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Novo KDE

Esta coluna foi escrita no dia do anúncio oficial do KDE 3.1. Usuário de Linux de longa data que sou, percorri longo caminho até me fixar neste ambiente gráfico, desde a shell em modo texto, passando por diversos gerenciadores de janelas (ocasionalmente ainda uso o WindowMaker), depois GNOME e finalmente KDE. Ao contrário de muitos usuários, não acho que o KDE seja inerentemente superior ao GNOME, ou vice-versa. Ocorre que a distribuição que costumo usar privilegia o KDE, portanto acabo me rendendo ao belo desktop que já vem todo pré-configurado a cada upgrade.

Mas acho que ambos os ambientes gráficos (KDE e GNOME) oferecem uma enorme vantagem comparativa sobre as alternativas de gerenciadores de janelas "diet", desde que você tenha hardware suficiente para executá-los e que estejamos falando de computadores desktop - em servidores, a coisa muda de figura, naturalmente.

E o novo KDE está prometendo muitas novidades interessantes: possibilidade de compartilhar seu ambiente de trabalho via rede (de maneira compatível com o conhecido utilitário VNC), modo Kiosk (possibilidade de limitar as opções disponíveis aos usuários), navegação com tabs (semelhante ao que já estava disponível no Opera e no Mozilla) no Konqueror, mudanças sutis e importantes no visual, além da promessa de mais estabilidade e segurança.

O lado bom: Muitos novos recursos para experimentar e um desktop de qualidade ainda melhor para os usuários Linux.
O lado ruim: A rivalidade entre os ambientes gráficos, para não falar no tamanho do download.

Linux World

Outro assunto que ganhou destaque no mundo Linux no início deste ano foi o evento LinuxWorld Conference and Expo, que se realizou em Nova York no final de janeiro. Continuando uma tendência que já vinha se formando, o evento foi mais focado no pessoal de gravata do que nos de cabelo comprido.

Com a presença de grandes nomes, incluindo HP, IBM, SGI, Red Hat, SuSE e até Microsoft, a conferência foi a oportunidade para o lançamento de vários produtos, anúncio de parcerias e a descoberta de várias novidades que os expositores guardam especialmente para essas ocasiões - sem mencionar os brindes.

Eu achava a cobertura da LinuxWorld bem mais divertida na época em que ainda era algo mais parecido com um evento revolucionário (embora sempre tenha andado de mãos dadas com o mercado), mas a presença massiva de grandes nomes da indústria da informática, além de causar uma pequena descaracterização da feira (é estranho saber que havia stands de empresas especializadas em gerenciamento de licenças proprietárias, para não falar da presença da Microsoft), contribui para mostrar ainda mais claramente que o Linux já deixou de ser aquele sistema operacional alternativo ao qual ninguém "de peso" oferecia suporte.

O lado bom: Novos produtos, anúncios, parcerias, lançamentos e brindes.
O lado ruim: Microsoft na LinuxWorld?!

Fórum Social Mundial

Para completar este panorama de opiniões sobre o que aconteceu no mundo Linux no início de 2003, cabe um breve comentário sobre o Fórum Social Mundial realizado em Porto Alegre. Não, não vou falar sobre políticos de esquerda levando tortas na cara nem sobre a rivalidade com o evento realizado em Davos - vou falar sobre aplicativos.

Mais especificamente, sobre o OpenOffice. O pacote livre de aplicativos de escritório foi a suíte oficial do evento. Segundo o site www.openoffice.org.br, a Companhia de Processamento de Dados do Município de Porto Alegre colocou à disposição 600 computadores com o OpenOffice (e Linux) para a infra-estrutura de apoio ao Fórum Social, incluindo a Central de Imprensa, Stands da Prefeitura, organização do Fórum, Webcafés e mais.

Note que não estamos falando de servidores - é a dupla Linux e OpenOffice.org sendo aplicada em centenas de desktops de um evento internacional - instalados e suportados por uma entidade governamental.

Essa postura é coerente com a bandeira que o Fórum defende, e merece aplausos. Gostaria de ter encontrado testemunhos de usuários, principalmente os não técnicos, para saber se os softwares livres atenderam bem às suas necessidades. Se você esteve lá e tem algo a dizer, escreva-me, e eu volto ao assunto em uma coluna futura.

O lado bom: Já chegamos ao desktop, agora é a hora de expandir as fronteiras. E imagine quanto dinheiro economizado em licenças de sistema operacional e aplicativos!
O lado ruim: Infelizmente ainda é raro ver esse tipo de iniciativa.


Augusto Campos - brain@matrix.com.br


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