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Linux de fábrica

De notebooks a mainframes, passando por grande variedade de modelos de servidores, o Linux tornou-se, definitivamente, uma opção entre as soluções oferecidas pelos principais fabricantes de hardware do mundo. Para o mercado corporativo, uma das novidades é a versão do Linux para mainframes S/390, da IBM — bastante utilizados no armazenamento de bancos de dados das empresas. Já os engenheiros e profissionais da área gráfica acabam de ganhar uma nova linha de workstations Silicon Graphics, da SGI. Baseadas em processadores Intel, as estações também oferecem o Linux como opção de sistema operacional. A Semp Toshiba, por sua vez, prepara-se para começar a vender no varejo sua Linux Station, equipamento já disponível para o mercado corporativo, que utiliza o chip AMD K6-2.

Usuários de notebooks também já encontram no mercado uma opção baseada em Linux. Lançado na Comdex/Sucesu-SP do ano passado, o Palazzio 029M, da norte-americana Logger, está sendo distribuído no País pela Simplex, pelo preço de US$ 2.200.

HP: nova linha Risc

Lançada em maio, a linha de servidores corporativos Classe A da HP, de tecnologia Risc, está disponível para dois sistemas operacionais: HP-UX, versão Unix da própria empresa, e Linux. Com dois modelos, o Classe

A é um equipamento de baixo custo e alta performance, destinado ao mercado de pequenas e médias empresas. "O alvo são os Internet Service Providers (ISPs)", afirma Jaison Patrocinio, gerente de servidores HP 9000 no Brasil. Preparados para aplicações de missão crítica, os servidores são os primeiros da HP a oferecer compatibilidade com o padrão WAP (Wireless Application Protocol), para comunicação sem fio.

Um dos modelos da nova linha — chamada internamente de Piranha, por ser veloz, compacta e poderosa — é o HP 9000 A400, que tem um processador PA-8500 (Risc) de 440 MHz, até 2 GB de memória e preço inicial (sugestão) de US$ 7.300. O outro lançamento é o HP 9000 A500, que pode ter até dois processadores PA-8500 de 440 MHz ou PA-8600 de 550 MHz. A capacidade de memória dessa máquina atinge 8 GB e seu preço (sugestão) é de US$ 12 mil.

A HP oferece, ainda, suporte para Linux em toda a sua linha de servidores NetServer, baseada em processadores Intel. Como a IBM, a empresa não fornece o sistema operacional instalado na máquina, mas tem uma equipe preparada para prestar suporte aos usuários Linux.

IBM: também em mainframes

A primeira linha de computadores de grande porte preparada para rodar Linux já está no mercado: a série S/390 da IBM. Com o apoio dos principais distribuidores desse sistema operacional (Red Hat, Turbolinux, Sus e Caldera), a própria IBM desenvolveu uma versão de Linux específica para o S/390, anunciada em março e já disponível para download — gratuito — em seu site na Internet.

João Pedro Perez, diretor de software S/390 da IBM Américas, revela que 2.200 clientes já fizeram o download do sistema diretamente da homepage da empresa. "Tudo o que roda em Linux para PC também roda no Linux para S/390", garante Perez. Segundo ele, o mainframe roda Linux nativo (no hardware), sem nenhum tipo de emulação.

Baseada em arquitetura CMOS, a série S/390 foi concebida para oferecer aos usuários elevado poder de processamento de transações eletrônicas, com recursos de segurança, disponibilidade (graças à tecnologia de clustering) e confiabilidade. A combinação com os recursos Web das aplicações Linux deverá transformar o equipamento em uma solução altamente integrada para e-business — pelo menos esse é o objetivo da IBM. A idéia é que as aplicações Linux possam acessar os dados corporativos armazenados em sistemas S/390.

A linha de servidores IBM Netfinity, de arquitetura Intel, também já oferece suporte para Linux — entre outros sistemas operacionais — há algum tempo. Na verdade, as máquinas não são fornecidas com nenhum sistema, mas, caso escolha o Linux, o usuário poderá contar com o serviço de suporte da IBM — que, no Brasil, tem parceria com a Conectiva.

Com várias opções de modelo e configuração, os servidores Netfinity são indicados para aplicações em pequenas e médias empresas, ou ainda em departamentos de grandes companhias. O modelo entry level é o Netfinity 3000, que tem um só processador (Pentium III/600 MHz), 64 MB de memória RAM, 512 Kb de cache e até três discos de 9,1 GB. Seu preço começa em R$ 4.225.

Já o Netfinity 5000 é hoje o equipamento da linha mais vendido para aplicações típicas de Linux (servidor de páginas Web, de e-mail, firewall, etc). Com preço a partir de R$ 7.600, a máquina pode ter até dois processadores Pentium III de 650 MHz. A linha inclui ainda modelos com até quatro (Netfinity 7100 e 7600) ou oito (Netfinity 8500) processadores Pentium III Xeon de 550 MHz.

