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KDE 2: a nova geração
Muitas novidades e os destaques vão para a suíte Office e o browser Konqueror

Já há um bom tempo, várias pessoas vem acompanhando com atenção o desenvolvimento do que promete ser o próximo líder em desktops Linux, o KDE 2. A Revista do Linux traz neste artigo um pouco da história do KDE, as principais novidades da nova versão e uma comparação com outro grande nome em desktops Linux, o Helix Gnome. Para que você não fique apenas com "água na boca", incluímos também no CD que acompanha esta edição a última versão beta do KDE 2 (Beta 5), pré-empacotada para várias distribuições para que você possa experimentar um pouco do futuro a partir de agora.

As Principais Novidades

Como é de se esperar, uma nova versão de um programa sempre traz novidades, e o KDE 2 não foge à regra. Abaixo, listamos algumas de suas principais características.

A biblioteca Qt

A biblioteca Qt é o coração do KDE, e o novo KDE pede uma nova Qt. A versão 2 trouxe inúmeras melhorias, como suporte total a fontes Unicode, temas para os widgets (componentes da interface, como checkboxes, barras de rolagem, botões etc.), programação multithreading, política de posicionamento de tela ainda mais inteligente e maior consistência nas interfaces.

Há novidades também no licenciamento: essa versão foi a primeira lançada sob a licença QPL, um pouco mais liberal que a anterior por permitir a distribuição de versões modificadas da biblioteca - desde que essas modificações estejam separadas do pacote de fontes oficial da Troll Tech. Continuava o impasse: os desenvolvedores do KDE diziam que a licença era boa porque o KDE era livre, e os detratores alegavam que o KDE não era livre justamente por estar atrelado a um produto comercial.

Finalmente, a versão 2.2 da Qt, na qual a versão final do KDE 2 é baseada, foi liberada sob as licenças GPL e QPL - o desenvolvedor escolhe qual a que mais lhe convém para distribuir suas aplicações. Isso é válido para a versão Unix da biblioteca, já que as versões para Windows e dispositivos embutidos continuam sendo estritamente comerciais.

Uso intensivo de bibliotecas dinâmicas

Boa parte da funcionalidade do KDE 2 está contida em bibliotecas dinâmicas, e não em executáveis. Por exemplo, cada tipo de decoração do gerenciador de janelas KWin é uma biblioteca, que é carregada dinamicamente ao ser solicitada. Com isso, obtém-se:

  • Economia de memória. Componentes do sistema são carregados apenas quando necessário.
  • Diminuição no número de processos necessários.
  • Carga e execução mais rápida de módulos que quase sempre trabalham embutidos em outra aplicação. Um bom exemplo são os módulos do Centro de Controle.

KHtml/Konqueror

Talvez o objeto mais trabalhado pelo time KDE tenha sido o KHtml, que é o coração do Konqueror, o navegador Web e gerenciador de arquivos do KDE 2. Essa dupla representa um grande salto tecnológico em relação ao KFM, disponível na versão 1. O estado atual de desenvolvimento do KHtml é bastante avançado. Praticamente todos os sites da Internet são abertos e formatados de forma conveniente, e desde o Beta4 simplesmente não ocorrem mais términos anormais do programa. E naturalmente você pode usar o KHtml em suas próprias aplicações. Talvez você queira criar seu próprio navegador...

A velocidade de renderização das páginas no Konqueror é, em média, um pouco inferior à do Netscape, mas oferece em troca uma grande vantagem: composição progressiva em quase todas as páginas, tornando a espera "real" bem menor que no Netscape.

O consumo de memória pode ser considerado razoável e até modesto se comparado aos "concorrentes" como Netscape e Mozilla.

O suporte à CSS (Cascading Style Sheets - Folhas de Estilo) está quase pronto, mas provavelmente não a tempo do KDE 2.00. O suporte a websites seguros (HTTPS) depende da implementação do plug-in apropriado, mas provavelmente estará completo a tempo para a versão 2.0 final. Certamente uma adição importante para quem deseja abandonar completamente o Netscape.

O suporte a Javascript está bastante adiantado, mas ainda não se sabe se vai entrar na versão 2.0 final do KDE. O suporte a Java já existe, mas, compreensivelmente, depende da existência da JVM ou do JRE da Sun em sua máquina.

aRts

O pacote de multimídia do KDE 2 inclui uma ferramenta de tratamento de som, o aRts (www.arts-project.org). O aRts possui inúmeros recursos, como síntese, mistura, filtragem e equalização de sons. Para o usuário final, o ponto mais importante é a mistura de diferentes canais de som. É possível tocar vários arquivos MP3 ou WAV ao mesmo tempo e ainda ouvir os sons relacionados aos eventos do sistema, como um beep numa mensagem de erro ou o aviso do ICQ de que chegou mensagem.

