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Periféricos Complicados
Winmodems, placas de som e de vídeo, scanners, winprinters. O que fazer na hora de configurar esses dispositivos para Linux?


Ednilson Miura
miura@conectiva.com.br

Muitos periféricos disponíveis no mercado foram projetados para funcionar apenas em ambiente MS-Windows, e seus fabricantes, na maioria das vezes, não disponibilizam drivers para a plataforma Linux, nem liberam as especificações necessárias para que a comunidade desenvolva os drivers necessários ao funcionamento dos dispositivos. Quem já tentou instalar um desses periféricos em máquinas Linux sabe as dificuldades que isso acarreta.

Para auxiliar os usuários nesta tarefa de configurar periféricos ainda não totalmente reconhecidos pelo Linux, analisaremos separadamente os dispositivos mais comuns, mostrando as possibilidades (quando existirem) para a sua configuração

Winmodems

Na realidade, o nome winmodem é marca registrada da USRobotics, atual 3Com, criadora dos primeiros modems desse gênero. Winmodems têm como característica usar o processador para realizar as tarefas que seriam feitas por um DSP (Digital Signal Processor), algo como um processador de sinais presente na placa do modem. Ao passar esse serviço para a CPU principal, ou seja, desempenhando essas funções via software, há um barateamento de custos sem haver, teoricamente, uma queda no desempenho. Mas o que acontece, de fato, é que esse tipo de modem costuma consumir cerca de 30% dos recursos da CPU e, no caso de uma máquina com carga muito alta, não é recomendável sua utilização, dada a degradação do desempenho.

Como podemos distinguir modems normais dos winmodems?

  1. Verifique na caixa ou no manual se é preciso um processador mínimo para funcionar, quantidade mínima de memória, ou um sistema operacional específico (Windows);
  2. Desconfie de modems com siglas como HSP (Host Signal Processor),HCF, HSF, Soft Modem, WinModem, todas elas são de modems do tipo winmodem;
  3. Modems Motorola da série SM (softmodem) são winmodems;
  4. Os winmodems são bem mais baratos do que os modems "de verdade", que possuem DSP;
  5. Os modems PCI geralmente são winmodems, com exceção dos modelos mais recentes.

Se o modem que você tem, ou irá comprar, corresponder a um ou mais desses itens, provavelmente ele é um winmodem, ou seja, só funcionará no sistema operacional Windows. Uma boa dica é visitar a página "Winmodems are not modems; Linux information page", em www.o2.net/~gromitkc/winmodem.html, que possui um vasto banco de dados, com muitos modelos e marcas de modems disponíveis no mercado, muito útil como fonte de referência antes de comprar o seu modem.

Entretanto, para quem já possui um modem classificado como winmodem, saiba que a comunidade tem se mobilizado para criar os drivers para esses dispositivos, utilizando-se de recursos como a engenharia reversa e a "decodificação" dos drivers. Esse projeto está centrado na página www.linmodems.org, onde se pode encontrar os projetos para a construção de drivers para as diversas marcas disponíveis.

No momento, já temos drivers para os modems da Lucent e da PCTel, mas a comunidade que colabora com a codificação dos drivers almeja a criação de drivers open source, e isso significa que mais pessoas podem ver o código fonte, opinar, descobrir erros e ajudar a otimizar o código, de forma a torná-lo mais eficiente e estável, ao contrário do driver de código fechado, em que não se tem a possibilidade de ver como ele trabalha, impossibilitando sua melhoria.

Como configurar os modems (winmodems) Lucent

  1. Obtenha o driver para esse tipo de modem na página www.linmodems.org. Até o momento, o mais recente estava em: www.linmodems.org/linux568.zip
  2. 2. Descompacte o arquivo no Linux, com o comando:
    # unzip linux568.zip
    Serão criados os arquivos: ltmodem.o, readme.txt, ltinst e ltuninst.
  3. Leia o arquivo readme.txt.
  4. Para instalar, execute:
    # ./ltinst

Esse script irá instalar automaticamente, além de colocar o driver para carga automática na inicialização. Note que ele pode emitir algumas mensagens de erro na carga do driver, visto que foi pré-compilado para o kernel versão 2.2.12. Em nossos testes, ele funcionou a contento com o kernel 2.2.5, 2.2.12 e 2.2.13, mas com o 2.2.14 não obtivemos sucesso.

