistemas de informação do setor público alemão. O parlamento irá adotar o Linux em seus mais de 150 servidores. Até o momento, a solução adotada para reduzir custos, aumentar a segurança e diminuir a dependência da instituição às ações da Microsoft é híbrida, ou seja, ainda haverá desktops utilizando o Windows XP e outros aplicativos da empresa de Redmond. Mas a tendência é de que, no futuro, as estações de trabalho também sejam equipadas com o Linux. Isso demonstra a grande possibilidade que existe atualmente de o Linux se inserir de maneira definitiva no setor público dos países do velho continente. A adesão do parlamento alemão tem maior importância se considerarmos o fato de que o país é o grande motor da Europa e fonte de muitas das diretrizes políticas e econômicas já adotadas pela União Européia, como o Euro por exemplo.

Outro setor importante e que deveria ser um mercado de forte atuação das empresas que trabalham com o Linux é o da seguran-ça pública. Na Baixa Saxônia, um dos estados mais importantes da Alemanha, o Pingüim ocupará, até 2004, o lugar do Windows 2000/XP em cerca de 11 mil estações de trabalho, proporcionando uma economia de cerca de 20 milhões de Euros nos bolsos dos cidadãos daquela região. Naturalmente, a economia financeira foi fator importante nessa decisão, mas o que mais pesou foi mesmo a segurança do sistema operacional, que dificulta o acesso de invasores de redes para obter informações sigilosas, como o de uma operação antidrogas ou a caça a um assassino perigoso.

Como se pode notar, o Linux é muito bem difundido na Alemanha, com ações relevantes em várias regiões do país. Além do setor público e dos grupos de usuários, também é importante a utilização do Linux por companhias privadas como a Lufthansa e a EAM, do setor de energia elétrica, que utiliza mainframes com o pingüim. Não se pode esquecer que o país é sede de uma das principais distribuições Linux do mundo, a SuSE, que atua de maneira bastante forte em pesquisas baseadas em Linux. Vamos torcer para que a Alemanha continue a ser um berço para o desenvolvimento do Linux em nível mundial, mas principalmente que esse crescimento contagie também outros países europeus e mesmo fora do velho continente.

Para saber mais

www.glug.ucdb.br/modules.php?name=News&file=article&sid=27
www.tchelinux.com.br/article.php?sid=1126
www.underlinux.com.br/
modules.php?name=Sections&sop=viewarticle&artid=106
www.suse.de/br/news/IBM_eServers.html
www.planetarium.com.br/planetarium/noticias/2001/10/1002562136/
www.supportit.com.br/news1.asp?id_news=1053
www.linux-kongress.org/2002/index.html
www.makeashorterlink.com/?C21051C11
www.linux.de/schulen/
www.heise.de/english/newsticker/data/anw-28.02.02-006/


Guilherme Lemos - guilhermelemos@yahoo.com


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