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YellowDog Linux

Lançado pela Terra Soft Solutions em fevereiro deste ano, o Yellow Dog Linux Champion Server 1.2 é mais uma alternativa para aqueles que desejam rodar o Linux em máquinas baseadas na plataforma PowerPC. O sistema suporta várias máquinas da Apple, desde um Performa 6360 até os últimos Power Mac G4, além de máquinas IBM (RS/6000), Motorola (clones de Mac como o StarMAX) e outras que seguem a especificação PReP (Power PC Reference Platform).

Os principais destaques do produto são o Kernel 2.2.15pre7 com suporte extra a USB, pacotes baseados no RedHat 6.2, KDE 1.1.2, glibc 2.1.3 e gcc 2.95.2. Outro destaque é o sistema de atualização automática, o yup.

Você pode conseguir uma cópia do Yellow Dog Linux de três maneiras: via download, copiando as imagens ISO disponíveis no site da empresa e gravando-as em CD; comprando o pacote completo, que inclui uma "pasta" de couro com os três CD’s, manual e suporte técnico; ou comprando um HD de 15.3 GB com o pacote já instalado e pré-configurado (sem dúvida a melhor opção para quem tem um pouco mais de dinheiro e está pensando em comprar um HD maior só para o Linux).

A instalação segue o padrão da RedHat, com um instalador texto que não deve apresentar dificuldades. O manual (incluso em formato PDF no CD) oferece instruções detalhadas, de modo a ninguém se sentir "perdido" durante o processo. Caso você esteja instalando o sistema num Mac, existe a opção de remover completamente o MacOS da máquina, deixando somente o Linux. Esse passo requer um pouco de trabalho, mas nada extremamente complexo, podendo ser feito em apenas alguns minutos com um pouco de prática.

Após a instalação, a primeira coisa a ser feita é atualizar o sistema. Alguns bugs acabaram entrando no CD final, por isso recomendo que você se conecte à Internet e baixe todas as atualizações recomendadas antes mesmo de criar outros usários na máquina. Devido a um erro no pacote etcskel, alguns arquivos deverão faltar no diretório /home de cada usuário criado, o que poderá causar transtornos mais tarde. O novo pacote etcskel disponível no site de FTP da Terra Soft Solutions resolve o problema. Então atualize primeiro o sistema e só depois crie os usuários. Não se esqueça também das atualizações de segurança e das outras correções disponíveis. São poucas e valem a pena. As atualizações podem ser feitas de duas formas: você pode pegar os pacotes RPM no FTP da Terra Soft ou tentar usar a atualização automática com o yup (Yellow Dog Updater). O yup é uma ferramenta bastante simples que busca pela versão mais atualizada de um pacote nos servidores de FTP da Terra Soft e faz a instalação automaticamente. Seu uso é tão simples como digitar: yup <nome_do_pacote>

Depois de instalado, quase nada diferencia o Yellow Dog Linux de um Linux padrão baseado em RedHat.

Os arquivos de configuração estão nos lugares padrão, todos os serviços são configurados da mesma forma que num PC, os pacotes estão no formato RPM, etc. Só tenha cuidado com o Linuxconf. A versão distribuída com o Yellow Dog Linux não funciona corretamente e pode gerar resultados imprevisíveis. Prefira gastar um pouco mais de tempo configurando os serviços manualmente (além do mais, isso é bom para o aprendizado) e economize nas aspirinas depois.

Um dos diferenciais do Yellow Dog Linux é o seu suporte melhorado a USB. O Kernel já inclui suporte a impressoras, scanners, adaptadores seriais, joysticks, HUB’s, além do absolutamente necessário (pelo menos nas máquinas da Apple) suporte a teclado e mouse USB. Não tive a oportunidade de testar muitos dispositivos, mas posso assegurar que uma impressora HP 840C e meu joystick USB funcionam perfeitamente. E falando em suporte a hardware, ele é bem completo, sendo que todos os componentes de um iMac Revisão B foram reconhecidos e funcionaram normalmente.