5. Teste se o seu modem foi reconhecido corretamente: abra o minicom, e uma vez no terminal, digite: ati3. Ele deve responder com o modelo do seu hardware, indicando que está funcionando corretamente

6. Para conectar-se com a Internet, use o programa minicom, wvdial ou então o kppp. Alguns programas não conseguem comunicar-se corretamente com o modem.

Como configurar os modems (winmodems) PCTEL

  • Obtenha o driver para os modems PCTEL, localizado em: www.pcchips.com.tw/driver/linux/MODEM/PCTEL.ZIP
  • Descompacte-o no Linux, pelo comando:
    # unzip PCTEL.ZIP
  • Entre no diretório "$HOME/src/module" e nele, digite:
    # make
  • Copie o arquivo localizado em "$HOME/lib/pctel.o" para o diretório"/lib/modules/versao_do_kernel/net".
    Ex: /lib/modules/2.2.5-23cl.
  • Crie o dispositivo de modem:
    mknod /dev/ttyS15 c 62 79 ln -sf /dev/ttyS15 /dev/modem
  • Faça a resolução das dependências e carregue o módulo:
    # depmod -a modprobe pctel
  • Caso deseje que o driver carregue automaticamente durante a inicialização, coloque a seguinte linha de comando no arquivo /etc/rc.d/rc.local:
    # modprobe pctel
  • Para testar o modem, e conectar-se à Internet, siga os passos 5 e 6 da configuração para modems da Lucent.

    Além desses dois drivers, existem alguns outros, de iniciativa open source, mas que estão ainda em estágio primário de desenvolvimento. Sugiro uma visita freqüente à página www.linmodems.org para acompanhar o seu desenvolvimento.

    Placas de som

    Atualmente, grande parte das placas de som existentes no mercado são reconhecidas pelo Linux, visto que a comunidade tem se empenhado em produzir drivers, aumentando a compatibilidade do Linux com o hardware existente no mercado. Entretanto, alguns fabricantes, como no caso dos winmodems, não cooperam, e não liberam as especificações dos chipsets necessárias à construção dos drivers, o que exige uma reengenharia para descobrir o seu funcionamento.

    Alguns dos drivers de som presentes no kernel do Linux são derivados do projeto OSS/Free (Open Sound System, mantido por Alan Cox), que por sua vez são derivados do projeto OSS/Linux, drivers comerciais que, algumas vezes, oferecem mais recursos, suporte e instalação facilitada, mas têm um custo para o usuário. A página do desenvolvedor, 4Front Technologies, é www.4front-tech.com/linux.html.

    Uma outra fonte de drivers para placas de som no Linux é o Projeto ALSA (Advanced Linux Sound Architecture), localizado em www.alsa-project.org, onde também pode-se encontrar drivers para diversas outras placas de som não reconhecidas diretamente pelo Linux.

    Outra alternativa seriam os sites dos fabricantes, que em alguns casos já liberaram drivers para Linux, específico para o seu hardware, a exemplo da PCTEL, que liberou o driver para suas placas CMI8838/8738 ("Sound Pro"), que acabaram sendo incorporadas ao kernel do Linux.

    Mas como configurar uma placa de som que já é reconhecida pelo kernel do Linux? A maioria das distribuições possui algum tipo de configurador para esse tipo de dispositivo. No caso do Conectiva Linux e semelhantes, existe o aplicativo sndconfig, que consegue configurar automaticamente a maioria das placas existentes. De forma geral, basta executar o programa sndconfig e verificar o resultado da detecção, ou então sndconfig - noprobe e especificar os endereços de IO e IRQ, manualmente.

    Entretanto, algumas placas de som plug&play acabam não sendo detectadas e/ou configuradas por esse aplicativo, exigindo uma intervenção manual do usuário no processo. Essa intervenção (apenas para placas baseadas no barramento ISA) consiste em chamar o aplicativo pnpdump e configurar o dispositivo plug&play manualmente, informando seu endereçamento ao sistema. Basicamente, os passos a seguir são:

    1. Execute o comando pnpdump. Se ele jogar várias informações na tela, isso quer dizer que ele detectou uma placa PnP no seu computador. Se for o caso, repita a operação, só que desta vez, digite:
      # pnpdump > /etc/isapnp.conf
    2. Edite o arquivo /etc/isapnp.conf, e remova alguns comentários (linhas que começam com #), assim:
      1. LProcure qualquer linha que comece com a palavra Configure. Essa linha está identificando um dispositivo PnP. A partir dessa linha, até uma que terá a palavra ACT Y (comentado), será a definição de qual endereço esse dispositivo está utilizando
      2. Olhe cuidadosamente cada uma das linhas, e descomente as que falarem sobre um endereço de memória, ou IRQ qualquer, como: (IO 0 (BASE 0x0220)). E remova os comentários também. Veja o exemplo 1.

