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Opinião

Risco ou Oportunidade?

2003 será o ano do Linux nas corporações, assim como 2004, 2005 e 2006. Isto porque ainda estamos na infância da adoção deste sistema operacional e ainda veremos os sistemas de código aberto dando grandes saltos nas mais diversas áreas da economia, tanto privada quanto pública.

Engana-se quem acha que a adoção pública do Linux está simplesmente pegando carona no novo governo. Para os críticos, sinto informar que o governo brasileiro está tendo as mesmas iniciativas nesta área que a Alemanha, China, Índia, França e até os Estados Unidos. Estudos recentes do Mitre Institute mostram que os sistemas de código aberto estão fortemente enraizados nas estruturas do Departamento de Defesa Americano, provendo toda a segurança que uma entidade deste porte necessita.

Vejo os saltos de adoção do Linux desde 1995, época da fundação da Conectiva. Naquela época, ninguém sabia o que era Linux e mesmo assim ele já era largamente utilizado nas soluções que eram disponibilizadas para o mercado de Internet no Brasil, ainda no seu início. Os motivos para a adoção eram os mesmos de hoje, mas em menor escala. Alta escalabilidade, independência de fornecedor, estabilidade e facilidade de integração com sistemas existentes eram - e continuam sendo - o que mais levam as empresas a adotar o sistema. É claro que não podemos deixar de falar nos ganhos em relação ao custo total das soluções, que tendem sempre a ser mais competitivos no mundo dos sistemas abertos.

Alguém já se perguntou porque estes custos são menores? A resposta simples (e errada) é que o sistema é disponível de graça na Internet. Ao olhar de forma mais completa para este questionamento descobre-se que desenvolver sistemas de computadores é algo altamente complexo e caro. As empresas que optam pelo desenvolvimento fechado de sistemas têm que arcar com todos os custos inerentes ao desenvolvimento, testes e entrega de seus softwares. Ao contrário, as empresas que baseiam o seu modelo de negócios no desenvolvimento de softwares de código aberto compartilham com outras empresas os custos de desenvolvimento. Desta maneira, podem entregar aos seus clientes softwares de altíssima tecnologia a um custo mais baixo. Não existe mágica neste negócio, mas sim uma maneira mais eficiente de desenvolver sistemas.

As corporações são, por definição, cautelosas em investimentos. Olham com desconfiança novidades que possam mudar o seu modo de conduzir os negócios e, mais fortemente, o seu modo de ganhar dinheiro. Isso é natural e muito saudável para as finanças de qualquer negócio. Os empreendimentos possuem suas doses de riscos, e o trabalho de seus dirigentes é diminuir ao máximo os riscos para que o lucro apareça. Apesar de paradoxal, estes mesmos dirigentes procuram oportunidades (e, por conseqüência, os riscos) para que suas empresas aumentem os lucros.

O Linux é ao mesmo tempo um risco e uma grande oportunidade. Ninguém quer ser o primeiro a testar uma tecnologia muito nova, a menos que as oportunidades possuam uma grande atratividade. Enquanto ninguém embarca nesta onda, tudo continua como está. Os dirigentes se sentem confortáveis e continuam seu trabalho, sentados em suas mesas e analisando como podem aumentar os lucros sem riscos. O "problema" aparece quando algum outro empreendedor resolve adotar o sistema. Neste momento, todos ficam de olho, interessados no resultado. À medida que a iniciativa começa a tomar corpo, todos tendem a segui-la, para não perder o bonde da história e ficar para trás em competitividade (leia-se lucros).

Os Big Players de todos os segmentos da economia mundial estão adotando o Linux e vendo uma grande oportunidade de negócios se materializando. E a sua empresa, ainda vê o Linux como um risco?


Rodrigo Stulzer Lopes - rodrigo@conectiva.com.br


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