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Os pingüins se divertem

E quem disse que os linuxers vivem apenas administrando redes ou desenvolvendo softwares? É janeiro, e nada como as férias de verão para estrear alguns games especialmente selecionados pela equipe da Revista do Linux para o seu desktop. Os jogos apresentados neste artigo estão no CD do Mês, encartado nesta edição. Recomendamos que os jogos sejam utilizados só em dias de chuva, pois eles podem viciar e fazer com que você perca alguns dias ensolarados ou, dependendo do caso, até a(o) namorada(o), a não ser que ela(e) seja outra(o) gamemaníaca(o)...

Kobo Deluxe
Website: olofson.net/skobo/
Versão: 0.4.pre8
Dependências: SDL, SDL_image

Kobo Deluxe, escrito por David Olofson, é uma versão SDL do jogo XKobo, escrito originalmente por Akira Higuchi. Trata-se de um shooter com scroll em múltiplas direções, no qual você controla uma pequena espaçonave que deve destruir as bases inimigas, cuja localização é mostrada por um radar na lateral da tela. Tenha cuidado, pois as bases vão se defender atirando em você, e inimigos também estão nos arredores. A cada fase, o número de bases, suas defesas e a quantidade (e inteligência) dos inimigos aumentam, garantindo um desafio contínuo. O conceito, aparentemente simples, vem viciando jogadores desde 1981, quando o clássico Bosconian, no qual o Kobo Deluxe foi inspirado, foi lançado nos arcades pela empresa japonesa Namco. O jogo conta com bons gráficos, feitos no Gimp, música e efeitos sonoros, e pode ser executado em janela ou tela cheia, em várias resoluções diferentes e com múltiplas opções de filtros de imagem, para o melhor visual possível.

Saiba mais:
Bosconian: tips.retrogames.com/gamepage/bosco.html

LBreakout 2
Website: www.lgames.org
Versão: 2.4 Beta 2
Dependências: SDL, SDL_mixer

Criado por Michael Speck, fundador da LGames, o LBreakout 2 é baseado no jogo Super Breakout, lançado pela Atari em 1978 e mais tarde popularizado numa variante da Taito chamada Arkanoid. O objetivo do jogo é simples: você controla um rebatedor, e deve rebater uma bolinha, fazendo com que ela destrua todos os blocos na tela. À medida que os blocos (que variam de simples a explosivos, ultra-resistentes, que se regeneram ou que alteram inesperadamente o comportamento da bola) vão sendo destruídos, alguns liberam itens que poderão ajudá-lo (ou atrapalhá-lo) na tarefa, além de bônus que são adicionados à sua pontuação. As partidas podem ser disputadas com apenas um jogador, em duplas ou até mesmo em rede (Internet ou rede local), com direito à criação de uma sala de chat para os participantes. Pacotes com novos temas gráficos podem ser baixados no site oficial, e novas fases podem ser criadas com o editor embutido no jogo. Um manual completo, englobando o jogo e o editor, está disponível para consulta no site do autor.

Saiba mais:
Breakout (Coinop) by Atari: makeashorterlink.com/?T1CD52592
Arkanoid: makeashorterlink.com/?R46E25592

Tower Toppler
Website: toppler.sourceforge.net
Versão: 0.98.2
Dependências: SDL, SDL_mixer

O Tower Toppler é um remake de um antigo jogo conhecido como Tower Toppler, Nebulus ou Castellian, disponível originalmente para várias plataformas, como os primeiros IBM-PC, Atari, Commodore 64 ou Gameboy. Você controla uma estranha criatura verde, cujo objetivo é chegar ao topo da torre, usando para isso as portas espalhadas pelos vários andares. Estratégia (e boa memória) são necessários, e você deve ter cuidado com os inimigos, piso frágil ou portas falsas, que podem derrubá-lo. No trajeto entre as torres, você embarca em um submarino, numa fase bônus em que o objetivo é acertar com seus torpedos o maior número de peixes possível, coletando-os em seguida para conseguir pontos extras. Um manual (toppler.sourceforge.net/doku.html) e níveis extras estão disponíveis no site do autor.