    Para que as configurações sejam ativadas sem precisar reinicializar a máquina, execute:

    # isapnp /etc/isapnp.conf
    depois utilize normalmente o utilitário de configuração da placa (sndconfig, etc).

    Ler o manual e a documentação que acompanham o pacote ajuda muito a entender o funcionamento do sistema:

    # man isapnp
    # man isapnp.conf
    # man pnpdump
    # cd /usr/doc/isapnp*
    # more isapnpfaq.txt
    

    Uma dica: mesmo que a placa não apareça na lista de placas do configurador, verifique na sua documentação ou no site do fabricante se ela não é compatível com outro modelo, como o Windows Sound System e Sound Blaster, que são os modelos mais comuns de placas, com as quais outros modelos são compatíveis.

    Placa de vídeo

    Utilizado pela maioria das distribuições Linux, os servidores gráficos do projeto XFree86 estão atualmente na versão 3.3.6, caminhando em direção à versão 4.0, que promete muitos recursos novos, como melhora na aceleração, unificação dos vários servidores existentes em um só, capacidade de múltiplos monitores, entre outros.

    Muitos modelos de placas de vídeo são reconhecidos pelo XFree86, conforme a listagem (um pouco desatualizada) encontrada em www.xfree86.org/cardlist.html. Caso sua placa de vídeo não seja reconhecida, pode-se procurar em outros sites, como o www.suse.com, da distribuição Suse, e o www.precisioninsight.com, da Precision Insight, que desenvolvem X-Servers para a comunidade Linux, e quando atingem a estabilidade são incorporados aos servidores do projeto XFree86.

    Uma outra alternativa é o uso de servidores X comerciais, como o Accelerated-X, encontrado em www.xig.com, que, apesar de ser um pacote comercial, promete gráficos melhores, maior desempenho e suporte a placas ainda não reconhecidas pelo projeto XFree86. Outro projeto que segue a mesma linha do Accelerated-X é o Metro-X, da Metro Link, encontrado em www.metrolink.com.

    Exemplo 1
    
    # (DEBUG)
    (READPORT 0x0203)
    (ISOLATE PRESERVE)
    (IDENTIFY *)
    (VERBOSITY 2) (CONFLICT (IO FATAL)(IRQ FATAL)
    (DMA FATAL)(MEM FATAL))
    # or WARNING
    (CONFIGURE ADS7180/-1 (LD 0
    (IO 0 (SIZE 16) (BASE 0x0220) (CHECK))
    (IO 1 (SIZE 4) (BASE 0x0388) (CHECK))
    (INT 0 (IRQ 5 (MODE +E)))
    (DMA 0 (CHANNEL 1))
    (IO 2 (SIZE 16) (BASE 0x0100) (CHECK))
    (DMA 1 (CHANNEL 4))
    (NAME "ADS7180/-1[0]{Analog Devices AD1816}")
    (ACT Y)
    ))
    (CONFIGURE ADS7180/-1 (LD 1
    (INT 0 (IRQ 5 (MODE +E)))
    (IO 0 (SIZE 2) (BASE 0x0300) (CHECK))
    # End dependent functions
    (NAME "ADS7180/-1[1]{Analog Devices AD1816}")
    (ACT Y)
    ))
    (CONFIGURE ADS7180/-1 (LD 2
    (IO 0 (SIZE 8) (BASE 0x0200) (CHECK))
    # End dependent functions
    (NAME "ADS7180/-1[2]{Analog Devices AD1816}")
    (ACT Y)
    ))
    
    

    Se sua placa de vídeo é reconhecida, normalmente basta executar o configurador que acompanha sua distribuição (Xconfigurator, XF86Setup, ou xf86config geralmente). Usando ou não detecção automática, pode-se configurar a placa de vídeo sem maiores traumas. Algumas dicas, caso esteja enfrentando problemas de configuração:

  • Procure selecionar apenas uma profundidade de cores e uma resolução, já que, em alguns casos, o configurador pode se perder quando várias configurações diferentes estão selecionadas;
  • Procure, se possível, não usar qualquer tipo de auto-detecção. Algumas placas de vídeo são muito parecidas umas com as outras, embora seus parâmetros de configuração sejam diferentes, o que algumas vezes confunde o programa de configuração;
  • Se, mesmo verificando na documentação da placa, não houver pistas sobre o seu modelo, execute os comandos:
    # cat /proc/pci
    ou então:
    # SuperProbe
    que vai ajudar a localizar informações sobre o modelo de placa.

