Coluna do Augusto
Cadê os grupos de usuários?
Os grupos de usuários constituem uma das modalidades de suporte ao Linux que mais oferecem visibilidade ao sistema. Embora listas de discussão, fóruns e outros meios virtuais possam oferecer maior possibilidade de atingir grandes contingentes de usuários a baixo custo, o grupo de usuários de sua cidade ou região tem maior possibilidade de atrair a atenção de pessoas que ainda não usam o Linux.
Por que? Ora, não é possível imaginar um jornal não técnico com
uma matéria intitulada "Lista de discussão atende a mais de 150 dúvidas sobre Linux em um único dia". Por outro lado, é fácil imaginar o seguinte título: "Grupo de usuários instala sistema gratuito em computadores de escolas da região". Certo? Agora a pergunta é: onde estão os grupos de usuários? Para atingir seus objetivos, eles precisam ser visíveis - principalmente dentro da própria comunidade Linux, claro, mas também fora dela. Vamos lá, agitem, promovam install fests dentro de sua comunidade, doem ou vendam barato cópias de distribuições recentes para estudantes, apareçam no jornal de sua cidade e atraiam novos usuários!
Mas lembrem-se de que o essencial para poder ser citado corretamente é dispor de, no mínimo, um website (ainda que básico) e um endereço de e-mail para que os interessados possam fazer seu contato inicial. Aí, é só uma questão de ser criativo: por exemplo, o GU-OpenSystem de Curitiba promove regularmente palestras com expoentes (nacionais e internacionais) da comunidade Linux, abertas à comunidade em geral. O grupo de usuários de Florianópolis foi mais inovador ainda, promovendo um encontro de usuários em uma pousada na praia, durante todo um final de semana. Esse tipo de iniciativa, além dos benefícios da troca de informações e experiências, tem o benefício extra de atrair a atenção do público em geral.
Ah, e não se esqueçam de cadastrar o seu grupo nas listagens nacionais! A própria RdL mantém uma em seu site, em www.revistadolinux.com.br/comunidade. O cadastro não custa nada e pode trazer novos interessados em
participar do seu grupo.
O lado bom: grupos de usuários são úteis, colaboram no crescimento do Linux e podem ser até mesmo divertidos
O lado ruim: nem toda cidade tem praias como as de Florianópolis para fazer um encontro como o do GU Linux Floripa.
Outra forma de fazer a sua parte
Recebo todos os dias centenas de e-mails. Muitos são profissionais, alguns, pessoais, e grande parte vem de listas de discussão. Não me importocom este excesso de informação - os filtros do Procmail acabam me ajudando a selecionar o que realmente importa, e o que pode ser deixado para ler em uma tarde de chuva.
Entretanto, há um aspecto dos emails que me incomoda muito: os anexos em formato proprietário. Quando alguém me manda um e-mail legível informando que vai em anexo algum texto do meu interesse, em um formato proprietário qualquer (por exemplo, o .doc do MS Word), em geral, eu tento ler com alguma ferramenta específica para isso (recomendo o AntiWord - www.winfield.demon.nl) e, se não consigo, peço educadamente para a pessoa enviar novamente em algum formato aberto.
O pior é quando a mensagem não tem nenhuma parte legível, apenas um anexo (geralmente enorme) em formato que exige a presença de algum programa específico para poder ser lido. Nesses casos, eu simplesmente ignoro e apago a mensagem sem fazer o menor esforço para descobrir do que se tratava.
Essa atitude é a mais correta?
Segundo Richard Stallman - fundador
do projeto GNU e papa do software
livre, para quem pegou esta revista em
uma sala de espera e ainda não conhece os nomes, todos nós devemos
ir um passo além: ao receber anexos
em formato proprietário, responder
ao autor, explicando por que não podemos ler e que, em geral, as mensagens ficam muito mais leves e
portáveis se digitadas diretamente em
formato texto. Mais do que isso, podemos mencionar a existência de formatos livres, como o HTML, e sugerir que a pessoa se informe sobre as
vantagens de utilizá-los.
Eu já fiz a minha parte: configurei um pequeno texto de resposta automática no meu programa de e-mail,
e a envio sempre que alguém me manda um anexo indesejado. Sinceramente, gostaria que isto tivesse algum efeito sobre a Internet como um todo,
mas se tiver efeito sobre as pessoas
que me escrevem regularmente, já me
dou por satisfeito.
Não deixe de ler o texto do Richard Stallman (em português! o pessoal do projeto GNU é aplicado) em
www.gnu.org/philosophy/no-word-attachments.pt.html. Em seguida, faça
sua parte - não envie mais anexos não
solicitados, e nem aceite recebê-los.
O lado bom: caixas de entrada limpas e menos tempo baixando e-mail do provedor.
O lado ruim: a cada dia surgem
centenas de usuários de e-mail
que nem imaginam que algumas
pessoas não gostam de receber
anexos gigantescos que não podem ser lidos...