Saiba mais:
T.A.C.G.R. - Nebulus: makeashorterlink.com/?T51F26592

Space Tripper
Website: www.pompom.org.uk
Versão: 1.0
Dependências: Aceleradora 3D compatível com OpenGL

Criado pela empresa inglesa PomPom Games (cuja mascote é um bulldog mecânico vestido de animadora de torcida), o Space Tripper, inspirado pelo clássico Defender, da Atari, é um jogo no qual você controla uma pequena espaçonave em arenas fechadas. O objetivo é simples: destruir todos os inimigos que forem surgindo, antes que eles destruam você. Para ajudá-lo na missão, power-ups que melhoram as capacidades de sua nave, adicionando mais velocidade ou mais poder de fogo, por exemplo, vão surgindo à medida que certos inimigos vão sendo destruídos. As 14 arenas estão agrupadas em quatro ~Smundos~T, cada um com seu próprio tema gráfico, música e conjunto de inimigos, e, ao final de cada mundo, você enfrentará um gigantesco chefe de área. A jogabilidade é intensa (não espere moleza neste jogo), os gráficos tridimensionais são belíssimos e a trilha sonora acompanha muito bem a ação. O Space Tripper é um jogo comercial, cuja versão completa custa US$ 12,00. Estamos distribuindo no CD desta edição uma versão de demonstração, contendo três fases, mais do que suficiente para você não largar mais o joystick.

Saiba mais:
Defender: makeashorterlink.com/?F2AF22592

Tux Racer
Website: www.tuxracer.com, tuxracer.sourceforge.net
Versão: 1.1
Dependências: Aceleradora 3D compatível com Open GL, SDL, SDL_mixer

Quem vê o Tux gordinho, sentado, sempre quieto, nem imagina que, na verdade, ele é um atleta nato. No intervalo entre as várias aparições na mídia, seu passatempo favorito é disputar corridas com seus amigos Samuel, uma foca, Boris, o urso polar, e Neva, uma simpática fêmea pingüim cor-de-rosa, em ladeiras congeladas. Claro que estamos falando do Tux Racer, jogo da Sunspire Studios. O objetivo é simples: jogando sozinho ou em dupla, com tela dividida, você deve deslizar ladeira abaixo o mais rápido possível, completando a pista e coletando o maior número de arenques (o prato predileto de Tux) no caminho. O jogo conta com bons gráficos 3D, com efeitos como neblina, bump-mapping e reflexos, o que exige uma boa placa 3D (recomenda-se uma nVidia GeForce 2 ). Embora seja um jogo comercial (US$ 14,99 no site do fabricante), o código fonte também é mantido como um projeto Open Source, no site tuxracer.sourceforge.net. Contudo, a última atualização é de janeiro de 2001, antes do engine do jogo ter sido reescrito e de muitos dos recursos da versão comercial terem sido adicionados. Incluímos no CD desta edição uma demonstração da versão comercial, que inclui três pistas e dois personagens.

LTris
Website: www.lgames.org
Versão: 1.0.4
Dependências: SDL, SDL_mixer

Todo jogador que se preza conhece o Tetris, o clássico criado por Alexey Pazhitnov que dominou o mundo dos videogames na década de 80. O LTris é uma das melhores versões de Tetris para Linux, criada pelo mesmo autor do LBreakout. São três modos de jogo: Classic, onde você vai organizando as peças que caem no poço, de modo a formar linhas completas e fazê-las desaparecer; Figures, onde figuras feitas com as peças surgem no poço, e você deve eliminá-las; e Multiplayer, onde dois ou três jogadores (ou o computador) podem disputar partidas em que as linhas eliminadas no poço de um participante surgem no poço do oponente, atrapalhando a sua estratégia e levando-o a um passo mais perto da derrota. O LTris possui bons gráficos (similares aos do LBreakout) e efeitos sonoros, e a única coisa que faz falta é a musica russa ao fundo.

Saiba mais:
Tetris: A history - www.atarihq.com/tsr/special/tetrishist.html

Frozen Bubble
Website: www.frozen-bubble.org
Versão: 0.9.3
Dependências: Perl, SDL, SDL_image, SDL_mixer, Perl-SDL

Escrito em Perl, o Frozen Bubble é inspirado no Puzzle Bubble, um quebra-cabeças lançado originalmente nos arcades pela Taito, que lembra jogos como o Tetris e o Columns. Você controla dois pingüins que manejam um canhão carregado com esferas coloridas. O objetivo do jogo é agrupar as esferas disparadas pelo canhão com as do teto, em grupos de quatro esferas da mesma cor, e fazê-las desaparecer. Com o passar do tempo, o teto vai ficando cada vez mais baixo. Se as esferas tocarem o canhão o jogo acaba e você passa de fase eliminando todas as esferas da tela. São 50 fases no modo 1 jogador, e as partidas também podem ser disputadas com dois jogadores, um contra o outro. Os gráficos são bons, e a música e os efeitos sonoros excelentes. E para quem nem vê o tempo passar, ao sair do jogo uma mensagem no console informa por quanto tempo você ficou ~Sviciado~T. Imperdível.

