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Dormindo com o inimigo

Se você ainda não usa Linux, porque treme de medo do "reparticionamento", pode ir preparando o modem e liberando espaço no HD.
Veja as distribuições baseadas em sistemas UMSDOS

Na edição 8 da Revista Do Linux mostramos algumas minidistribuições Linux capazes de rodar direto de um disquete. Embora interessantes, essas distribuições são pouco úteis para o usuário comum, por suas limitações em termos de recursos, já que são criadas especificamente para funcionar como discos de resgate, recuperação, routers, etc. Desta vez falaremos sobre distros um pouco mais completas, que possuem uma característica muito interessante: instalação fácil, sem o reparticionamento do HD, geralmente utilizando o sistema de arquivos UMSDOS, que permite que um sistema Linux completo seja instalado em um diretório, em uma partição FAT (DOS/Windows) do seu HD. Salvo uma pequena queda de performance no acesso ao disco, o usuário não sente diferença em relação a um sistema rodando em uma partição Ext2.

 

DemoLinux
www.demolinux.org
Versão: 2.0

Essa é uma distribuição francesa, baseada no Debian. Parece incrível, mas utilizando um esquema de compressão de dados o autor conseguiu colocar mais de 1Gb de software pronto para uso em apenas 1 CD, e você tem à sua disposição velhos conhecidos como o Gnome, KDE, StarOffice, ferramentas para multimídia, desenvolvimento, etc. Sua característica principal é que você pode dar boot na máquina e executar o Linux diretamente do CD. Basta prover alguns dados em umas poucas telas de informação e configuração durante a inicialização da máquina (como a resolução de vídeo, layout de teclado e idioma), e o sistema está pronto para rodar.

Como é de se esperar, executar uma distribuição diretamente do CD tem suas limitações, como a falta de uma partição de swap e de espaço para gravar seus arquivos pessoais e suas configurações. O autor pensou nisso e, através de um programinha disponível no Linux, você pode opcionalmente utilizar um diretório no seu HD como espaço de swap e /home, facilitando assim as coisas. Esse procedimento irá ocupar cerca de 100 Mb no seu HD. Os requisitos mínimos de sistema para o DemoLinux são um PC com 64 Mb de RAM, e uma placa de vídeo com suporte a VESA 2.0. Além de executar o Demo Linux direto do CD, também é possível instalá-lo no HD com apenas alguns cliques do mouse, ou carregá-lo do CD a partir do Windows (com o loadlin).

 

Phat Linux
www.phatlinux.com
Versão: 3.3

O Phat Linux é uma distribuição baseada no sistema de arquivos UMSDOS, como muitas outras minidistros. Um dos seus diferenciais é a sua instalação, pois não há seleção de pacotes ou particionamento do HD. Um simples instalador (que roda sob o Windows) cria um diretório (geralmente c:\phatlinux) em seu HD e descompacta todo o sistema lá dentro. Um ícone para o loadlin é adicionado ao seu desktop, para que você possa chamar o Phat Linux sem que seja necessário reiniciar a máquina.

No quesito pacotes, o Phat Linux não deixa nada a desejar em relação aos Linux "grandões". Apache, KDE 2.0, Gnome, ferramentas para desenvolvimento e multimídia, StarOffice, DosEmu, Wine, tudo está disponível no Phat Linux. E já que ele roda do HD, há a vantagem de você poder usar seu espaço livre no HD para atualizar algum pacote (ele é baseado no sistema de pacotes RPM) ou instalar algum programa que esteja faltando.

Você pode obter imagens ISO do Phat Linux no site dos desenvolvedores, ou comprar um CD. Como na maioria das distribuições comerciais, comprando o CD você tem direito a suporte técnico.

 

WinLinux 2000
www.winlinux2000.com
Versão: 1.0

Outra distribuição que pode ser instalada em partições DOS e com um excelente conjunto de recursos. O WinLinux 2000 é baseado no sistema de pacotes .tgz (do Slackware) e se intitula "O Primeiro Linux para Windows". Sua principal característica é a instalação e configuração diretamente pelo Windows: um pequeno utilitário vasculha seu sistema à procura de periféricos e os configura adequadamente no Linux, facilitando a vida dos usuários iniciantes, já que eles não precisam lidar com arquivos de configuração ou utilitários "amedrontadores" à primeira vista, como o XConfigurator. De resto, ele possui a maioria dos aplicativos comuns a uma máquina Linux desktop. Comprando os CDs, você tem direito a três meses de suporte técnico via e-mail.

 

ZipSlack/BigSlack
www.slackware.com/zipslack/
Versão: 7.0

A turma do Slackware não quis ficar de fora e criou as próprias versões do Slackware instaláveis em partições DOS/Windows. O ZipSlack é um Slackware "reduzido", perfeito para quem quer usar o Slack mas tem pouco espaço em disco, podendo ser instalado e executado até a partir de um Zip Disk. O BigSlack possui basicamente os mesmos recursos, com o diferencial de ser uma versão quase completa do Slackware, incluindo até o Gnome. O ZipSlack é baseado no Slackware 7.0, enquanto o BigSlack é baseado na versão 7.1. Ambos compartilham os mesmos recursos básicos, suporte a hardware e requisitos de sistema de seu "irmão" maior.

 

Pygmy Linux
pygmy.penguin.cz/
Versão: 0.6

Esta minidistro é ideal para quem tem um 486 encostado no armário e quer reativá-lo como um terminal web confiável. Baseado no Slackware 3.6 e com instalação em um diretório de sua partição DOS, o pacote base vem em sete disquetes de 3"1/2, e você tem à disposição uma série de add-ons, como um servidor X (baseado no XFree 3.3.3), suporte a PCMCIA e Netscape 3.01 Gold, inclusive com o RealPlayer 3.0. OK, ele não é lá muito atualizado, mas para um "terminalzinho" Web está ótimo. Se você quiser se aventurar pela área do desenvolvimento, pacotes com o compilador C e as bibliotecas necessárias também estão disponíveis. Infelizmente o desenvolvimento parece estar parado, pois a última versão (0.6) foi lançada em agosto de 99, e o changelog não lista nada a partir dessa data. Os requisitos mínimos de sistema são um 386 com 4 Mb de RAM e 25 Mb de espaço em disco, mas caso você queira utilizar o X, aconselho um 486 DX4-100 com 8 Mb de RAM ou superior.

Conclusão

Com as distros mostradas neste artigo, não existe mais desculpa para não experimentar o Linux. O reparticionamento deixa de ser um problema, e os recursos são suficientes para que você tome gosto pela coisa e logo logo crie uma nova partição em seu disco para abrigar um novo hóspede, o pingüim e, quem sabe, remover aquele outro SO...

Rafael Rigues
rigues@RevistaDoLinux.com.br

 

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