    Se tudo mais falhar, procure no ftp da sua distribuição por uma atualização para o XFree86, visto que versões mais novas tendem a corrigir bugs e ter um melhor suporte para mais placas de vídeo.

  • Caso esteja tendo problemas intermitentes com o servidor gráfico, use seu editor de textos preferido, abra o arquivo /etc/X11/XF86Config, e na seção Device, experimente inserir a linha:
    Option "noaccel"
    Essa dica funciona bem com placas de vídeo Trident, que costumam ter problemas com a aceleração;
  • Para placas de vídeo SiS, além do noaccel acima, pode-se tentar inserir também:
    Option no_bitblt
    Option sw_cursor
    
    Outra coisa a ser feita, para placas SiS com memória compartilhada entre a RAM normal e a de vídeo, é limitar a quantidade de memória. Experimente mapear apenas 2MB de RAM, pela linha: VideoRam 2048.
  • Algumas placas não possuem modos de 24 ou 32 bits, portanto, configurá-las para tal fará com que a inicialização falhe.
  • Se sua tela estiver torta, pode-se utilizar o aplicativo xvidtune para configurar corretamente a modeline do monitor, de modo a casar com a freqüência do monitor. Basicamente, abra um xterm e digite:
    # xvidtune
    Clique no botão "Auto" e use os botões "Left", "Right", "Up", etc., para ajustar a tela. Quando terminar de configurar, clique no botão "Show" e anote a linha que ele exibe no xterm, exemplo: "800x600" 40 800 844 972 1056 600 609 613 636 +hsync +vsync.

    Então edite o arquivo /etc/X11/XF86Config e procure uma Modeline, que possua o segundo número da linha acima (no caso, 40) igual e apague-a, substituindo-a pela linha do xvidtune com a palavra Modeline na frente;

  • Escolha sempre configurações conservadoras de início, 640x480 em 8 bits, por exemplo, visto que muitas placas podem apresentar problemas quando configuradas em seu extremo;
  • Só configure para INIT 5 (login gráfico), se tiver certeza de que a placa está funcionando corretamente :).
  • Se sua placa de vídeo não for reconhecida, podem ser tentadas duas coisas:
    1. Visite o site do fabricante, a SiS, por exemplo, fornece um X-Server para as placas SiS 6215, 6326, 530, 620 e toda a família. A Nvidia, bem como a Creative e a 3dfx também fornecem X-servers, mas otimizados para extrair o máximo desempenho das suas placas de vídeo;
    2. Utilizando-se de um kernel da série 2.2.x com o suporte para framebuffer ativo, pode-se ativar o X com esse recurso, o que funciona mesmo com placas não totalmente reconhecidas ainda. Siga os seguintes passos:
  • Configure normalmente sua placa de vídeo, usando o programa de configuração correspondente (Xconfigurator, XF86Setup, xf86config), escolha placa de vídeo genérica (o importante é a configuração do monitor). Feito isso, não execute nenhum dos testes e também não execute o servidor gráfico, visto que o objetivo é apenas obter a configuração correta do monitor;
  • Instale o pacote responsável pelo framebuffer: (Para o Conectiva Linux e similares)
    # rpm -ivh
    XFree86-FBDev-*.i386.rpm
    
  • Crie um link para o novo servidor gráfico com os comandos:
    # ln -sf /usr/X11R6/bin/XF86_FBDev /etc/X11/X
  • Edite o arquivo /etc/X11/XF86Config. Procure pela seção Device, que se encontra quase ao final do arquivo, e modifique-a para que fique assim: Section "Device"
    Identifier "fbdev"
    VendorName "Frame Buffer" BoardName "Vesa 2.0"
    Chipset "generic"
    EndSection
    

    Na seção screen, mude o nome do driver e do device para fbdev, como o exemplo abaixo, além de alterar a linha Modes para "default".

