Bye bye, Unix
Veja como o Rodoviário Ramos, empresa
de transportes sediada em Minas Gerais, conseguiu uma economia considerável ao migrar seu sistema SCO-Unix para Linux
Confiabilidade, segurança e robustez são características de todas as soluções Linux instaladas em empresas de todo o Brasil e do resto do mundo. Essas mesmas qualidades foram fundamentais para o sucesso da implantação do Linux no Rodoviário Ramos, empresa de transportes com matriz em Teófilo Otoni-MG, com 3.600 funcionários em mais de 40 cidades do país. A Ramos atua na área de cargas em geral, excetuando cargas perecíveis, e usa Linux desde meados 1999, quando o sistema foi instalado experimentalmente em sua filial de Campinas-SP.
O sistema usado anteriormente na Ramos era o Unix. De acordo com José Moreira Garcia, gerente de Informática da empresa, o Unix era uma plataforma estável, segura e confiável de se trabalhar. No entanto, para ele, essa relação não era perfeita, principalmente se considerasse a relação custo-benefício. “Tínhamos a necessidade de evoluir nossos sistemas, implementar recursos e reduzir os custos operacionais”, explica.
Impedida de evoluir o sistema Unix, principalmente no que se refere a suporte e atualizações, a Ramos decidiu criar servidores Linux locais, que atendessem às necessidades da Internet, Intranet, e-mail e FTP. “Foram utilizadas ferramentas como o Sendmail, Apache, WU-FTP, Iptables, Samba, StarOffice, DHCP, entre outros”, acrescenta Garcia. Para a empresa, a similaridade do Linux com o SCO-Unix, performance em redes multiusuários e velocidade, foram alguns dos fatores que levaram à migração gradual para o sistema operacional do pingüim.
Depois de avaliar outros compiladores COBOL, outras linguagens e banco de dados Oracle, a Ramos decidiu utilizar a solução AcuCOBOL, implantada por meio da empresa Interon Brasil, sediada em São Paulo. Embora a Ramos ainda utilize o Windows NT (onde rodam algumas aplicações para Internet em ASP) e Unix, a migração para o Linux é irreversível. “As aplicações ASP no NT estarão sendo substituídas por aplicações AcuCOBOL-CGI em um server Linux, ou utilizando a nova tecnologia de Thin Client for Linux”, completa. Para o gerente, as aplicações que ainda rodam no Unix serão totalmente transportadas ao Linux.
Apesar de algumas dificuldades com os drivers de impressão, que não haviam funcionado satisfatoriamente, a Ramos desenvolveu, ela mesma, uma solução para esses problemas. Todo o sistema baseado em Linux funciona satisfatoriamente. Agora, a empresa pôde criar áreas de compartilhamento no servidor Linux, integrando aplicações Windows através do Samba. Além disso, explica Garcia (na foto, ao centro, junto com a equipe da informática da Ramos), houve a implementação do protocolo TCP/IP, pois para se realizar no SCO-Unix, era necessária a aquisição de outra versão com custos altíssimos.
A vantagem desse processo, para José Garcia, foi que a Ramos encontrou uma solução que oferece as mesmas vantagens do SCO-Unix, agregado a soluções do AcuCOBOL. Outra vantagem, salienta Garcia, foi a migração sem grandes desgastes, devido à similaridade, do Unix para o Linux. “A economia para a Ramos foi incalculável, pois tivemos uma grande redução com os gastos no sistema operacional SCO-Unix”.
Quanto ao item produtividade, não houve alteração com relação ao Unix. No entanto, ao considerar o desenvolvimento de aplicações, houve uma significativa redução de tempo e conseqüentemente uma economia de custos. “A ferramenta Cobolaid nos proporcionou uma redução de valores no desenvolvimento de aplicativos, já que ela praticamente automatiza todo o processo e padroniza tudo em código Cobol”.
Satisfeito com a solução encontrada para a empresa, o gerente José Garcia destaca que o Linux proporcionou uma maior agilidade na gestão de informação na empresa, fundamental principalmente na área de transportes. “Nossos usuários estão com um sistema mais completo e potente, nossos dados são totalmente íntegros e a companhia está totalmente interligada em dados e voz via fastnet. Sendo assim, todas as decisões da empresa podem ser tomadas de maneira mais rápida”, conclui. Hoje, o Rodoviário Ramos é uma das maiores companhias de transporte do país, cobrindo todo o território nacional. Ela encontrou no Linux o caminho mais seguro e econômico para o controle de todas as suas informações.
Sobre a tecnologia Thin Client
A tecnologia Thin Client, em fase final de testes na Rodoviário Ramos, mostra ao usuário de base-servidor uma interface gráfica em uma aplicação Windows Client. Isto permite que os programas ACUCOBOL.-GT instalados em servidores UNIX/Linux ou Windows NT/2000 server, possam apresentar uma interface gráfica Windows em uma máquina Windows conectada a uma rede TCP/IP.
O Thin Client proporciona aos usuários UNIX e Linux a estabilidade e a segurança de manter seus ambientes nativos de UNIX ou de Linux, obtendo ao mesmo tempo todas as vantagens das facilidades gráficas dos desktops Microsoft Windows desktops. Ele é projetado para trabalhar em redes TCP/IP, onde suas aplicações podem ser disponibilizadas na Internet, tanto quanto em TCP/IP-based WANs e LANs TCP/IP. Além disso, as aplicações criadas usando o Thin Client podem utilizar controles de ActiveX de Windows. Os programadores têm também a possibilidade de imprimir localmente, no cliente Windows ou no servidor remoto.
A tecnologia Thin Client do AcuCOBOL consiste essencialmente de três componentes. Inicialmente é necessário um pequeno programa rodando no Client Windows, para comunicar-se com a aplicação rodando no servidor, bem como para exibir a interface para o usuário. O programa é reconhecido como AcuCOBOL-GT Thin Client. Em seguida, há um serviço de “escuta”, chamado AcuLaunch, rodando no UNIX/Linux ou Windows NT/200 server. Desenvolvido pela AcuCORP, o AcuLaunch “escuta” todas a requisições de Thin Client e, quando recebe uma, inicia um terceiro componente: um Runtime AcuCOBOL padrão. Uma vez iniciada a aplicação, o runtime AcuCOBOL comunica-se diretamente com o AcuCOBOL Thin Client e o AcuLaunch retorna para seu “ rol de escuta” as requisições do Thin client.
Treinamento e desenvolvimento
Hoje a rede Linux da Rodoviário Ramos possui 500 usuários internos. Quatro multiplicadores trabalharam no treinamento de pessoal para o sistema. A empresa utilizou os treinamentos oferecidos por centros autorizados da Conectiva e, para a primeira etapa da implementação de aplicativos baseados em Software Livre, foram treinadas 60 pessoas. Para Linux, foram necessárias duas semanas de treinamento, enquanto para os aplicativos foram 30 dias. Atualmente oito desenvolvedores trabalham na empresa, cujo sistema baseado em Linux entrou no ar no final de janeiro deste ano. A Ramos não utiliza nenhum banco de dados e sim o sistema de arquivos Vision, do AcuCOBOL. “Ele tem uma surpreendente capacidade de armazenamento de dados, é rápido e seguro. A vantagem principal de utilizá-lo é a de trabalhar com dados nativos Cobol”, assegura José Garcia.
Saiba mais:
Rodoviário Ramos - www.rodoramos.com.br
Interon Brasil - www.interon.com.br
Rodrigo Asturian - asturian@RevistaDoLinux.com.br