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Processador de textos TED
Editor RTF com recursos de fontes, tabelas e imagens, de código aberto e GPL

Ao construir o Ted, o holandês Mark de Does tomou a precaução de manter teclas de atalho padronizadas nos outros processadores de outros sistemas, para que a curva de aprendizado fosse literalmente zero. Assim, usuários do WordPad do Windows podem iniciar seus documentos usando apenas o que já sabem: Control+C copia; Control+X corta; Control+V cola, etc.

O Ted segue a nomenclatura do RTF, ignorando alterações introduzidas no formato por diversos fabricantes, para assegurar que qualquer outro processador nunca tenha problemas para ler documentos formatados nele. Ele introduz também muitos aperfeiçoamentos significativos, como tabelas, inserção de bookmarks, exportação para arquivos Postscript e HTML, contagem de linhas, palavras, parágrafos e caracteres, edição de múltiplos documentos simultâneos, além de oferecer a visualização do layout de página, que é uma grave deficiência do Wordpad e de outros processadores RTF, que não mostram onde estão as quebras das páginas ou o resultado que será impresso.

A tela de ajuda do Ted foi construída nele mesmo, e logo ao consultá-la na primeira vez, nota-se a presença de hiperligações (bookmarks) no seu índice. Clicando-se nelas faz-se o salto para a seção específica do documento, mas isso não afeta processadores que não reconhecem essas tags e não impedirá que os documentos sejam lidos.

Aqueles que criticam a simplicidade da maioria dos processadores RTF encontram no Ted as implementações desejadas pelos usuários, que além dos recursos apresentados, mostram um programa leve, de rápido carregamento e baixo consumo de memória. Processadores como o StarWriter do StarOffice podem ser mais poderosos, mas apresentam o inconveniente de serem pesadíssimos, com opções em demasia para a maioria dos usuários comuns.

Geralmente os processadores de texto apresentam a possibilidade de gravação em formatos proprietários e em outros genéricos, que seriam o RTF e o TXT. O Ted oferece mais ao exportar para arquivos HTML e PS, o que aumenta bem o poder de intercâmbio com outros usuários, e onde se nota a marca do software livre, que não atrela os usuários aos interesses de um fabricante e que se preocupa em atender suas requisições. Ele é um programa despretensioso, que tenta ser uma ferramenta útil, com um visual bonito, rápido e eficiente.

Para fazer o download dos binários ou dos fontes do Ted na Web, vá até www.nllgg.nl/Ted e baixe a última versão que é a 2.8 nos formatos rpm ou tar.gz. Para o pacote rpm, digite na linha de comando:


# rpm -ivh ted-2.8-1.i386.rpm

Se o pacote baixado foi o tar.gz, digite:


# tar zxvf Ted_Linux_ix86.tar.gz

O pacote do Ted já vem com um dicionário para o inglês americano, mas existem dicionários em treze línguas, inclusive para o português, e é recomendável que você o baixe também. Instale-o com o comando:


# rpm -ivh Ted_pt_PT-2.8-1.noarch.rpm

ou para o pacote tar.gz:


# tar zxvf Ted_pt_PT.tar.gz

O Ted será instalado no diretório /usr/local/bin e o dicionário em /usr/local/info. Para executar o programa, abra um terminal e digite Ted. Se o caminho /usr/local/bin não estiver configurado em seu ambiente, digite a seqüência:


# cd /usr/local/bin/
# ./Ted

Ao usá-lo pela primeira vez, recomenda-se que o usuário gaste um tempo lendo o help do programa, que exibe informações bastante úteis, como por exemplo, instalar mais fontes e onde achá-las na Internet. O Ted vem com apenas quatro fontes: Courier (monoespaçada), Symbol, Helvetica e Times, com tamanhos que vão do corpo 8 ao 64, usando negrito, itálico, sublinhado, subscrito e sobrescrito, e talvez essas fontes não sejam suficientes para você. Há também descrições importantes que falam sobre a exportação para arquivos postscript (PS) e depois da conversão para o formato PDF, preservando as hiperligações, e também como configurar o Netscape para abrir automaticamente o Ted quando você receber algum atachado RTF.

Sua régua contém um diferencial em relação às réguas de outros editores, permitindo que sejam copiadas e coladas em outras partes do documento, e isso é um recurso muito útil na redação de documentos muito estruturados, contratos e na documentação técnica, podendo fornecer marcas de tabulação com alinhamentos à direita, à esquerda e centralizados.

Além das tabelas, outra questão importante a ser comentada são os formatos de imagens aceitos pelo Ted: TIFF, BMP, ICO, XWD, GIF, JPEG, PNG, PCX, XBM, XPM, PGM, PBM e WMF. Isso constitue um leque muito abrangente, mas se a saída pretendida for em HTML recomenda-se apenas o uso dos formatos JPG, GIF e PNG, presentes em quase todos os browsers gráficos.

Embora Mark de Does reconheça que o formato RTF não é dos mais sofisticados, uma de suas maiores preocupações no desenvolvimento do Ted foi a de contemplar o maior número possível de plataformas e processadores, e também de oferecer saídas para formatos tidos como poliglotas, requisito indispensável na distribuição de documentação eletrônica. Mark costuma dizer que o universo Windows oferece um sistema completo com aplicativos atraentes e funcionais, e que o Linux precisa estar atento para suprir todo o espectro que o software comercial atende.

O propósito desse artigo foi apresentar um programa pouco conhecido na comunidade Linux, mas que é, sem dúvida alguma, uma agradabilíssima surpresa, podendo ser muito interessante tanto para os iniciantes quanto para os que procuram uma alternativa diferente do StarWriter ou do WordPerfect, e com qualidade.

 

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