    Section "Screen"
    Driver "fbdev"
    Device "fbdev"
    Monitor "Meu Monitor"
    DefaultColorDepth 16
    Subsection "Display"
    Depth 8 Modes "default"
    ViewPort 0 0
    EndSubsection
    Subsection "Display"
    Depth 16
    Modes "default"
    ViewPort 0 0
    EndSubsection
    Subsection "Display"
    Depth 24
    Modes "default"
    ViewPort 0 0
    EndSubsection
    Subsection "Display"
    Depth 32
    Modes "default"
    ViewPort 0 0
    End
    Subsection
    EndSection
    
    Note que não se deve alterar outros parâmetros como, por exemplo, os do monitor.
  • Feito isso, edite o arquivo /etc/lilo.conf, e adicione uma linha vga=modo, como no exemplo:
    boot=/dev/hda read-only prompt timeout=50
    default=
    linux vga=0x317
    image=/boot
    /vmlinuz-2.2.12-5cl
    root=/dev/hda5
    label=linux
    
    Para informar o modo e a resolução a ser usada no console e no ambiente gráfico, veja a tabela 1.
  • Adicionado o valor correto, execute # lilo e reinicialize a máquina. Se tudo estiver correto, ela iniciará em um modo gráfico (com direito a um pingüim no topo da tela), ou seja, mesmo o console será executado na resolução escolhida (eventualmente as letras parecerão muito pequenas);
  • Carregue o modo gráfico, pelo comando startx, e verifique se a carga se dá corretamente. Nota: não altere a resolução do modo gráfico para }um valor diferente do utilizado no console, caso contrário, após a carga do modo gráfico, não será possível retornar ao console.

    tabela 1
    Cores 640x400 640x480 800x600 1024x768 1280x1024 1600x1200
    4 bits ? ? 0x302 ? ? ?
    8 bits 0x300 0x301 0x303 0x305 0x307 0x31C
    15 bits ? 0x310 0x313 0x316 0x319 0x31D
    16 bits ? 0x311 0x314 0x317 0x31A 0x31E
    24 bits ? 0x312 0x315 0x318 0x31B 0x31F
    onde consta ? desconheço o valor correto.

    Scanner

    Com o recente barateamento do custo desse periférico, que passou de mais de mil reais para cento e poucos reais, o seu uso vem se popularizando. Com isso, o mercado foi inundado por uma variedade enorme de modelos de scanners. Entretanto, para baratear os custos, os fabricantes optaram por soluções como usar a porta paralela do micro, ao invés de uma interface SCSI, que torna mais fácil seu uso em qualquer computador atual. E por não usar um padrão como o SCSI, cada fabricante tende a criar sua própria solução para conectar o scanner ao micro. Alguns utilizam-se de circuitos proprietários, outros de emulação de SCSI, e por aí afora.

    Para os scanners de porta paralela, um bom ponto de partida é acessar o site de busca de programas freshmeat.nete verificar se alguém já desenvolveu um driver para o seu modelo. Outra boa referência fica em: metalab.unc.edu/pub/linux/apps/graphics/capture/, onde consegue-se drivers para mais modelos.

    Normalmente, esses programas consistem do driver mais o programa para capturar as ../imagens, especificamente escrito para um modelo, ou, no máximo, para uma família específica de scanners. Algumas vezes, um scanner vendido aqui no Brasil é vendido por uma outra marca, sendo, entretanto, equivalente a um modelo do exterior. Por exemplo, o scanner Genius Colorpage SP2 é equivalente (na verdade é um OEM) do scanner Microtek Scanmaker III. Pode-se facilmente descobrir isso pelo número do FCC. Veja na etiqueta do equipamento o número "FCC Id" , que identifica a empresa e o modelo. Anote o número e consulte www.fcc.gov/oet/fccid para ver a firma e a data de registro do produto.

    De posse dessas informações, você pode consultar a base de dados dos scanners reconhecidos pelo Sane, Scanner Access Now Easy, que é um projeto de API para scanners no Linux, nos mesmos moldes que o Twain é para o Windows. Note que a grande maioria dos scanners reconhecidos atualmente pelo Sane são SCSI, e em sua versão de desenvolvimento, alguns são modelos USB também.