O aRts é um produto separado do KDE, embora seja fornecido junto com o pacote kdemultimedia. Existem patches e plug-ins para outros aplicativos, tais como mpg123 e XMMS, para que também usem o aRts em vez de abrir diretamente o dispositivo de som. Se o aRts estiver rodando, nenhum outro programa não compatível com ele conseguirá emitir sons, a não ser que a placa de som suporte paralelismo em hardware. Kaiman

O Kaiman é o reprodutor de mídia do KDE 2, totalmente baseado em plug-ins. Nesse aspecto ele é bastante semelhante ao XMMS, com duas importantes diferenças:

O Kaiman é altamente integrado ao KDE.

Ele também suporta plug-ins de vídeo. Um plug-in MPEG já está incluído na distribuição, e alguns outros estão sendo desenvolvidos.

O Kaiman está sendo desenvolvido ativamente e ainda contém alguns bugs. Possivelmente haverá uma atualização após o lançamento da versão final do KDE 2.0.

KOffice

O KOffice é a suite de escritório oficial do KDE e será lançado juntamente com a versão final do KDE 2. Os aplicativos presentes atualmente são o KSpread (planilha eletrônica), KWord (processador de texto), KPresenter (gerador de apresentações), KChart (gerador de diagramas) e KIllustrator (programa de desenho vetorial). Este último já existia como produto separado desde o KDE 1 e foi incluído no pacote. Todos ainda apresentam alguns bugs menores, que devem estar corrigidos a tempo da versão final.

Está em desenvolvimento o KDB, um gerenciador de banco de dados conceitualmente semelhante ao MS-Access, e o Krayon, um programa de edição de imagens. Quanto à interoperabilidade com outros populares programas de escritório, pesa o fato de que os filtros de importação/exportação de dados do KOffice ainda estão sendo desenvolvidos. Provavelmente teremos de esperar por uma atualização posterior para abrir arquivos de outros aplicativos de escritório. (A recente abertura de código do StarOffice pode acelerar bastante o desenvolvimento dos filtros.)

Internacionalização

Um dos grandes atrativos do KDE, desde muito antes da versão 1.0, é o suporte muito bem planejado a diversos idiomas. Atualmente, o KDE está total ou parcialmente traduzido para mais de 50 idiomas, dos quais pelo menos 20 têm sido ativamente mantidos.

Dentre os idiomas ativamente mantidos, encontramos os tradicionais alemão, francês e italiano e outros exóticos, como esperanto e basco. Cogita-se até a possibilidade de incluir o latim, bastando que se forme uma equipe de corajosos voluntários dispostos a enfrentar a inexistência, no latim, de quase todos os jargões da informática...

O suporte a idiomas diferentes do tradicional ISO 8859-1 melhorou muito com o advento da Qt 2 devido a seu suporte total a Unicode. Em particular o uso e a exibição simultânea de vários idiomas ficaram muito mais fáceis, como num e-mail redigido parte em alemão, parte em russo, que usam conjuntos de caracteres diferentes. Idiomas com escritas da direita para a esquerda são parcialmente suportados. Em particular o Konqueror pretende suportá-los totalmente já na versão 2.0, incluindo a exibição simultânea (exemplo: português e hebraico na mesma página, dois idiomas com escrita em direções opostas). O suporte completo e total em todos os programas do KDE está planejado para a versão 3.0.

Esta promete ser mais uma daquelas discussões intermináveis, sobre qual dos dois é o melhor, qual oferece mais recursos, qual é o mais leve, etc. Em vez de dizer: "Este é o melhor, e ponto final!", iremos fazer um comparativo para que você possa escolher, de acordo com as suas necessidades, qual é o melhor ambiente. Lembre-se de que a análise aqui mostrada é totalmente informal, e seus resultados podem variar, principalmente com a chegada da versão final do KDE 2.

Integração com a Internet

KDE 2: A primeira versão do KDE já oferecia uma boa integração com a Internet, tendo até mesmo um browser integrado ao seu gerenciador de arquivos, além de vários utilitários para conexão ao seu provedor, e-mail, chat, etc. O KDE 2 mantém essa tradição, com um excelente browser/gerenciador de arquivos, o Konqueror, que não deve nada ao Netscape, tanto em termos de formatação de páginas quanto em recursos.

