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Coluna do Aurélio
aurelio@conectiva.com.br

ICQ em modo texto - fato ou ficção?

Olás. Após a introdução rápida da edição passada, vamos passar ao campo prático, com dicas de execução de uma tarefa bem comum em nossos dias conectados: conversar pelo ICQ.

Como o protocolo do ICQ é algo relativamente simples de ser implementado, vários clones apareceram para Linux. Dos que conheci, destaco 3 clientes de ICQ que servem para todos os gostos: mICQ, orientado à linha de comando, simples e poderoso; zicq, que hoje se chama krolden ICQ (é o mICQ em tela cheia, embora possua funcionalidade reduzida) e o centerICQ, que usa o conceito de menus. Todos estes programas podem ser encontrados em http://freshmeat.net/appindex/Console/Communication.html

O mICQ é aconselhado para sessões remotas com conexão lenta, como em contas Linux gratuitas que existem na internet. É bem simples, as mensagens vão pipocando e rolando na tela, bem como os avisos de pessoas que estão on line. A adição de pessoas novas em sua lista e configurações gerais como retirar a cor ou redefinir os comandos, são colocadas no arquivo ~/.micqrc. Sua principal vantagem é ser simples e funcionar em qualquer tipo de terminal.

O zicq é basicamente uma carinha mais amigável do mICQ. O código foi reescrito utilizando-se a biblioteca ncurses. Esta biblioteca serve para programas de modo texto utilizarem tela cheia, bem como trabalhar com janelas e áreas distintas numa mesma tela. A vantagem é que você pode ver sua lista de contatos, com os estados atuais de cada um, além de haver áreas específicas para ler e escrever mensagens. Amigos podem ser adicionados à sua lista com o comando add, mas outras configurações são feitas diretamente no arquivo ~/.zicqrc, inclusive o arquivo de som, para você ouvir aquele "á-ou" quando chega uma mensagem nova. Este é o que eu uso diariamente e, fora umas quebras eventuais na conexão, funciona que é uma beleza.

Para os amantes de programas de menu, como minicom, mc e emacs, há o centerICQ, que é bem mais organizado e intuitivo de usar que os outros icqs de modo texto, pois além das áreas da tela separadas, seus comandos são divididos em menus, acessados pelas teclas de função do teclado. O lado negativo dessa "janelização" de todas as funções é que se demora mais para mandar uma mensagem ou se obter algum informação, pois em vez de digitar um comando direto, você tem que obrigatoriamente seguir menus. Sua configuração é separada em arquivos no diretório ~/.center e ele já vem com os arquivos de som para mensagens e notificações.

Estes clientes de icq não possuem todas as funcionalidades do icq original, como chat, envio de arquivos e integração com o navegador, mas na característica principal de enviar e receber mensagens rapidamente não há do que reclamar.

Voltando ao zicq e seu problema de queda de conexão, usamos um artifício do shell para que ele sempre se reconecte quando cair, o laço. Digite na linha de comando ou coloque no seu ~/.bashrc a linha:

alias icq="rm -f /tmp/zicq ; while [ ! -f /tmp/zicq ] ; do zicq ; done"

Aqui temos vários conceitos do bash; o primeiro é o alias, onde você define um apelido para um comando. Seu sistema já tem alguns, digite alias para vê-los. Então sempre que você digitar icq o bash executará o comando entre aspas duplas. O comando em si apaga <rm -f> um arquivo de trava </tmp/zicq> e enquanto <while> este arquivo NÃO existir <! -f> o zicq será executado. Agora nosso zicq é quase eterno. Para derrubá-lo temos que criar <touch>, o arquivo de trava, e matar <killall>, o zicq ativo.

alias icqkill="touch /tmp/zicq ; killall zicq"

Este foi um pontapé inicial para o uso do icq no modo texto. Escolha seu preferido e não fique mais incomunicável. Sugestões para temas das próximas colunas serão bem-vindas.


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