Algumas máquinas podem ter problemas, como os novos iMac DV em que o som só pode ser ouvido através dos fones (não há som nas caixas), ou o vídeo que só alcança uma profundidade de cores superior a 8 Bits se estiver usando o XFree 4.01 (isso também acontece nos G4 e é relacionado à placa de vídeo ATI Rage 128). Contudo, esses problemas geralmente são corrigidos rapidamente (em especial se as máquinas forem relativamente novas, como os G4). A melhor alternativa em caso de dúvidas é consultar o site da Terra Soft e dar uma olhada na lista de compatibilidade de hardware. Também é bom visitar o site penguinppc.org e ver se não há ninguém desenvolvendo uma solução para um problema específico de hardware (normalmente há).

Outro item único no Linux em máquinas PowerPC (não somente no Yellow Dog, mas no LinuxPPC 200 também) é o Mac-On-Linux, ou simplesmente MOL. É um pequeno programa, distribuído sob a GPL, que cria uma espécie de máquina virtual dentro de seu Linux na qual você pode rodar o MacOS. Ele irá rodar à velocidade quase nativa (só há perda na aceleração de vídeo, que não é suportada), numa janela ou em tela cheia. Todos os aplicativos que testei rodaram sem problemas, inclusive pesos pesados como o Corel, o Photoshop e o Dreamweaver.

Claro que há algumas limitações, como o fato de você não poder usar a porta serial (por exemplo, você não pode fazer o modem discar de dentro do MacOS), suporte a mídia removível (você pode até acessar um CD ou Zip, mas não pode ejetá-los ou inserir um disco novo enquanto o MOL está rodando), ou a já citada falta da aceleração de vídeo (esqueça o Quake III).

Mas esses são problemas menores diante da praticidade oferecida pelo MOL, como neste exemplo: você precisa de um arquivo muito importante que está na partição com o MacOS, que está formatada em HFS+ e não pode ser acessada pelo Linux. Uma solução é resetar a máquina, entrar no MacOS, mandar o arquivo para um disco Zip ou partição HFS compartilhada, resetar e voltar ao Linux. Ou você pode abrir o MOL (que enxerga a partição HFS+) e copiar o arquivo para a partição Linux (que pode ser compartilhada), sem esforço algum. O inverso também pode ser feito: pegar um arquivo na partição Linux (um documento do Word, por exemplo) e abri-lo no Office para Mac dentro do MOL. A falta do acesso ao modem no MOL pode ser contornada com a criação de uma mini rede entre as duas "máquinas", conectando-se via Linux e usando-o como proxy para o MacOS. Pronto! Agora você já pode ver aquele site legal cheio de Java que derruba o seu Netscape PPC. Alias, já fica aqui o aviso de que a versão PowerPC do Netscape é ainda pior do que a versão x86, caindo ao menor sinal de Java (ou, às vezes, até com algum Javascript mais pesado). Esperamos que o Mozilla resolva o problema.

No geral o Yellow Dog Linux é uma excelente distribuição, estável e com um bom conjunto de aplicativos. Ela tem seus bugs, não são graves ou numerosos como em outras distribuições PowerPC, mas sim de fácil correção.

E, apesar do nome "Champion Server", pode perfeitamente ser usada numa máquina doméstica. Falando no usuário doméstico, a Terra Soft promete para breve a versão "Yellow Dog Linux — Gone Home", voltada especificamente para essa área, com instalador gráfico e novas ferramentas para facilitar a configuração do sistema, além de pacotes atualizados, claro. Cópias beta do Gone Home estavam sendo distribuídas na última Mac World Expo, em Nova York, e chamaram a atenção do público. A nós resta apenas esperar as inovações que serão trazidas por essa versão.

Para saber mais

www.yellowdoglinux.com - Site oficial do Yellow Dog Linux. Possui uma lista de compatiblidade de hardware, FAQs, uma cópia do guia de instalação e uma "loja" onde você pode comprar o Yellow Dog Linux. Você também pode obtê-lo via download em ftp.yellowdoglinux.com. www.temporeal.com.br - A Livraria Tempo Real é revendedora do Yellow Dog Linux no Brasil. Boa opção para quem não quer importar os CDs. www.linuxppc.org - Site que concentra o desenvolvimento do Linux na plataforma PowerPC. Possui FAQs e links para distribuições PowerPC, além de links para distribuições para a plataforma 68 K (Macs antigos e micros da linha Amiga). Ótimo lugar para procurar a última versão do Kernel, por exemplo. www.imaclinux.net - Site com notícias, tutoriais e guias sobre o Linux em um iMac (ou num iBook, ou num G4...).

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