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Fórum Social Mundial

Esse fórum congrega diversas correntes que genericamente enfrentam a ideologia "neoliberal" e seus efeitos devastadores, econômica e socialmente, marginalizando enormes parcelas da população mundial. Diversas frentes, entre elas as que defendem o uso de software livre, fazem o enfrentamento dessa ideologia. Como o governo do Rio Grande do Sul tem se notabilizado como defensor ferrenho da política da inclusão social, Porto Alegre foi escolhida como a cidade para abrigar o encontro, de 25 a 30 de janeiro na capital gaúcha. A RdL falou com o vice-governador e secretário geral de governo do Rio Grande do Sul, Miguel Rosseto, sobre o empenho do seu estado em promover esse encontro.

Revista Do Linux — O que é o Fórum Social Mundial e por que Porto Alegre foi escolhida para sediar o evento?

Miguel Rosseto — O encontro "fechadíssimo" dos poderosos que comandam as ações do neoliberalismo, que habitualmente ocorre em Davos, na Suíça, e que já desencadeou eventos paralelos como o Fórum Social Mundial, transcorre sem enfrentamentos que possam ser vistos como oficiais. A direção deste fórum achou, pela experiência democrática de sucesso do nosso governo, reconhecida principalmente na Europa, que Porto Alegre seria uma cidade símbolo para abrigar o encontro. Personalidades de enorme prestígio e militância social, como o ex-presidente Mandela, a viúva do ex-presidente francês Mitterrand, o escritor José Saramago, o especialista em GPL da Free Software Foundation, Tim Ney, são algumas das presenças confirmadas para o evento e que engrossam as fileiras dos que contestam o rumo social que vemos hoje impregnando e afetando perigosamente o futuro do planeta.

RdL — Mas qual o tema principal do evento?

MR — São diversas as mesas de discussão que ocorrerão nesse fórum, e temas como a ecologia ou o software livre convergem igualmente para a contestação das ideologias neo-liberais, que pregam apenas formas de predação e exclusão social, alegando os benefícios duvidosos obtidos por políticas que servem apenas para excluir partes do mundo em uma pretensa corrida tecnológica. Os "menos tecnológicos" afundam em abismos sociais, e essa é a moral da história. Qual o corte? Como se agrupam essas correntes? Várias delas se expressam e mantem vivo o debate que enfrenta os que querem excluir boa parte, senão toda, a sociedade, e que defendem, por exemplo, a bandeira do software livre como modo de atingir cada vez mais as camadas que não têm condições de desfrutar a tecnologia e seus benefícios.

RdL — No caso específico do governo gaúcho, qual a eficiência social do uso do software livre?

MR — Solicitamos de nossa empresa de processamento de dados, a Procergs, soluções de software livre para empresas para fornecer competividade por um custo irrisório. Como resultado dessa solicitação nasceram pacotes como o Rede Escolar Livre, o GNU/Geoprocessamento, o Empresa Livre e o Prefeitura Livre, que atendem a segmentos que não podem adquirir os sistemas que precisam pois os preços desses softwares são proibitivos para seu porte. Fornecendo o sistema operacional, pacotes Office, ferramentas específicas e mais a tradicional montanha de ferramentas livres dos pacotes Linux, entregamos alta tecnologia por um custo insignificante. Acho que esse é um bom exemplo de como distribuimos riqueza social.

 

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