O Konqueror possui suporte a Java, Javascript e plug-ins do Netscape, sendo ótima alternativa para ele. O cliente de e-mail, chamado KMail, também melhorou bastante desde a última versão, tendo agora suporte a pastas dentro de pastas, melhor desempenho na checagem de e-mail e suporte a múltiplas contas para o envio de mensagens (e também a múltiplos servidores de SMTP). Outros utilitários, como o excelente discador KPPP (que aparentemente não mudou em nada) e o cliente de IRC Ksirc, também estão presentes.

Helix Gnome 1.2: Logo de entrada o Helix Gnome se destaca pela capacidade de instalação e atualização via Web. Estão incluídos clientes para ICQ, AIM, News e chat, mas existe a falta de um cliente "oficial" de e-mail e de um discador (o GnomePPP, discador oficial do Gnome 1.0, não está presente). Não existe alternativa oficial em termos de browser, mas existem esforços nesse sentido, como o projeto Galeon (que depende do Mozilla), embora ele não seja parte oficial do "pacotão" que é o Helix Gnome.

Multimídia

KDE 2: Possui um mídia player (KDE Mídia Player) e um utilitário para reprodução de vídeos (Aktion!), além de itens obrigatórios, como CD-player e mixer. O novo sistema de som, aRts, possibilita a reprodução de vários arquivos sonoros simultaneamente, mixando-os em tempo real.

Helix Gnome 1.2: Na área de áudio o destaque é o XMMS, tido como o "WinAmp" do mundo Linux. Não possui reprodutor de vídeo "padrão", sendo necessário recorrer a utilitários de terceiros para isso (como o excelente SMPEG/PlayMPEG, da Loki).

Interface

KDE 2: A interface do KDE 2 está mais refinada do que na primeira versão. A paleta de cores e os ícones são agradáveis aos olhos, e sua semelhança com o Windows, incluindo-se os atalhos de teclado e o layout da interface em geral, torna fácil a adaptação de usuários iniciantes. Alguns toques extras facilitam ainda mais a interação com o usuário, como o fato de o cursor do mouse "desaparecer" momentaneamente quando você está digitando num campo de texto (assim, ele não fica no caminho), e dos ícones dos programas na barra de tarefas indicarem se o programa em questão ainda tem algum documento a ser salvo. Falando em barra de tarefas, os programas escritos para o KDE 2 adicionam imediatamente um ícone a ela assim que são "clicados". Esse ícone mostra um pequeno CD girando e o nome do programa, para que o usuário saiba que o programa está iniciando. Isso reduz a impaciência de alguns usuários e ajuda a acabar com a síndrome do "vou clicar de novo porque acho que não entrou". Há também um painel de controle central que agrupa várias das configurações do sistema, facilitando a alteração de papéis de parede, proteções de tela, comportamento das janelas, idiomas, etc.

Helix Gnome 1.2: Muito fácil de usar, a interface do Helix Gnome 1.2 possui recursos similares aos do KDE, sendo também indicada para iniciantes. Assim como o KDE, possui um painel de controle central com todas as configurações necessárias para um usuário comum. Para os que gostam de mudar o visual, o recurso de temas permite alterar a aparência tanto das janelas (título, cores, etc.) quando dos controles em geral (botões, checkboxes, barras de rolagem, menus). É fácil obter um Gnome com cara de Mac, BeOS ou Windows, mas a máquina pode ficar lerda, já que esse recurso consome uma boa quantidade de processamento. Também há um extenso suporte a internacionalização, e o idioma é selecionado na tela de Login (GDM) em vez de no painel de controle central da interface, como no KDE. Não há notificação visual de que um aplicativo está iniciando ou que existem arquivos a serem salvos.

Office

KDE 2: Já vem com o esperado KOffice, composto de editor de textos (KWord), planilha de cálculo (KSpread), ferramenta para geração de apresentações (KPresenter), ferramenta para ilustrações (KIllustrator) e ferramenta para geração de gráficos (KChart). O KWord, o KSpread e o KPresenter conseguem abrir arquivos gerados pelo Office da Microsoft (nos formatos .doc, .xls e .ppt), mas só salvam em formato proprietário, dificultando a integração com usuários Windows.

Helix Gnome 1.2: Os componentes Office do Helix Gnome derivam de vários projetos separados. Temos o AbiWord para edição de texto, o Gnumeric para planilhas, e o Dia para geração de diagramas. Gnumeric e Abiword lêem arquivos nos formatos padrão Microsoft, mas apenas o Gnumeric consegue exportar em formato compatível (Excel 95). Com a liberação recente do código-fonte do StarOffice, é prometida maior integração entre este e o Gnome, trazendo uma concorrência literalmente pesada para o KOffice.