Saiba mais:
Puzzle Bobble: taito.overclocked.org/pbobble.html

Nethack - Falcon's Eye
Website: www.hut.fi/~jtpelto2/nethack.html
Versão: 1.9.3
Dependências: SDL

O Falcons's Eye é uma versão de Nethack, um dos clássicos do mundo Unix, mantendo o mesmo estilo de jogo e desafios do original, mas com gráficos pré-renderizados, em perspectiva isométrica (como em Diablo) e com iluminação em tempo real, música MIDI ou MP3 e efeitos sonoros, além de recursos como o piloto automático, descrição dos objetos no labirinto e possibilidade de configuração de vários aspectos do jogo. Não há segredos. Se você já jogou Nethack, vai se sentir em casa com o Falcon's Eye. Se ainda não, vale a pena dar uma olhada no guia da versão 3.4, a mais recente. E mesmo que já seja um veterano, vale a pena consultar o manual do Falcon's Eye, disponível em nosso CD em /software/NetHack-Falcons_Eye/Manual/main.html, para se familiarizar com os novos recursos.

Saiba mais:
Guidebook for Nethack 3.4: nethack.sourceforge.net/v340/Guidebook.html#_TOCentry_1

Return to Castle Wolfenstein
Website: www.castlewolfenstein.com
Versão: 1.0
Dependências: Aceleradora 3D compatível com OpenGL

Criado com base em uma versão melhorada do engine do Quake III, Return to Castle Wolfenstein é a continuação dos clássicos Wolfenstein 3D e Spear of Destiny, lançados pela id Software no começo da década de 90, e responsáveis por colocar os jogos de tiro em primeira pessoa no topo da lista dos mais vendidos. A história, como é tradição nos jogos do gênero, é simples: Após escapar do Castelo Wolfenstein, o capitão William ~SB.J.~T Blazkowicz recebe a missão de retornar à Europa ocupada, para descobrir mais sobre (e frustrar) os planos de Heinrich Himmler, braço-direito de Hittler, que tenta, através de uma combinação de ciência e magia negra, criar um exército de super-soldados indestrutíveis, capazes de varrer os aliados do mapa e mudar completamente o cenário da Segunda Guerra Mundial.

A jogabilidade, com forte ênfase nas missões Single Player, recebeu alguns ajustes nesta versão. Em vez de sair por aí atirando em tudo o que se mexe, você pode, e deve, se esgueirar por trás de seus inimigos, prestando muita atenção aos seus atos e conversas, que podem revelar detalhes importantes da história, que se desenrola em sequências animadas entre as fases. Infelizmente, para os puristas, os designers optaram por mudar uma tradição: desta vez, os soldados alemães falam inglês, o que tira um pouco do clima do jogo. Nada de ~SAch mein leiber!~T por aqui.

Os jogadores que preferem partidas Multiplayer não foram esquecidos. Você pode jogar pelo Eixo ou pelos Aliados, e escolher entre quatro classes de caracteres: Soldado, Engenheiro, Médico (capaz de curar jogadores feridos) e Tenente (que pode distribuir munição e comandar ataques aéreos). Os requisitos de sistema para a diversão incluem uma aceleradora 3D compatível com OpenGL com pelo menos 16 MB de VRAM, Um processador Pentium II (ou Athlon) de 400 MHZ ou mais rápido, 128 MB de RAM e 800 MB para uma instalação mínima da versão comercial do jogo. Em nosso CD, você encontra uma versão demo, com algumas fases dos modos Single Player e Multiplayer.

Saiba mais:
Review na IGN.com: pc.ign.com/articles/163/163948p1.html

Unreal Tournament 2003
Website: www.unrealtournament2003.com
Versão: 1080c (via updates disponíveis no CD)
Dependências: Aceleradora 3D compatível com OpenGL e suporte à S3 Texture Compression (S3TC)

Mais de um século se passou desde que a Liandri Corporation iniciou a tradição dos torneios, e as coisas não são mais as mesmas. Uma frota invasora se estabeleceu no sistema solar, aniquilando qualquer força de resistência que a humanidade pudesse ter. Sob o novo e cruel governo alienígena, os torneios, disputados nos mais inóspitos dos planetas-prisão, ganharam nova força, como forma de entretenimento para o povo e demonstração de poder dos novos governantes. Guerreiros escravizados lutam incontáveis vezes por suas vidas, ressucitados e reconstruídos após cada morte, até que suas mentes entrem em colapso. Aristocratas participam de batalhas orquestradas, sem perigo real, e alienígenas adentram as arenas pelo simples prazer da caçada. Bem-vindo ao mundo do Unreal Tournament 2003.