    Com um CD-ROM SCSI, após compilar e instalar os pacotes do Sane corretamente, basta carregar os módulos da sua placa SCSI (se isso já não está acontecendo). Normalmente, algo como:

    # modprobe módulo_placa_scsi

    Uma vez carregado o driver, todos os dispositivos ligados ao barramento serão listados, inclusive o scanner. Verifique qual dispositivo corresponde a ele (normalmente /dev/sgx), e crie um link simbólico:

    # ln -sf /dev/sgx /dev/scanner
    Onde sgx é geralmente, sga, sgb, etc. O pacote do Sane é acompanhado do programa xscanimage, que pode ser usado separadamente, ou então como plugin para o Gimp, um famoso programa editor de ../imagens para o Linux. Normalmente, ele fica acessível em seu menu de plugins. Para o uso de scanners de porta paralela com o Sane, existe uma página com o projeto de construção desses drivers, www.buzzard.org.uk/jonathan/scanners.html, onde pode-se encontrar algumas versões preliminares dos drivers para esses dispositivos.

    Esbarra-se no problema de que não há um padrão de implementação, cada um dos fabricantes usa um tipo de configuração diferente de hardware. Por exemplo: para scanners que se utilizam do chip OnSpec 90c26, existe um patch para ser aplicado ao kernel que, em tese, faz com que o Linux passe a ter suporte para esses scanners, diretamente pelo Sane.

    Outra abordagem para uso desse tipo de scanner com o Linux é o uso do Wine para executar o programa que normalmente acompanha o scanner, com diferentes graus de sucesso.

    Impressoras "for Windows"

    Tais como os outros dispositivos já citados anteriormente, as impressoras também sofreram reduções de componentes, visando a redução do custo. Uma dessas iniciativas foi da HP, que fabricou uma série de impressoras chamadas PPA (Printer Performance Architecture). Este tipo de impressora usa como engine de impressão a própria CPU do usuário, tarefa cumprida via software, que anteriormente era feita por hardware dedicado específico, dentro da impressora. Isso faz com que os drivers de impressora (na verdade filtros) para a série HP, baseados nos controladores PCL não funcionem com essas impressoras.

    Em www.httptech.com, pode-se encontrar os drivers e a informação de como se configurar uma dessas impressoras com o Linux. A impressão até o momento é preto e branco (na versão em desenvolvimento é colorido, mas instável) e não tem alguns recursos, como diminuir a qualidade de impressão e afins. As impressoras reconhecidas por esse driver são da série HP 710, 720, 820 e 1000.

    A configuração dessas impressoras não é uma tarefa muito complicada. Basicamente é o seguinte:

  • Obtenha o driver da impressora, no site citado. (Caso tenha uma distribuição Conectiva igual ou maior ao Servidor 4.2, basta instalar o pacote pbm2ppa);
  • Além desse pacote, é necessário ter também instalados os pacotes (distribuição da Conectiva ou similar): rhs, printfilters, printtool, ghostscript, enscript.
  • Caso tenha optado por baixar o driver diretamente do site do desenvolvedor, compile-o e instale-o normalmente (recomendo que leia a documentação antes), lembrando apenas que o pbm2ppa deve estar no Path do sistema;
  • Edite o arquivo /usr/lib/rhs/rhs-printfilters/printerdb e adicione a entrada: StartEntry: DeskJet720C
    GSDriver: pbm
    Description: {HP DeskJet 720C} About: { \ This driver supports the HP
    DeskJet 720C inkjet printer. \ It does does not support color printing.
    \ IMPORTANT! Insert \ "- | pbm2ppa -" \ in the "Extra GS Otions" field.\
    }
    Resolution: {600} {600} {}
    EndEntry.
    

    Isto feito, já se pode adicionar a impressora via printtool, apenas não esquecendo de colocar no campo "Extra GS Options" a tag "- |pbm2ppa -" (no caso do pbm2ppa da Conectiva, coloque pbm2ppa-720, pbm2ppa-820 ou pbm2ppa-1000).

    Do mesmo modo que as impressoras da HP, a Lexmark possui em sua linha algumas impressoras que são "winprinters". Drivers para elas podem ser encontrados com uma busca no site freshmeat.net. Não trataremos desse tipo de impressora por serem mais raras no mercado nacional.O desenvolvimento de um driver desses seria muito mais rápido se a HP não se recusasse a liberar o protocolo PPA publicamente.

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