Assim é que se faz
Empresa de medicina de grupo do Rio de Janeiro evolui todo o seu parque tecnológico ao migrar para o Linux e adotar o banco de dados relacional Caché
A Assim é uma empresa de medicina de grupo com atuação no município do Rio de Janeiro, que conta com um servidor de aplicação e de banco de dados relacional Caché - uma tecnologia que pode ser usada não apenas como banco de dados, mas também como um ambiente de desenvolvimento. "Este servidor é espelhado em tempo real para um segundo servidor com as mesmas características, pronto a assumir as funções do primeiro a qualquer momento", afirma Adriana Martins, gerente de informática da Assim. De acordo com ela, o próprio Caché se encarrega de controlar o espelhamento através de arquivos de journaling. "Temos um servidor de desenvolvimento e um servidor web, todos rodando Linux, nossa página na Internet é hospedada internamente e temos aplicações web escritas em PHP", diz. A Assim está começando a utilizar mais um recurso do Caché - uma ferramenta de desenvolvimento de páginas web chamada CSP (Caché Server Pages), e toda a rede interna e de intranet da empresa funciona com TCP/IP.
A evolução do parque tecnológico da Assim teve como ponto de partida a adoção da tecnologia Mumps - bastante difundida na área médica e hospitalar - que foi utilizada por dez anos. A partir dela é que a Assim evoluiu para o Caché. "Apesar de o Mumps ser muito versátil, com o advento da Internet e da abertura de redes para acessos remotos, ficamos com necessidades não cobertas pelo sistema anterior", diz. Uma das principais dificuldades encontradas com o Mumps é o fato de ele ser multiusuário e rodar em cima do sistema operacional MS-DOS. "Precisávamos ao mesmo tempo de um banco de dados e de um software de rede, pois sem essas duas coisas não poderíamos descentralizar nossa aplicação, nem utilizar interface gráfica". Os problemas com a tecnologia Mumps foram além. O sistema estava cada vez mais lento, conseqüência do incremento do número de usuários e das bases de dados. "Algumas rotinas só poderiam ser executadas durante a madrugada, pois tornavam a rede muito lenta", lembra Adriana.
A migração para o Linux parecia inevitável e foi concretizada no momento em que a Assim decidiu comprar uma solução de banco de dados, considerando que a empresa necessitava de um software que oferecesse segurança, pois a Assim atua no ramo de plano de saúde e o atendimento funciona 24 horas por dia, sem interrupções. "Tivemos que optar por um sistema operacional, já que tínhamos somente MS-DOS". As alternativas Unix, Windows e Linux foram avaliadas. "Descartamos o Windows logo de início, pelos vários problemas de instabilidade que apresentava na época e pelo custo das licenças", diz. O parque de equipamentos da Assim, formado por vários computadores diskless e 486, não rodaria uma rede Windows - a empresa tem, até hoje, cerca de 40 máquinas com essas características.
"O Unix, do qual estudamos o SCO Unix para adoção na empresa, foi considerado uma alternativa mais estável, mas o problema foi o custo das licenças e a manutenção mensal", observa. A Assim já usava o Linux em seu servidor de Internet, que rodava sem nenhuma interrupção fazia muitos meses, e a opção foi pela compra da solução Caché para Linux. "Sabíamos dos riscos desse pioneirismo e a solução se mostrou a mais adequada para a nossa empresa".
Mesmo com os problemas antes da implantação da solução Linux/Caché, justamente por ser uma tecnologia nova e o fato de nenhuma empresa nacional ter optado por essa tecnologia, o caminho era o correto. O maior problema enfrentado pela Assim foi com o boot remoto das estações diskless. Para resolver o problema, a Assim contratou a empresa Winco - Tecnologia em Sistemas, que conseguiu configurar um disquete para que o micro se conectasse ao servidor e acessasse o sistema. "A solução funciona perfeitamente, e o tempo de resposta dessas máquinas é tão bom quanto os das que têm HD".