A demonstração inclusa em nosso CD traz algumas arenas e jogadores da versão comercial do Unreal Tournament 2003, continuação do Unreal Tournament, sucesso de 1999 da Epic Megagames. Com 6 diferentes raças, 35 jogadores, 30 diferentes arenas e um novo 'engine' gráfico de encher os olhos, o jogo promete muita diversão aos fãs dos jogos de tiro em primeira pessoa. Devido ao avançado sistema gráfico do jogo, é necessário que a sua aceleradora 3D seja compatível com o recurso S3 Texture Compression (S3TC). No momento, apenas as aceleradoras GeForce (usando os drivers oficiais da nVidia) e ATI Radeon 8xxx/9xxx (usando os últimos drivers lançados pela ATI) suportam este recurso no Linux.

Saiba mais:
Review na IGN.com: pc.ign.com/articles/372/372411p1.html

Desenvolvimento de jogos

O Centro Universitário Positivo (UnicenP), de Curitiba (PR), estará formando, em março deste ano, a primeira turma de 20 alunos do curso de pós-graduação (especialização) em Desenvolvimento de Jogos para Computadores. O curso é coordenado pelo professor Fábio Binder, que participou do desenvolvimento de diversos jogos educacionais da Positivo Informática. Ele foi sócio da Ignis Games, empresa que desenvolve jogos de estratégia e RPG. De acordo com Binder, o curso da UnicenP exige sólidos conhecimentos em pelo menos uma das principais linguagens de programação em jogos (Java, C e C++). ~SSer um apaixonado por games é outro pré-requisito~T, diz. O objetivo do curso é formar profissionais capazes de desenvolver jogos para computador, levando em consideração tanto a análise quanto a programação. ~SApresentamos aspectos modernos da construção de jogos, como game design, técnicas de inteligência artificial e programação avançada~T, explica.

O curso é dividido em quatro partes. A primeira dá aos alunos uma visão empreendedorista, auxiliando-os no gerenciamento de equipes de desenvolvimento de jogos. Na fase seguinte, os alunos montam os projetos e o design dos jogos, para depois começar a programar. No final do curso, os participantes apresentam um demo dos jogos que projetaram. ~SOs jogos pequenos têm uma perspectiva melhor de mercado em médio e longo prazo, principalmente aqueles desenvolvidos para handhelds e celulares~T, lembra.

O desenvolvimento de jogos ainda é visto com um certo preconceito pelos investidores em tecnologia, mas segundo Binder, isso está sendo superado, à medida que o negócio gira alguns bilhões de dólares (isso mesmo, bilhões de dólares!). ~SEm todo o mundo, o segmento movimenta cerca de US$ 20 bilhões~T, afirma. Um dos maiores entraves para se investir no segmento é a pirataria, mas Binder aponta algumas áreas que podem atrair os investidores. ~SOs jogos on-line são uma boa alternativa, pois como não há caixinhas, não há pirataria~T, diz. Na Coréia, já são 2 milhões os fãs desse tipo de jogo. E é nesse ponto que o Linux pode se sobressair, como servidores de jogos. ~SAproveitamos o que há de melhor na plataforma, usando o Linux como servidor de aplicações e centralizador de tomada de decisão nos jogos on-line~T, conclui.

Wine X

Além dos bons jogos, Open Source ou comerciais, disponíveis para Linux, os fãs do pingüim agora têm mais uma excelente opção na hora de se divertir: o Wine X. Criado pela Transgaming, o Wine X é uma versão modificada do Wine, com extenso suporte à tecnologia Direct X, que permite que muitos jogos para Windows sejam executados sem problemas no Linux. Entre os títulos suportados, estão sucessos como The Sims, Black & White, Warcraft III e Max Payne. O Wine X é um produto comercial, vendido por uma ~Sassinatura~T mensal de 15 dólares (por um período mínimo de três meses), o que dá ao assinante o direito ao download das versões mais recentes do software. Para os que não querem gastar, o código-fonte do produto está disponível para download, embora sem as facilidades de instalação e configuração da versão comercial.

Saiba mais:
Wine X: www.transgaming.com
Wine: www.winehq.org


Rafael Rigues - rigues@revistadolinux.com.br
Colaboraram: Rodrigo Asturian e Felipe Arruda


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