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Utilizando o Window Maker - Parte II
Aprendendo a configurar o Window Maker: invente seus menus, ícones e atalhos. Mãos à obra!

Tivemos uma visão geral sobre o funcionamento do WindowMaker no artigo publicado na RdL 07, e conhecemos o dock, clip, ícones, menus e janelas. Veremos agora duas ferramentas de configuração e algumas dicas sobre como personalizar o WM para tornar o trabalho cotidiano mais eficiente e produtivo.

Ao iniciar o WM pela primeira vez o desktop apresenta poucos ícones e nenhum dockapp ou imagem de fundo de tela. O menu de aplicações é o padrão e os atalhos de teclado são desconhecidos. Vamos mudar isso utilizando o WPrefs e o wmakerconf .

Os dois possuem mensagens de ajuda e menus em português; são fáceis de usar, basta apontar e clicar para configurar os parâmetros desejados. O WPrefs acompanha o WM, porém o wmakerconf é um programa independente.

WPrefs

Para executar o WPrefs dê duplo clique sobre o ícone correspondente no dock, ou digite /usr/X11R6/lib/GNUstep/Apps/WPrefs.app/WPrefs. O WPrefs apresenta os seguintes painéis de configuração:

  • Preferências de Manipulação das Janelas: ajusta padrões como o posicionamento, movimento opaco, sobreposição de ícones e dock (durante a maximização de janelas), etc.
  • Preferência sobre Foco de Janela: configura a política de foco das janelas (se o foco da janela segue o ponteiro do mouse ou não, etc.).
  • Preferências de Menu: ajusta o alinhamento e velocidade dos menus.
  • Preferências de Ícones: configura atributos de ícones como o posicionamento, animação, tamanho, alinhamento automático e também se as minijanelas aparecem em todas as áreas de trabalho ou somente na área dona da janela
  • Preferências Ergonômicas Diversas: habilita a ajuda em balões (tooltips), se a janela deve se levantar ao mudar o foco com o teclado, além de configurar o estilo do indicador de tamanho e posição da janela.
  • Preferências de Diretórios de Procura: ajusta o path (caminho) dos diretórios onde o WM deve procurar por ícones e imagens.
  • Preferências da Área de Trabalho: configura as preferências para navegação entre as áreas de trabalho, o posicionamento do nome da área de trabalho e também liga/desliga o dock/clip.
  • Outras Configurações: habilita sons, enfeites e animações; ajusta a velocidade das animações dos ícones e sombreamento da janela; configura o estilo da barra de título e opções como dithering e escalonamento suave das imagens.
  • Definição do Menu de Aplicações: configura itens do menu de aplicações. Podemos criar novos itens, comandos, menus e submenus, além de gerenciar os existentes (recortar, copiar, colar, apagar).
  • Preferências de Tecla de Atalho: define quais serão as teclas de atalho para as diversas ações existentes, como minimizar, maximizar ou fechar janelas.
  • Preferências de Mouse: ajusta parâmetros de funcionamento do mouse, como a velocidade do ponteiro, o intervalo para duplo clique, as ações de cada botão (direito, central, esquerdo) e também qual tecla deve ser pressionada para auxiliar o mouse a mover janelas sem clicar na barra de títulos.
  • Preferências de Aparência: ajusta as cores de fontes e elementos da interface, como barras de títulos, menus e fundo de ícones. É bastante conveniente para criar temas simples sem a necessidade de editar arquivos manualmente. As funcionalidades apresentadas nesse painel são interessantes: existe até mesmo uma lupa para aumentar as imagens exibidas na tela (quase não tem utilidade, mas não deixa de ser bacana!).
  • Preferências para Usuários Avançados: opções como "Usar SaveUnder", "não usar xset" e "desabilitar ciclagem de cores nos ícones", entre outras, estão neste painel, mas não se assuste, com o uso você aprende para que servem todas elas.

Observe que existe um item chamado ajuda em balões, ao lado dos botões "Salvar" e "Fechar". A princípio, deixe-o habilitado, pois será de grande ajuda para se compreender a função de cada uma das opções. Se perceber depois que a ajuda em balões atrapalha sua concentração durante o trabalho, desligue-a.

wmakerconf

Este utilitário foi escrito em GTK (Gimp Tool Kit) e seu funcionamento é similar aos aplicativos escritos para o Gnome. Para executá-lo, digite wmakerconf ou utilize o atalho de menu (deve existir, se não houver, crie um!). O programa é totalmente auto-explicativo, e também conta com ajuda em balões. O wmakerconf possui mais recursos do que o WPrefs (como a pré-visualização de temas e a possibilidade de configurar fontes). Suas abas apresentam as seguintes opções:

  • Menu: configura o menu de aplicações, com uma árvore de diretórios. Clicar com o botão direito do mouse sobre os itens faz surgir um menu de contexto, com ações como recortar, copiar, colar, etc. Talvez esse esquema de configuração seja mais familiar ao usuário iniciante do que aquele apresentado pelo WPrefs.
  • Aparência: configura quais são as cores e fontes que devem ser usadas em menus e barras de títulos de janelas e quais imagens utilizar em fundo de tela ou ícones (figura 5). Este painel é essencial para fazer seus próprios temas. Para guardar os temas utilize o painel seguinte.
  • Temas: através desta seção é possível instalar, modificar, criar e alternar entre os temas (figura 6). Em nossa opinião, esta é a melhor ferramenta disponível para o gerenciamento de temas.
  • Atalhos: configura teclas de atalho para as diversas ações do WindowMaker.
  • Mouse: configura opções de funcionamento do mouse.
  • Comportamento das janelas: configura os padrões de funcionamento das janelas.
  • Área de Trabalho: opções de área de trabalho.
  • Efeitos Especiais: habilita recursos como as dicas em balões e animações.
  • Caminhos: determina em quais diretórios o WM deve procurar por pixmaps e ícones.
  • Misc: algumas configurações diversas, como o famigerado "save under"...

Importante: teste as opções de preferências do WM, pois existem várias formas de trabalhar com janelas, menus e ícones. Certamente você irá descobrir qual é a forma de trabalho que mais lhe agrada, que serve melhor às suas necessidades.

Sons

Para utilizar sons associados a eventos no WM deve-se utilizar o módulo WSoundServer, que é instalado separadamente. Para configurar as preferências de som, existe um pequeno aplicativo chamado WMSoundConfig (figura 7). Sua interface é similar ao WPrefs e também é fácil de usar. Utilize-o para atribuir seus próprios sons personalizados a cada evento (abrir aplicação, minimizar janelas, fechar aplicação, etc.).

Arquivos de Configuração

Se preferir, poderá configurar o WM editando arquivos de configuração (~/GNUstep/) manualmente. Mais informações e instruções no Guia do Usuário do WM - de Alfredo Kojima - em www.windowmaker.org. Muito bom! Mas nada mais conveniente do que o WPrefs...

Dicas

As dicas abaixo são apenas referências para suas próprias configurações; invente seus menus, ícones e atalhos. Mãos à obra! Algumas configurações são essencialmente estéticas, como cores e fontes de ícones, enquanto outras são úteis, como os atalhos de teclado, itens de menu e a configuração do dock/clip.

  • Atalhos de teclado: talvez você esteja acostumado com outros atalhos de teclado, tais como Alt+F4 para fechar janelas, Ctrl+Esc para abrir o menu iniciar, Alt+espaço para abrir o menu da janela, etc. Você pode recriar todas estas combinações, editando manualmente o arquivo ~/GNUstep/Defaults/WindowMaker. Mas, sem dúvida, é mais simples utilizar o WPrefs ou wmakerconf. É possível definir as mesmas teclas de atalho que encontramos no Windows®, por exemplo. Pessoalmente utilizo as mesmas combinações do icewm, assim posso usar as mesmas combinações de teclas de atalho nos dois gerenciadores de janelas. Não que os atalhos do WM sejam ruins, longe disso. Porém, as combinações de teclas padrão do WM interferem no funcionamento dos atalhos de teclado do Netscape. Os atalhos utilizados para alternar entre as áreas de trabalho virtuais (Alt+1, Alt+2, Alt+3, etc.), minimizar janelas (Alt+M) e esconder janelas (Alt+H) podem ser trocados para melhor aproveitamento dos recursos do Netscape, tais como abrir navegador (Alt+1), abrir o e-mail (Alt+2), abrir o editor html (Alt+3), abrir o compositor de nova mensagem (Alt+M) e abrir a janela de histórico (Alt+H). Invente sua própria combinação de teclas, senão copie de alguma interface conhecida, você é livre para decidir!

  • Menus: a personalização dos menus é útil para aumentar a agilidade, ao proporcionar rápido acesso às aplicações e arquivos mais utilizados. Você pode, por exemplo, criar um menu externo que aponte para o diretório onde você guarda suas imagens e atribuir o comando xv para abrir os arquivos, ou ainda um menu que aponte para o diretório onde são guardados arquivos .txt, e atribuir o comando xterm -e vi para editar o arquivo (figura 8). Teste as possibilidades, você pode atribuir qualquer comando do shell ao item de menu, e não somente atalhos para programas. Isso torna possível criar um menu externo com itens para montar e desmontar o disquete e o CD-ROM (não se esqueça de configurar o /etc/fstab para que tudo funcione). Sua criatividade é o limite. Outro item de menu que pode ser útil para administradores do sistema é o comando para abrir a janela do Eterm (figura 9), exibindo o conteúdo do arquivo /var/log/messages:

    Eterm -F 5x7 -x --trans --menu=0 --scrollbar=0 -g 80x6+320+2 -e sudo tail -f /var/log/messages

    Obs: não se esqueça de verificar se existe o pacote sudo, Eterm, tail e outros instalados e corretamente configurados em seu sistema. Existem várias maneiras diferentes de obter este resultado, se você conhece alguma interessante, convido-o a mandar sua dica para dicas@RevistadoLinux.com.br.
  • Áreas de trabalho: o WM apresenta apenas uma área de trabalho quando é iniciado pela primeira vez. Crie mais áreas de trabalho conforme sua necessidade, utilizando o Menu de Aplicações –> Áreas de Trabalho –> Novo. Você também pode configurar o WM para criar áreas de trabalho automaticamente. É possível criar até 32 áreas de trabalho. Para editar o nome de cada área , pregue o menu Áreas de Trabalho e pressione Crtl+clique do mouse (qualquer botão) sobre o nome desejado. Este procedimento pode ser útil, se você possuir quatro áreas de trabalho e quiser nomear cada uma delas com um nome diferente, em vez do Um, Dois, Três, Quatro.

  • Dock, clip, ícones e dockapps: a configuração destes elementos pode variar bastante. Você pode optar por usar ou não as minijanelas (ícones de aplicações minimizadas); desabilitar as minijanelas pode tornar o seu desktop mais livre, as janelas minimizadas estarão acessíveis através da lista de janelas (F11 ou outro atalho que você mesmo tenha configurado). É possível utilizar ícones para lançar diferentes aplicações (execute a aplicação e acople o ícone no dock, ou no dock e depois no clip) e até mesmo emular ícones para aplicações como as do KDE. Para isso, utilize a opção atributos no menu da janela, no diálogo que se abre (figura 10), selecione opções avançadas –> emular ícone de aplicação. Clique em Salvar. O ícone aparece quando reiniciar a aplicação. Bem útil para criar ícones do kmail, kscd, kab, etc.

    O dock pode ser colocado do lado direito ou esquerdo da área de trabalho, de acordo com sua preferência pessoal. Talvez seja interessante acoplar alguns dockapps, como relógios, monitor de tráfego de rede, monitor de atividade da CPU, tocador de CD, mixer e discador ppp; existem vários disponíveis na rede, e alguns muito interessantes foram distribuídos no cd da RdL 07.
    A página em português www.windowmaker.com.br, possui um acervo interessante de dockapps; não deixe de visitar.
    O clip pode ficar em qualquer posição do desktop e pode ser configurado para se comportar de diversas maneiras. Lembre-se de é possível acoplar ícones em qualquer direção. Clique com o botão direito do mouse sobre o clip para abrir o menu de configuração (figura 11). Auto-Atrair Ícones pode ser interessante se você costuma abrir muitas aplicações diferentes via menu. Ajuda organizar a enorme quantidade de ícones que podemos acumular enquanto estamos trabalhando

Temas

Temas mudam a aparência da área de trabalho, alterando cores, imagens de fundo de tela e de ícones; alguns temas trazem sons personalizados para o sistema. Os temas podem ser baixados de wm.themes.org e podem ser instalados em ~/GNUstep/Library/WindowMaker/Themes ou no diretório /usr/X11R6/share/WindowMaker/Themes. Em geral os temas estão no formato de pacotes .tar.gz, mas não se preocupe, nem será necessário utilizar o famoso comando tar zxf arquivo.tar.gz, pois o wmakerconf também cumpre a tarefa de instalar temas. É só indicar o arquivo .tar.gz que o programa se encarregará de descompactá-lo no diretório correto. O próximo artigo tratará exclusivamente de temas para WM, enumerando todos os passos para a criação de seus próprios temas.

Conclusão

Configurar o WM é fácil, e algumas configurações podem deixar o ambiente mais intuitivo e personalizado para os diferentes tipos de usuários. Construindo um desktop com ícones colados ao Clip e ao Dock, você terá um gerente completo e equipado para qualquer tarefa. Depois é só ir instalando novos temas e torná-lo mais que apenas útil, belo. Se sua exigência por beleza se exceder (e se sua máquina consentir), talvez você esteja rumando ao encontro com o Enlightenment, uma verdadeira obra prima de design e também um devorador voraz de memória, mas isso é assunto para uma outra vez. Até!

Para saber mais

www.windowmaker.org
www.windowmaker.com.br
wm.themes.org

www.dpo.uab.edu/~grapeape/wmfaq.html
wm.current.nu
Ficha técnica
Nível: fácil
Pré-requisito: conhecimento em interfaces gráficas (KDE, Gnome, Windows ou Mac)
Grau de dificuldade: baixo

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