Desempenho

Em nossa máquina de testes o KDE 2 pareceu ser mais rápido no uso geral, principalmente durante as mudanças de desktop e redesenho de tela. Vale notar que tivemos de trocar a placa de vídeo, de uma SiS 620 (Onboard) para uma Trident 3D Image 9750 (PCI), pois o KDE 2 "borra" a imagem na tela durante operações de arrastar-e-soltar com a SiS 620. Isso pode ser um problema relacionado aos Betas, pois também ocorreu nas versões Beta 2 e Beta 3, ou ainda ao XFree 3.3.6, usado na máquina.

Para inicializar o sistema, o Gnome levou cerca de seis segundos, desde o login gráfico até o desktop aparecer pronto para uso na tela, enquanto o KDE 2 levou cerca de 23 segundos.

Em consumo de memória, a máquina de testes com apenas o desktop do KDE 2 carregado ficou com 32.5 MB livres, enquanto o Gnome (também com apenas o desktop) deixou 34 MB livres. Lembre-se de que a versão do KDE analisada é um Beta, e esses números podem mudar (mas não de forma radical). Os valores de quantidade de memória livre foram obtidos com o comando free, somando-se o total reportado em "free" ao "cache".

O Futuro

Nem tudo é perfeito, e sempre há espaço para melhorias, seja qual for o assunto em questão. O KDE 2 ainda não foi lançado, mas a equipe já começou a pensar em seu futuro. Alguns dos projetos mais importantes são:

  • Facilidade no uso de impressoras. Embora já haja o início de alguma centralização das tarefas de impressão, vários aplicativos ainda recorrem ao esquema "digite aqui o comando de impressão para seu sistema". Muito provavelmente o futuro configurador de impressoras do KDE terá módulos para diversos sistemas de impressão (BSD-lpr, System V-lp, LPRng, CUPS...), com graus variados de facilidade de uso e configuração e de recursos, dependendo apenas do sistema com o qual o módulo se comunica.
  • Implementação de recursos de acessibilidade, para facilitar o uso do computador por pessoas portadoras de deficiências, sejam quais forem.
  • Melhorias no suporte a internacionalização, incluindo um melhor suporte a idiomas com escrita "invertida", da direita para a esquerda, como o hebraico.

Agora só nos resta desejar a toda a equipe do KDE boa sorte com sua nova versão e um belo futuro para o projeto.

História do KDE Geração 1.0

  • O projeto KDE é fundado por Matthias Ettrich em 16 de outubro de 1996. O objetivo é um sistema de desktop poderoso e fácil de usar, que seja acessível principalmente aos usuários leigos.
  • O evento KDE-One ocorre em Arnsberg, na Alemanha, em 15 de agosto de 1997. Esse é o primeiro encontro de desenvolvedores do KDE e reúne quinze participantes.
  • A fundação KDE Free QT é anunciada em 8 de abril de 1998.
  • Em 20 de outubro de 1997, um ano após o início do projeto, o primeiro beta do KDE, chamado "Arnsberg", é lançado.
  • Em 23 de novembro de 1997 é lançado o Beta 2, chamado "Neheim".
  • O Beta 3, "Huesten", é lançado em 1º de fevereiro de 1998. Os principais destaques ficam por conta do maior número de aplicativos disponíveis e do maior suporte a internacionalização, com dezoito idiomas suportados.
  • O último beta da série 1.0 (Beta 4), chamado "Kirkland", é lançado em 19 de abril de 1998. São suportados vinte idiomas e melhorias são introduzidas no painel de controle, além da adição de mais opções para customização do desktop e mudanças no KFM.
  • O tão esperado KDE 1.0 é lançado em 12 de julho de 1998, depois de um árduo trabalho de equipe. O anúncio oficial de lançamento termina com o parágrafo:

Epilogue: We sincerely believe that we have initiated a new era for the Unix operating system and hope you will share our excitement. We hope that KDE will allow you to get your work done faster and more efficiently than ever. Please consider joining and supporting the project.

Epílogo: Nós sinceramente acreditamos que iniciamos uma nova era para o sistema operacional Unix, e esperamos que você compartilhe de nosso entusiasmo. Esperamos que o KDE o ajude a realizar seu trabalho de forma mais rápida e eficiente do que nunca. Por favor considere juntar-se a nós e apoiar o projeto.

O objetivo inicial foi alcançado. A partir daí o KDE se tornou um grande sucesso, e surgiram vários projetos (como o GNOME) para fazer-lhe concorrência e tentar abraçar o mercado do "desktop fácil de usar".