Atualmente, a Assim disponibiliza consultas para as suas concessionárias de vendas através do site da empresa e para os clientes, a empresa oferece o serviço de emissão da segunda via de boletos também por meio da Web. Além disso, os hospitais autorizam on-line os atendimentos, acessando o banco de dados da Assim. O resultado mais significativo é que qualquer informação que antes levava horas para ser extraída do sistema, agora está disponível em poucos minutos. "O banco de dados Caché é muito rápido e a versão para Linux tem se mostrado mais eficiente ainda".
Na área de medicina de grupo, a informação é um dos principais produtos, pois as empresas que nela atuam fazem a intermediação entre os associados e os hospitais, disponibilizando informações. "Um sistema ágil e descentralizado é vital no nosso ramo de atividade e nossos concorrentes também têm consciência disso e possuem uma política de investimentos em sistemas de informação". Com a solução Linux/Caché, a Assim viu a produtividade de seus funcionários aumentar consideravelmente, com o tempo de resposta do sistema. "Aplicações que levavam horas para apresentar um resultado, agora são feitas em poucos minutos ou questão de segundos".
O tempo para implantação da solução Linux/Caché na Assim levou mais de um ano devido a problemas com o boot remoto e a necessidade de reestruturação de toda a rede física da empresa. "Tivemos que fazer duas mudanças ao mesmo tempo, ou seja, a implantação do Linux e a do Caché". Não houve resistências ao software livre, pois a empresa economizou na compra de licenças. Para Adriana Martins, a mudança para o Linux representou um ganho de produtividade e competitividade com a modernização dos sistemas de informação. "Agora podemos oferecer serviços via web, atendendo melhor os nossos clientes, e o fato de optarmos pelo Linux foi um ponto importante, pois conseguimos uma solução que funciona bem, sem onerar a empresa".
Com a solução Linux/Caché, a Assim conseguiu uma vantagem representativa, pois todas as aplicações da empresa rodam no mesmo ambiente. A opção pela simplificação foi o caminho mais adequado. "Quando as empresas começam a misturar vários softwares, bancos de dados e sistemas operacionais, acabam por perder integração entre os sistemas", avalia. Hoje, a empresa tem cerca de 200 computadores e o sistema Linux/Caché suporta cerca de 130 usuários acessando o banco de dados simultaneamente. A implantação da intranet com os núcleos de atendimento externos e com os hospitais fez com que a Assim proporcionasse um melhor atendimento aos seus clientes. "Com a descentralização da digitação das contas médicas, ganhamos produtividade e diminuímos sensivelmente o fluxo de papéis", afirma.
Além das rotinas, a equipe de informática da Assim - que se desdobrou durante um ano entre as tarefas rotineiras e a implantação do novo projeto - teve que criar toda a política de gerenciamento de arquivos e impressoras. "A dedicação do analista Romilton Almeida foi fundamental para o sucesso do projeto", reconhece Adriana.
Detalhes técnicos da solução Linux/Caché
Plataforma usada - A plataforma da empresa é Intel. Todos os servidores são Linux e o banco de dados corporativo é o Caché. Nas aplicações web, a Assim utiliza o banco de dados MySQL e o próprio Caché.
Sobre o Caché - É um banco de dados pós-relacional, que atua como servidor de dados multidimensionais e/ou como servidor de aplicações. Nas duas situações, o Caché garante que aplicações orientadas a objetos ou relacionais (SQL) sejam rápidas e maciçamente escaláveis.
Servidor de banco de dados - Tanto o servidor principal quanto o espelho são modelos Dell PowerEdge biprocessados, com 1 GB de memória RAM.
Tamanho do banco de dados - O banco de dados da Assim armazena cerca de 18 GB de informações. Isto inclui toda a ficha médica de seus associados, as informações de contas a pagar e a receber, contabilidade, etc.
Número de desenvolvedores - Quatro analistas de sistemas.
O maior problema enfrentado pela Assim foi com o boot remoto das estações diskless
Adriana Martins e a equipe de informática da ASSIM
Para saber mais:
Rede de saúde Assim: www.assim.com.br
InterSystems Caché: www.intersystems.com.br
Rodrigo Asturian - asturian@RevistaDoLinux.com.br