Compaq: linha Alpha

Antiga parceira da comunidade Linux (na verdade, a parceria foi herdada quando comprou a Digital), a Compaq vem investindo pesado nesse ambiente operacional, principalmente na linha de servidores e workstations baseada no processador Alpha, de 64 bits. Rogério Noschese Canas, gerente de produto na área de Servidores de Alta Performance da Compaq Brasil, explica que várias máquinas das linhas AlphaServer DS (Departamental Server) e ES (Enterprise Server), além das estações XP 1000, já rodam Linux. Ele acrescenta que os primeiros modelos da linha GS (Global Server), anunciada em maio, ainda não permitem o uso desse sistema operacional. Isso, contudo, já está previsto nos próximos lançamentos da série, que têm capacidade para aceitar de oito a 32 processadores Alpha.

Na linha AlphaServer DS, a Compaq oferece modelos com um processador de 466 MHz (DS10L e DS10), ou dois chips de 500 MHz — caso do DS20E, que tem também discos, fontes e ventiladores hot-swap. Os preços variam de US$ 4 mil (DS10) a até US$ 70 mil (DS20E, na configuração máxima). Já o AlphaServer ES40 pode ser configurado com até quatro processadores de 500 ou 667 MHz e até 3 GB de memória RAM. Seu preço vai de US$100 mil a US$ 250 mil.

SGI: workstations Intel

A nova geração de estações gráficas da SGI, anunciada no fim de maio nos Estados Unidos, também roda Linux — a versão fornecida, se o usuário optar por esse sistema já instalado na máquina, é o Red Hat Linux 6.1. Baseada em processadores Intel, a nova família de workstations Silicon Graphics — modelos 230, 330 e 550 — é também a primeira a incorporar a controladora de vídeo VPro, outro lançamento da SGI, que oferece até 64 MB de memória gráfica.

Segundo Reinaldo Ópice, diretor de canais e marketing da SGI no Brasil, o ponto forte das novas estações está, justamente, na capacidade de processamento de vídeo — agora disponível também para ambiente Linux. "É a primeira máquina desenvolvida de modo a permitir o uso, pelo Linux, dos recursos gráficos do OpenGL", afirma Ópice. "Para isso, a SGI colocou uma camada acima do sistema operacional Linux, que permite seu acesso às funções gráficas", explica.

As novas workstations Silicon Graphics são voltadas para os mercados de engenharia e arquitetura (CAD/CAE), automação de projetos eletrônicos (EDA), criação de mídia digital, editoração eletrônica, edição de vídeo, pesquisa científica e, ainda, de sistemas de informações geoprocessadas (GIS). Por enquanto, só o modelo 230 está disponível no mercado. Trata-se de uma estação entry-level, com um processador Pentium III de 667 MHz. Seu preço médio, no Brasil (com impostos), é de US$ 5.229, na configuração com 128 MB de memória RAM, um disco rígido IDE Ultra ATA de 20 GB, controladora de vídeo SGI VPro com 32 MB de memória, drive de CD-ROM, caixas acústicas e sistema operacional Linux (mas sem monitor).

Os outros dois modelos deverão começar a ser vendidos no fim de junho. A Silicon Graphics 330 é uma máquina intermediária, que pode ser fornecida com até dois processadores Pentium III. Já o modelo 550, topo da nova família de workstations, pode ter dois chips Pentium III Xeon, da Intel — além de oferecer maior capacidade de expansão.

Todas as estações chegam a até 2 GB de memória principal e a até 90 GB de capacidade de armazenamento em discos internos. Reinaldo Ópice acrescenta que, além de vender os equipamentos, a SGI oferece uma série de serviços ao usuário Linux, como treinamento, suporte (help desk) e até consultoria — por exemplo, para a migração de ambiente ou a montagem de clustering com Linux.

Semp Toshiba: no varejo

A Semp Toshiba Informática está investindo em uma infra-estrutura de suporte ao usuário para começar a oferecer no varejo seu modelo Linux Station — hoje disponível para o mercado corporativo. "Para o usuário acostumado com o Windows, o Linux parece um pouco mais complexo e, por isso, exige suporte", explica Gabriella Saboya, gerente de marketing da Semp Toshiba.

A empresa fez parceria com uma universidade brasileira e já está formando a equipe de suporte, que vai atender os usuários por um número 0800, inclusive nos fins de semana. "Só quando tudo estiver pronto, vamos começar a vender a máquina no varejo", diz Gabriella. A previsão é que isso ocorra em agosto ou setembro e que o Linux Station chegue às lojas por algo em torno de R$ 1.700.

Com gabinete desktop azul, vem sendo comercializado no mercado corporativo, para pequenas e médias empresas — que, em geral, não têm recursos para adquirir várias licenças do Windows e, por isso, optam pelo Linux. É uma máquina low-end, baseada no processador AMD K6-2 de 550 MHz e fornecida com 512 KB de cache, 32 MB de memória RAM, disco rígido Ultra DMA de 4,3 (ou 8) GB, placa de vídeo AGP com 1 a 8 MB de memória compartilhada, sistema de som, fax-modem de 56 Kbps e monitor de 14 polegadas.

O equipamento tem, ainda, o sistema operacional Conectiva Linux 5.0 instalado e um pacote de softwares — que inclui a suíte StarOffice 5.1 e o navegador Netscape.

 

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