  • O KDE 1.1 é lançado em 6 de fevereiro de 1999, com a versão 1.1.1 seguindo em 5 de maio. Esta versão continha melhorias na integração com a Internet, na interação entre a agenda e o kpilot (para comunicação com os organizadores PalmPilot) e na estabilidade do sistema. O anúncio oficial contém comentários dos CEOs da Corel e da Caldera Systems elogiando o projeto. O KDE é escolhido como o desktop oficial do Caldera OpenLinux e várias distribuições passam a usá-lo como desktop padrão.
  • O KDE 1.1.2, última versão da série 1.x, se torna disponível em 13 de setembro de 1999. É atingida a marca de 35 idiomas suportados, mudanças são introduzidas no cliente de e-mail (KMail) e várias correções de bugs relativos às versões 1.1 e 1.1.1 são aplicadas. O destaque fica por conta dos novos ícones em 16-Bits de cor e do KDE Theme Manager, uma nova opção no painel de controle que permite que você customize a aparência do seu KDE através do uso de Temas. Geração 2.0
  • O segundo encontro de desenvolvedores do KDE, KDE-Two ocorre em Erlangen, na Alemanha, entre 7 e 10 de outubro de 1999.
  • O KDE 1.89 (Codinome "KRASH"), a primeira versão "alpha" da Geração 2.0, é lançado. É uma versão instável, recomendada apenas para desenvolvedores que queiram experimentar as novidades antes de se preparar para portar seus aplicativos para o KDE 2. A principal mudança é a migração para a bilblioteca Qt 2.1
  • O KDE 2 Beta 1 (KDE 1.9.0, "Konfucious") é lançado em 11 de maio de 2000. A versão é indicada para quem queira começar a portar seus aplicativos para o KDE 2 de forma séria. É a primeira versão a integrar o KOffice em sua distribuição.
  • O Beta 2 (KDE 1.9.1, "Kleopatra") é lançado em 14 de junho de 2000. O Konqueror, a nova geração do browser padrão do KDE, começa a ficar mais estável, e o suporte a Unicode (fontes com caracteres não ocidentais) passa a ser adicionado ao sistema.
  • O Evento KDE-Three ocorre em Trysil, na Noruega, entre 9 e 19 de julho de 2000. Nesses dez dias, vários desenvolvedores trabalham em conjunto corrigindo bugs e adicionando novos recursos ao sistema.
  • "Korner", nome oficial do Beta 3 (KDE 1.9.2), é colocado à disposição do público em 25 de julho de 2000. Esse beta se beneficia enormemente do esforço conjunto de dez dias em Trysil. Várias mudanças são implementadas, principalmente na interface com o usuário, e vários bugs são corrigidos. Pacotes binários do Beta 3 são prontamente disponibilizados para usuários das distribuições SuSE, RedHat, Mandrake e Caldera OpenLinux 2.4.
  • O quarto Beta da série 2.0, chamado "Kooldown" (KDE 1.9.3), é disponibilizado em 23 de agosto de 2000.
  • Em 4 de setembro de 2000, a biblioteca Qt, o "coração" do projeto KDE, é disponiblizada sob a GPL. Isso torna o KDE também um projeto totalmente GPL, facilitando sua adoção por distribuições mais puristas, como a Debian.
  • O KDE 1.94 "Final Beta" (Beta 5) é lançado em 15 de setembro de 2000. Esse beta é extremamente estável e dá uma boa idéia do que virá a ser o KDE 2. Pacotes binários são disponibilizados para várias distribuições e começam a aparecer nos repositórios do Debian. A versão Beta 5 é a que está sendo incluída no CD deste mês da Revista do Linux.
  • A data prevista para o lançamento da versão final do KDE 2 é 16 de outubro de 2000. Muitos aguardam ansiosamente, principalmente as equipes que farão a tradução para mais de 50 idiomas.

Uma discussão à parte, quanto ao impacto que o novo release do KDE2 irá provocar, diz respeito ao aparecimento de um browser e de um Office genuinamente Linux, nativos, e que quebrarão a dependência incômoda com softwares que se tornaram dois ícones, mais pela ausência de opções do que por aceitação dos usuários:

Netscape e StarOffice. Embora ambos possam ser livremente distribuídos, sempre foram identificados pelos linuxers como dois softwares extremamente pesados e que não usavam bibliotecas padrão do Linux. Só recentemente o StarOffice teve seu código aberto, mas não houve tempo para a comunidade analisá-lo. Por se tratarem de duas novas opções com total integração com projetos do desktop, deverão se impor como um novo padrão e para uma parcela enorme de usuários.


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